Helena
— Você não pode negar seus pensamentos no escuro e muito menos negar a verdade do que lhe acontecia e enquanto me preparava para dormir pensava que amanhã se aproximava o momento da virada e como aquilo poderia me afastar da minha humanidade,ao colocar alguns panos no chão e apenas me deitar e ficar observando o teto e o barulho silencioso de certos animais que adoravam a noite percebi o quanto me sentia perdida.
Athos:– Você não precisa ficar uma pilha de nervos.
— Como sempre Athos acha que tudo se resolve fácil e rápido,talvez nem percebesse meu nervosismo naquele momento já que se pudesse sairia correndo,deixando ele e qualquer um para trás.
Athos:– Imagino o quanto esteja nervosa.
— Agora vai dar uma de compreensivo?Até parece que vou cair nesse seu jogo!
Helena:– Não me diga que entende pelo que estou passando Athos porque assim vou entender que está apelando!
— Ele tinha feito uma cama improvisada de panos ao meu lado e assim poderia me encher pelo resto da noite e de qualquer jeito não poderia fugir dele naquela noite e algo mais profundo dizia que nem comseguiria fazer aquilo.
Athos:– Não falei isso.
Helena:– Então o que?
Athos:– O que vai acontecer amanhã,que você se tornará o que somos e poderá sentir o que sentimos.
Helena:– Nossa que legal Athos!
Athos:– Estou falando sério.
Helena:– E você acha que eu não?
— A gente se encara por alguns segundos e noto um certo brilho em seu olhar como se duvidasse das diversas vezes que fui seria com ele se bem que nas muitas colocações que fiz estava sendo sarcástica.
Helena:– Tudo bem posso ser má um pouco mas no fim das contas tentei ser séria.
Athos:– Quando era mais jovem na primeira vez que me transformei levei um tempo para retornar.
Helena:– Mesmo?Por que?
Athos:– Todos os sentimentos ruins engasgados na garganta pareciam sempre ganharem e nunca me sentia calmo o bastante para voltar parecia que o ódio era mais forte que tudo.
Helena:– Sei como é isso.
Athos:– Não pode deixar que sentimentos obscuros fiquem por cima me entendeu?
— Aquilo soava sério e nem parecia ele falando porém resolvi escutá-lo porque não tinha ninguém para me ajudar e segundo acreditava que estava ali por minha causa.
Helena:– Pode deixar.
— Ele se abranda um pouco e continua olhando para o teto da caverna e assim como eu se perdia em pensamentos.
Athos:– Quando voltei à minha forma humana descobri algo horrível e acabei por entender o que realmente era e o que podia fazer.
Helena:– Não me diga e o que aconteceu de tão grave para você pôr sua consciência pra funcionar?
— Sei o quanto soava irônica e até malvada porém não conseguia controlar porque ao mesmo tempo que reconhecia que Athos está aqui também me lembro o que é,o que sou juntando tudo me sinto uma pilha de nervos.
Athos:– A fera matou minha mulher e por causa disso me isolei.
— Quando termina de me revelar aquilo parece que me deu um soco certeiro no estômago,agora me sentia a pior das pessoas por zombar da sua dor,droga!
Athos:– Você está sem palavras delícia?
Helena:– Me desculpe Athos.
Athos:– Foi antes de toda essa merda acontecer no mundo porém tivemos uma filha mesmo sabendo que seria impossível ficar com ela.
Helena:– Por que não?
Athos:– Ela era humana e isso é a pior coisa que meu povo pode pensar.
Helena:– Você tá brincando com fogo então.
Athos:– Por que?
Helena:– Dando em cima de uma caçadora se outros souberem.
Athos:– Você é uma de nós caçadora apesar de não me querer na sua cama já te considero parte da minha família.
— Droga!O cara tinha jeito com palavras porém o que tinha me contado sobre sua família me fazia ter um pouco de empatia por ele e agora até estou reconsiderando suas palavras.
Helena:– Muito obrigado e sua filha?Aonde ela está?
— Naquele momento se mantém calado e com receio porque de algum jeito se sentia temeroso pelo futuro da filha?Não iria lhe perguntar nada.
Athos:– Com minha irmã.
— Agora novas revelações do passado dele,como será que esconde tão bem seus segredos?
Helena:– Athos seu idiota nem sabia que tinha irmãos!
Athos:– Dois na verdade entretanto não acho que queiram olhar para minha cara de novo.
Helena:– Por que não?
Athos:– Matei os parceiros deles.
— Não sabia o que rolava entre seus irmãos e só entendia que Athos poderia ser sombrio de uma maneira que não tinha imaginado já que na minha cabeça ele era só outro alfa que mandava e desmandava em seu povo fazendo os humanos de bichinhos de estimação só que a ironia da vida é essa.
Athos:– Do que está rindo?
Helena:– Não é de você eu garanto.
— Uma hora estava odiando e declarando que mataria até o último dos lobisomens por ter feito um verdadeiro massacre com meus familiares e agora tinha até um pouco de empatia por um deles?A vida era bem estranha as vezes.
Helena:– Só acho irônico terminar minha vida como uma loba.
Athos:– Uma loba putamente sexy.
— Tentei soar fria porém ao olhá-lo lhe pego com a mão lá embaixo enquanto me devorava com seu olhar que porra!
Helena:– Você não conhece a palavra limites não!?
— Me levanto para tentar ficar o mais distante possível desse cara que parecia aos poucos vencer pelo cansaço.
Athos:– Não te obrigo à nada.
Helena:– Você só fica rondando igual um lobo né!?
Athos:– O que posso fazer minha delícia?É da natureza.
Helena:– Eu te odeio!
— Mesmo tentando com todas as forças não é isso que estava sentindo de fato porém minha mente e meu coração estavam uma bagunça total e não sabia como resolver a situação ao meu redor.
Athos:– Venha.
Helena:– O que?
— Ele tinha estendido a mão que tocava seu...nem quero pensar sobre isso porque se não perderia o resto de controle que ainda tinha mantendo.
Helena:– Beleza.
— Passo sem nem olhá-lo ou tocá-lo e me coloco embaixo dos lençóis outra vez.
Athos:– Sem boa noite delícia?
Helena:– Boa noite!Ah propósito valeu.
Athos:– Pelo que?
Helena:– Por me contar sobre seu passado.
Athos:– Achei que seria melhor assim.
Helena:– Para o que?
Athos:– Entrar dentro de você.
Helena:– Tarado!
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Criança Selvagem
WerewolfEm um futuro distopico controlado por lobisomens desde a última guerra poucos humanos sobraram e esses sobreviventes tem apenas duas opções ou se tornam escravos para o prazer ou são treinados para serem caçadores de traidores ou fugitivos,Helena é...