INSANOS - Sequência Imperdível de Maria Macho

23 - Rebeldes

Maria

Vitor começou a rir, como se eu estivesse brincando.

Mas eu permaneci séria, só então ele percebeu que eu falava sério.

—Enloqueceu? E o nosso trabalho? —perguntou.

—Segundo o calendário que a Paty passou pra gente, só temos uma propaganda pra fazer daqui a 4 dias, ou seja,  voltaremos antes disso, eu estava pensando em passar 3 dias fora e deixar um dia pra organizar tudo, esses dias longe vão servir pra gente ter um tempo pra organizar as ideias, vamos pra um lugar onde tem natureza, aproveitar que você já tirou sua carteira de motorista!

—Parece uma boa ideia. Uma ideia louca, mas mesmo assim boa. Talvez ir pra um lugar longe de todos esses problemas seja bom.

Eu comemorei loucamente por dentro, mas por fora eu só sorri.

—Mas espera aí, os seus pais vão concordar com isso? Eles não querem me ver nem pintado de ouro, imagina se eles vão deixar a gente viajar sozinhos.

Nunca deixariam.

Vitor não faz ideia, mas estou de castigo nesse exato momento, e meu plano começa comigo fugindo pela mesma janela que ele entrou.
Mas se eu disser isso, ele não vai mais topar, até porque ele não gosta de problemas.

Sei que uma hora eles vão descobrir, mas quero fazer isso em forma de protesto também.
Meus pais tem que parar de ser tão controladores!

—Eu vou conversar com meus pais, conversa com os seus, só não diz pra eles onde exatamente nós vamos.—eu disse fingindo costume.

Concordamos que amanhã é o dia que vamos organizar tudo, comprar comida, arrumar nossas mochilas, pôr gasolina no carro de um amigo mais velho do Vitor que a gente vai pegar emprestado.

Quando ele estiver vindo me buscar, eu já terei pulado minha janela e  estarei do lado de fora do portão, depois eu conto que fugi.

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O grande dia chegou, eu estava tremendo tanto.

Era a primeira vez fugindo de casa.

Resolvemos sair bem cedo, mas meu pai já estava acordado na sala, não dava pra passar pela porta, então o plano de pular minha janela permaneceu intacto... Eu só espero que eu continue intacta também.

Primeiro joguei minha mochila que estava super pesada lá embaixo, e esperei alguma reação do meu pai, mas acho que ele não ouviu nada.
Desci pela escada, um pé de cada vez, com muito cuidado, demorei mais do que achei que demoraria, mas cheguei inteira no chão.

Fui pro portão e abri cuidadosamente.

Sai pisando com cuidado pra não fazer nenhum barulho.

O Vitor já estava chegando.
Tentei disfarçar meu nervosismo, mas ele percebeu assim que entrei no carro.

—Tá nervosa né? —perguntou.

—Eu? Nervosa? Imagina. —Tirei minha garrafa de água da mochila, e minha mão começou a tremer enquanto eu levava a garrafa na boca, fazendo ele rir de mim.

—Relaxa, amor. Eu conheço bem o lugar que eu vou te levar. E eu já fiz nossas reservas no mini hotel que tem lá perto não tem de quê se preocupar!

Mal sabe ele que nem é por isso... E sim, eu tenho muito com o que me preocupar!

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