10 - Garçons

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Maria

—Bom dia, filha. —meu pai disse assim que me viu, minha mãe e ele estavam tomando café da manhã juntos na mesa.

—Bom dia.—respondi nada animada. Tudo que rolou ontem ainda passeava na minha cabeça. E apesar do Vitor ter sido um fofo, eu ainda me sinto mal.

—Você trouxe o seu namorado aqui pra casa ontem? —Meu pai perguntou evitando olhar nos meus olhos.

—Sim, eu só li a mensagem de vocês quando cheguei aqui. —respondi naturalmente.

—E... —minha mãe coçou a garganta. —Que horas o Vitor foi embora ontem? —minha mãe perguntou.

—Não percebi, peguei no sono. —eu disse.—Quando eu olhei, ele não estava mais do meu lado.

Meu pai tossiu.

Eu os olhei, os dois estavam se entre olhando de forma estranha, foi então que eu percebi o que eles estavam pensando e eu quis morrer ali mesmo.

—Filha, você e aquele moleque, quero dizer, o Vitor, vocês já...como eu posso dizer? ...—meu pai começou a gaguejar.

Quase me curvei de vergonha.

Não acredito que estávamos tendo "A conversa" na mesa do café da manhã.

Ainda mais depois do desastre que aconteceu ontem.

—A gente só quer saber se vocês estão se protegendo direitinho?
Sabemos que na idade de vocês os jovens ficam com os hormônios a flor da pele e eu não quero ter netos agora.—minha mãe completou.

Eu queria cavar um buraco e me enterrar viva.
Ainda mais porque eles não fazem ideia de que nunca aconteceu nada entre nós.
Mas eu não vou dizer isso, nem morta.
Na real, eu nem sabia como sair daquela situação.

Eles me deram um show de métodos contraceptivos, por uns 10 minutos e cada minuto que passava a vontade de me jogar de cima de um prédio aumentava.

—Não se preocupem. —eu disse me levantando daquela mesa o mais rápido que eu consegui. —Apenas confiem em mim.

—Traz ele aqui que eu quero ter uma conversa com ele. —meu pai disse quando eu estava saindo em direção ao meu quarto.

—Nem morta. —respondi sem olhar pra trás.

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Mais tarde...

Hoje, os Insanos tem um trabalho inusitado pra cumprir.
Vamos ao aniversário do Claudinho, sim o moleque que eu tive que dar um selinho na tentativa de livrar o PH da cadeia.
E no fim das contas, eu fiz isso a toa.
Os meninos me zoam até hoje por isso, e o moleque é obcecado por mim.

O nosso ponto de encontro era o clubinho, na casa do Vitor.
Cheguei antes de todos os Insanos.

Vitor me recebeu com um abraço e em seguida me deu um beijo na testa e um na boca.
Nem tocou no assunto de ontem, felizmente, eu não estava nem um pouco afim de reviver o que aconteceu e ele me conhece tão bem, ao ponto de eu não precisar dizer nada.

—Meu amor, preciso que você faça um autógrafo nesse skate, vamos dar ele de presente pro Claudinho hoje, ele vai pirar.—ele disse me entregando uma caneta.

Autografei o meu nome embaixo do dele.

Quando o restante dos meninos foram chegando, eles também assinaram.

INSANOS - Sequência Imperdível de Maria MachoOnde histórias criam vida. Descubra agora