INSANOS - Sequência Imperdível de Maria Macho

62 - Você promete?

Maria

Acordamos assustados com os berros da minha mãe.

—Eu exijo uma explicação, Maria Luz! —Minha mãe dizia.

O Vitor já estava ficando constrangido, e eu com mais raiva ainda.

—Eu sei que a Maria foi fazer companhia pra sua irmã doente no hospital, mas eu não quero que isso seja desculpa pra você invadir minha casa. —ela disse ao Vitor.

E pra mim, foi a gota d'água que faltava pra
minha raiva transbordar.

—Que coisa mais ridícula de se dizer a alguém. —eu me levantei olhando pra ela. —O Vitor está aqui porque nós voltamos a namorar! E você está sendo patética agindo desse jeito!

—Eu não acredito que eu tô ouvindo isso!
Maria Luz esse garoto traiu você, será que você não percebe que ele só tá te usando?! Te leva pra caminhos errados, faz você fugir de casa... Será que não percebe isso filha?!

—Mãe, EU que tive a ideia de fugir da outra vez, FUI EU que dei a ideia e não contei pro Vitor que iríamos fugir, na cabeça dele, você sabia de tudo, mas não. VOCÊ era o motivo de eu não querer mais ficar nesse ambiente, você vive desconfiando de mim, me controlando em absolutamente tudo, sendo que nunca dei motivos e sempre fui uma excelente filha. Do que você tem medo?! Eu vou continuar namorando o Vitor quer você queira ou não. Eu não aguento mais essas cobranças em cima de mim, eu quero ser feliz em paz. Você já teve a sua época de adolescente, viveu tudo o que queria, e eu não faço um terço do que você fazia, deixa eu viver minha vida também.

Ela ficou me olhando assustada, cheia de lágrimas nos olhos.
Me doeu muito, mas eu precisava colocar pra fora o que estava entalado.

Segurei a mão do Vitor e arrastei ele comigo em direção a porta.

—Onde você vai? —ela perguntou.

—Pra algum lugar que não tire minha paz essa noite. —disse e saí.

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Vitor

—Peço desculpas por você ter que ouvir isso da minha mãe, as vezes ela não tem noção. —A Maria disse assim que pisamos fora da casa dela.

—Relaxa, tá? Eu sei que quebrei a confiança dela, e que vai ser difícil recuperar. —eu a envolvi em meus braços pra ela ficar mais perto. —Além disso, você não precisa se desculpar.

—Ela passou dos limites. Eu não vou dormir em casa hoje. —disse secando algumas lágrimas insistentes.

—Você não precisa, e eu vou estar junto com você. —garanti.

Caminhamos pela praça iluminada, já era noite mas ainda havia crianças correndo pra todos os lugares, famílias inteiras e música infantil tocando.

O clima aconchegante fez com que parássemos por ali pra distrair a cabeça, ao menos, tentar.

Ambos estávamos com nossas mentes abaladas.

O cheiro de pipoca e algodão doce estava convidativo, então comprei os dois pra gente.

A Maria estava visivelmente abalada por ter brigado com a mãe há alguns minutos, mas consegui um sorriso dela quando entreguei o algodão doce.

—Fazia muito tempo que eu não comia um algodão doce e tinha um pico de açúcar do sangue, é uma sensação única.—ela riu.