18 - Término

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Maria

No decorrer da semana, fizemos alguns trabalhos que me ajudaram a destrair minha cabeça e não ficar pensando tanto no que rolou naquela festa do pijama.

Saber que sou a única que "não chegou lá" me dá pavor.

O que será que tem de errado comigo?

Eu confio nele. Muito mesmo.

Eu amo ele.

Ele é lindo e atraente.

Mas eu simplesmente não consigo fazer nada, por conta da minha insegurança, e isso acaba comigo.

Hoje é mais um dia dos Insanos trabalharem na loja do pai da Paty e eu estou preparada pra qualquer insulto vindo da parte dela.

Quase todos nós chegamos no estúdio ao mesmo tempo, menos o PH que avisou que iria se atrasar.

—Onde está o PH?! Já são meia hora de atraso! Já podem avisar que eu vou descontar do salário dele! —disse Paty furiosa. —Tenho compromissos mais importantes hoje.

—Fica na tua patricinha, são só 20 minutos de atraso. —disse Cadu.

—Minha manicure está marcada pra daqui a uma hora! Eu hein, o empregado aqui é ele!

Revirei os olhos.

Ela não parava de falar um minuto.
Minha vontade era calar a boca dela a força.

O PH nunca se atrasa, provavelmente esta com algum problema.
Vitor também, pois estava um pouco pensativo hoje, quis muito perguntar o que está acontecendo, mas conhecendo bem ele, sei que ainda não é a hora.

Perdida em vários pensamentos torturantes enquanto PH não vinha, decidi ir ao banheiro e como eu pensava, Paty me seguiu.

—O que deu no seu namorado? Tá tão quietinho... Ainda está fazendo seu voto de castidade né?
Continue assim, que eu só ganho com isso. —ela sorriu.

—Você não cansa não? —perguntei.

—Do que? De falar a verdade?

—Não, de ser uma vagabunda. —eu disse sem hesitar.

—Hmm.. parece que alguém está na defensiva.. falei algo que te magoou, Maria macho? —ela fez voz de neném, mas engrossou em seguida. — Tá estampado no seu rosto frustrado que você não tem um pingo dessa confiança. É mesmo uma patinha indefesa.

—E tá estampado no seu rosto que você está morrendo de inveja pelo Vitor ter me escolhido ao invés de você. —eu disse mantendo minha postura.

Ela riu.

—Inveja eu tenho da Kylie Jenner, que é rica e linda. Não de você sua maria macho despeitada!

—Sem cérebro, siliconada. —resmunguei.

—Me chamou do que?

—Sem cérebro  siliconada!

—Sabe que eu posso fazer você e seus amigos idiotas perderem esse emprego, não sabe?

—Sei, claro que sei. E você sabe que eu posso fazer você perder todos esses seus dentes não sabe? —Enfrentei ela.

—Então tenta! —ela alterou a voz.

—Eita, briga de mulher?! —A cabeça do Cadu surgiu no canto da parede do banheiro.

—Gente, sem querer atrapalhar, mas já atrapalhando, o PH já chegou, mas Maria, fica a vontade pra quebrar a cara dela, digo, terminar a conversa com ela. — A cabeça do João também apareceu, em seguida a sua mão apareceu também levantando o celular lentamente.

Querendo ou não, os dois palhaços fizeram um pouco do meu ódio diluir, só então eu consegui sair daquele banheiro sem encostar um dedo naquela patricinha metida, acho que era só esse pretexto que ela queria para demitir a gente de uma vez.

Respirei fundo para interpretar uma personagem feliz, para podermos gravar o vídeo, porque o meu verdadeiro sentimento era de puro ódio.

Mas pelo visto não era só eu quer iria ter que interpretar uma personagem.

PH estava com uma cara péssima.

—O que rolou, irmão? —perguntei.

—Nada, só cansado. —mentiu na cara dura.

Respeitei e não contestei, sabia que ele estava mentindo.
E o que for que estiver de errado, tenho certeza que descobrirei em breve.

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Interpretar uma personagem feliz estava sendo mais complicado do que eu pensei.
Toda vez que eu olhava pro Vitor, a sensação que eu tinha era que ele não me esperaria por muito tempo, como a havia me dito, e isso faria com que ele corresse atrás da Paty novamente.
Eu estava começando a me desesperar.

Gravamos o mesmo vídeo várias vezes, porque segundo a Paty, PH e eu estávamos com cara de enterro.

E só depois de várias tentativas, conseguimos terminar aquele maldito vídeo.

O Vitor voltou com a expressão de desânimo e tristeza, e isso aumentou ainda mais minha desconfiança de que eu posso ter algo haver com isso...

E se ele estiver assim porque quer terminar comigo?

Só de pensar nisso meu estômago embrulhou.

Quando estávamos indo embora, paramos na praça por alguns minutos, como sempre.
Menos o PH que logo foi embora.

Ele está tão estranho, mas não tanto quanto o Vitor...

—Tenho que conversar com você. —disse Vitor próximo ao meu ouvido, para que os Insanos não escutassem.

Meu corpo gelou por inteiro.

—Da pra adiantar o assunto? —perguntei, tentando disfarçar o nervosismo.

Ele apenas balançou a cabeça negativamente.

Por fora eu parecia plena, mas por dentro, eu me sentia extremamente mal e ansiosa.

Acho que ele quer terminar comigo.

Ou então, acho que ele quer me dizer que não aguenta mais esperar...

Ou até mesmo que prefere a Paty...

JÁ CHEGA! Não aguento mais esses pensamentos.

Vou propor que a gente vá pra minha casa conversar, não aguento mais essa angústia e...

Meu celular tocou.

Dária.

—Alô?

Maria. —choro — O Pedro Henrique terminou comigo.

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INSANOS - Sequência Imperdível de Maria MachoOnde histórias criam vida. Descubra agora