30 - Senhoritas e senhoritos

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Maria

Vitor ficou mesmo chateado com os Gogo boys, Thainá e eu nunca rimos tanto dele com ciúmes.

Passar algumas horas com eles foi incrível. Eu não queria voltar pra casa, justamente porque eu sabia o que me esperava.

—Maria, o que foi que combinamos? —minha mãe perguntou assim que me viu.

—Vocês estavam dormindo, não queria acordá-los. —eu disse na cara mais lavada possível.

—Deveria ter pedido autorização pra sair. —meu pai disse.

—Vocês acham mesmo que isso vai evitar que eu fuja de vocês?!
Cada vez que vocês fazem isso, eu tenho mais vontade de ir embora.

—Maria...

—Não vem com essa, pai. Vocês dois estão insuportáveis depois que voltaram a ser um casal. Eu preferiria mil vezes que estivessem separados, pelo menos eu podia viver minha vida em paz.

—Isso é jeito de falar?! —minha mãe perguntou indignada. Aproveitei a deixa pra ir pro meu quarto, antes que ela começasse a falar. —Está de castigo! Não sai de casa por 1 semana.

A última frase eu ouvi do corredor.

Eu posso até obedecer essa ordem durante a semana, Mas ela está muito enganada se acha que eu vou perder a festa da Thainá no sábado.

Muito enganada.

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Durante a semana, quase não trocamos palavras.
Passados 3 dias sem sair de casa, ela começou a pegar confiança em mim e devolveu meu celular.

Ótimo.

Agora eu podia combinar com o Vitor de me ajudar a fugir a noite.

Eu só precisava de uma carona pra chegar até no salão onde seria a festa, sair de casa a noite seria mais fácil, já que meus pais dormem cedo.

Vitor detestou a ideia de eu fugir, mas ele estava lá com o carro quando consegui sair pelo portão mesmo.

—Bem pontual. —eu disse sorrindo ao entrar no carro.

—Ainda não acredito que estamos fazendo isso de novo. —ele disse.

—Eu vou voltar antes de amanhecer, vai dar tudo certo. —eu disse, em seguida deu um beijo nele.

Seguimos  caminho até a festa.
Da esquina já dava pra ouvir o funk alto, coisa do João.

—Thainá já está aí? —perguntei assim que paramos na porta.

—Sim, deixei ela aqui antes de te buscar. Tem mais gente lá dentro do que eu imaginava, minha irmã não conhece metade dessa gente que o João convidou, eu aposto.

—E é só falar nele... —eu disse avistando João surgindo, falando ao celular.

Eu pedi 1 anão pra sair de dentro do bolo!! O cara tem 1,60m, é mais alto que minha namorada. —disse João no telefone revoltado. —Se eu soubesse que vocês iam mandar um anão com defeito, eu tinha colocado minha namorada dentro do bolo!

Eu ouvi o que eu ouvi? —perguntou Vitor.

Eu só sabia rir.

Não contestamos e seguimos o caminho iluminado, que ajudei a escolher, até o interior do salão.

Ao entramos na festa, avistamos o pessoal já numa dança envolvente, e bem na linha de frente, por incrível que pareça, estavam: Thainá, Cadu, Jairinho puro osso e Davi dançando horrores, montando coreografias que o restante dos convidados imitavam.

A Rosa, namorada do Davi estava um pouco envergonhada, em uma das cadeiras, só observando as danças doidas do Davi.

—João batizou o copo dele, e há alguns minutos atrás ele tava querendo ficar só de cueca.  —disse Rosa.

Eu ri.

Davi é o mais engraçado bêbado.

Sentamos na mesa com ela, e começamos a beber também.

Vitor pegou uma bebida pra nós.

Nicoli, a "namorada" que não é namorada do Cadu chegou com aquele jeitinho afobado dela.

—Oi gente!! Que saudade de vocês! —disse empolgada.

Cadu nega que gosta da menina, mas só foi ela chegar que ele saiu daquela pista de dança correndo.

—Nicolinha, você veio! —sorriu antes de abraçá-la e erguê-la no ar.

—Eu não podia perder!

Os dois ficaram conversando, esquecendo completamente do mundo, antes de irem requebrar até o chão juntos.

Cadu estacionou o Jairinho do meu lado.

—Cuida do Jairinho, Maria.

—Pode deixar. —eu disse.

Thainá ficou cansada e se sentou junto com a gente.

Estava linda, com um vestido tão brilhante quanto um céu estrelado. Parecia muito feliz.

—Feliz aniversário, meu amor! Você tá linda! —eu disse dando um abraço nela.

—Obrigada! —ela sorriu. — A Dária que fez minha maquiagem.

—Dária? Ela está aqui? —perguntei.

—Esta sim!

—E o PH?! —perguntei.

—Faz um tempo que não vejo ele.

Vixi... Os dois na mesma festa? E nenhuma briga? Estranho.

Não falo com a Dária desde o dia que minha mãe resolveu confiscar meu celular, mal pude saber o fim da história que ela tinha pra me contar sobre o Saulo.

Uma hora ou outra, sei que vou encontrar ela no meio dessas pessoas.

Não sabia que o João conhecia tanta gente.

Tentando reconhecer alguém no meio da muvuca, consegui reconhecer alguém que eu particularmente não queria nem ter conhecido, Posso reconhecer aquele cabelo azul de longe.

Não acredito que o João convidou a Fefe pra festa, só falta a vaca da Paty estar aqui também, as duas são tão amigas agora.

—Que cara é essa, amor? —Vitor perguntou.

Virei a bebida que estava na minha mão de uma vez só.

—Preciso de mais 3 dessa. —disse. —Olha a Smurf ali. —inclinei a cabeça na direção da Fefe.

—Ela tá sem câmera hoje? Estranho demais, até agora não veio nos interrogar pro site idiota dela.

—Por que o João convidou ela? Só falta a Paty estar aqui também.

—Não convidou. —disse Duda, namorada do João surgindo na conversa. —Ela tá de penetra mesmo, aliás, muita gente aqui está. Talvez a gente tenha perdido um pouquinho o controle.

—Meu Deus.. —disse Vitor. —Então quer dizer que tem um bando de estranho na festa da minha irmã?

—Isso mesmo, mas relaxem, ninguém mais entra na festa, nós estamos cuidando dos portões.

—Ai João...eu mato você! —disse Vitor irritado.

Nesse instante, um som irritante de microfonia se instaurou no ambiente, e no palco improvisado, surgiu João pedindo pra abaixar a música e roubando toda a atenção pra ele.

—Senhoritas e senhoritos, a seguir, o show que vocês tanto esperavam! —disse João— Gogo boys e gogo girls!

—GOGO GIRLS? —Duda, Rosa e eu perguntamos ao mesmo tempo.

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INSANOS - Sequência Imperdível de Maria MachoOnde histórias criam vida. Descubra agora