3 - Cena constrangedora

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Maria

—Pô Cleitin, aceita a grana e contrata alguém, quebra essa pra gente. —Implorou João.

—Ih.. isso vai demorar demais, e eu quero abrir esse bar amanhã mesmo. —Ele balançou os ingressos na nossa frente, como uma tentação. —Vão perder essa oportunidade?

Há muito tempo que uma banda tão legal não vem na nossa cidade...
Os ingressos já estão esgotados, e o Cleitin tinha em mãos 13 ingressos. Dava pra todos os Insanos e cada um com seu par e ainda sobrava.

—Passa o esfregão e a vassoura, Cleitin. —Vitor disse.

—É assim que se fala, garoto! —Cleitin comemorou.

E lá vamos nós.

Rapidamente, cada um de nós tinha uma função para tornar aquele bar, um local habitável novamente.

Parecia que estava fechado por anos de tanta poeira.

O trabalho em equipe estava tornando aquilo menos entediante, colocamos a música Ninguém me ensinou  pra tocar e aquilo nos deu uma motivação.

—Espero que esse show valha mesmo a pena. —disse PH.

—É a Lagum cara, vale a galinha inteira. —disse Cadu.

Em 1 hora, o bar já tinha outra cara.
O trabalho foi muito bem feito, mas em  compensação estávamos mortos de cansados.

—Não sinto minhas mãos. —Cadu disse.

—Claro, tu é burguês, nunca deve ter limpado nada na vida. —João disse.

—Não vou nem falar nada, porque você tá certo. —disse Cadu.

Enquanto Vitor e eu carregávamos as mesas e cadeiras para dentro do bar, avistei Cleitin conversando com Júlio, ali perto.
Mas fingi que não vi, Vitor e ele são como água e óleo, cão e gato.

Depois de eu ter o obrigado o Vitor a me dizer o que foi que o Júlio disse de mim naquele dia que ficamos no cinema, eu só consigo sentir raiva dele também.
Júlio disse pro amigo dele que eu fui a mais fácil de pegar, a menos bonita, e que eu nem valia a pena mais, já que eu me comporto como um homem.

—Olha lá o babaca. —Vitor disse assim que o viu.

Júlio também vive perseguindo o Vitor nas redes sociais.
Ele não aceitou bem ter perdido o emprego por causa da briga dos dois no restaurante, e muito menos ter apanhado pro meu namorado, vive o provocando.

—O que será que ele veio falar com o Cleitin? —perguntei.

—Vamos saber agora, eles estão vindo pra cá.—Vitor disse, e me envolveu em um abraço, como se quisesse me proteger.

Parecia que uma nuvem acabara de cobrir o sol.

Os dois se encararam.

Cleitin percebeu o clima pesado entre os dois.

—Então... Acho que vocês já devem se conhecer, esse aqui é o Júlio, meu novo garçom.

Júlio sorriu ironicamente.

—E aí, Vitinho. Parece que nos veremos muito daqui pra frente. —Julio disse.

—A única coisa que você vai ver, é meu punho fechado na sua cara, imbecil.

Júlio riu sarcasticamente.

—Você não perde essa marrinha né? Impressionante. Quero ver se vai continuar com ela, quando eu quebrar todos os seus dentes.

INSANOS - Sequência Imperdível de Maria MachoOnde histórias criam vida. Descubra agora