29 - Festa da thaitai

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Maria

Quando acordei no dia seguinte, meus pais ainda estavam dormindo.

Não fazia ideia de onde ela havia escondido o meu celular, procurei por alguns minutos, mas logo desisti.

Quer saber?

Vai ser mais difícil dela me encontrar se eu sair sem o celular.

E foi isso que eu fiz.

Primeira parada, Casa do Vitor.

Apesar de conhecer os pais do Vitor  desde criança e saber que eles são legais, tive medo de que eles não quisessem mais minha presença na casa deles.

Mas, ao contrário do que eu temia, eles me receberam super bem quando cheguei.

—O Vitor está no banho, já já ele está aqui. —Disse a mãe dele com um sorriso. —Sente-se conosco pra tomar café da manhã.

Eu estava morrendo de fome mesmo.

Aceitei.

—Como ele está? —perguntei.

—Já consegue apoiar o pé no chão. —disse o pai.

—Que bom. —disse. — Tive tanto medo de ter sido algo grave.

—Felizmente, não foi um corte tão profundo.

—Eu sinto que tenho culpa nisso tudo, afinal, foi ideia minha fugir de casa... Eu estou arrependida, vocês conseguem me perdoar? —perguntei.

—Que isso, filha. O pior já passou. —disse a mãe do Vitor acariciando minha mão. —Fica com o coração tranquilo, nós não guardamos nenhuma mágoa de você. Jovens erram, é inevitável. Mas que bom que vocês aprenderam com o erro.

Queria que minha mãe fosse assim.
Dei um abraço na minha sogrinha.

Enquanto isso, Thainá entrou na cozinha e se sentou conosco.
Estava muito diferente de um mês atrás, Mais magra, abatida, e parecia fraca.
A impressão piorava, porque a mãe dela estava passando manteiga no pão para ela, ela parecia não conseguir.

—Senti sua falta, Maria. —disse Thainá.

—Eu também senti a sua. —disse disfarçando ao máximo a minha cara de pena. —Ansiosa para o seu aniversário?

—Ela não para de falar disso, Maria. —disse a mãe rindo.

Sorri.

Os olhos dela começaram a brilhar.

—Ja disse pro João organizar a minha festa de aniversário, ele é bom nisso. —disse com empolgação. —Quero uma festa bem adolescente! Idaí que eu vou fazer 26 anos?!

—Colocou sua festa nas mãos do João?! Coragem! —eu ri.

—Ele é doido, né? E o ajudante dele é o Cadu. Não espero menos que a polícia venha participar também. —thainá riu.

Enquanto Conversávamos sobre a festa.

Vitor finalmente apareceu.

Estava lindo.

—Opa, que meu dia acabou de ficar melhor. —Ele disse assim que me viu.

Me levantei e fui dar um abraço nele.

Estava tão cheiroso.

Eu não queria soltar, mas o abraço estava durando tanto que parecia que eu não via ele há séculos.

Ele me deu um selinho, na frente dos pais dele. 

Morri de vergonha, mas não via a hora de sentir os lábios dele de novo.

INSANOS - Sequência Imperdível de Maria MachoOnde histórias criam vida. Descubra agora