Criança Selvagem

Capitulo 22

Athos
          — Tinha feito o correto e não importa o que houve no passado apenas precisei fazer o que era certo para minha família.                 
                     (NO PASSADO)
Valentim:– Tem certeza do que está me dizendo?
          — Fiquei me perguntando milhares de vezes enquanto meu coração ameaçava sair pela boca porém sabia o que tinha escutado e mesmo que ele não acreditasse como parecia precisava dizer,Valentim era o próximo à liderar o clã porém nosso pai acreditava em mim e isso foi contado em meio a reunião já que as primeiras tentativas contra os humanos tinham sido um enorme sucesso e mesmo com todas as baixas os Alfas que começavam à controlar os países ficaram em dúvida sobre a liderança do Brasil já que à poucos dias houve uma verdadeira guerra aqui pela sobrevivência e os primeiros à cair foram as maiores cidades com sua população gigante,que foram reduzidos à formiguinhas e nem sei porque continuei pelo litoral acho que depois que descobri sobre a gravidez de Susana e ela me convenceu que gostaria de ter nosso filho em terras brasileiras acabei sucumbindo as suas vontades e mesmo sendo anos antes do meu povo decidir acabar com aqueles que os matavam por séculos achei que fosse uma boa idéia.
Valentim:– Você precisa concordar irmão que parece absurdo essa acusação não é?
             — Eu tinha certeza que ele estava apaixonado por aquela humana e por essa razão aconteceu a transformação dela e para meu azar precisei aprender do pior jeito que as pessoas nem sempre são aquilo que parecem quando lhe escuto contar para sua amante que já tinha o que desejava de Valentim,agora precisava retornar para seus conhecidos e se não fosse pior a mulher em questão tinha úm relacionamento com Rita minha irmã mais nova e que tinha fortes laços com aquela safada que parecia ter colocado um feitiço em ambos.
Athos:– Tem que ouvir a razão irmão e confiar em mim.
           — Ele olha para todos os lados e tenta acreditar em outras alternativas porém a verdade era amarga como aquele soco que tinha acabado de me dar.
Valentim:– Como sempre Athos você quer atingir o máximo de pessoas desde a morte da sua esposa não é!?
           — Confesso que perder Susana era uma ferida aberta que não conseguia sarar mesmo quando falava para meu subconsciente que tinha chegado o momento de aceitar e seguir em frente porque nada faria com que ela retornasse mesmo assim era um aprendizado todos os dias.
Valentim:– Ela não é uma traidora.
            — Tento não bater de volta na cara desse idiota porque parecia que tinha ficado cego porém Rita diferente dele acabou acreditando em minhas palavras e naquela mesma noite que descobriu a traição resolveu se vingar da única pessoa que tinha gostado realmente.
Rita:– Não se preucupe comigo meu irmão ficarei bem.
            — Mesmo sendo tão nova ainda na época parecia mais sábia do que aparentava.
Rita:– Que foi?
            — Seu cabelo negro estava solto e mesmo passando da cintura e cobrindo parte do rosto conseguia ver um brilho diferente escorrendo por suas bochechas.
Athos:– Porra!Me sinto um idiota!
           — Ela limpa o rosto e respira fundo em seguida me dá um meio sorriso.
Rita:– É porque você é um idiota meu irmão.
          — Ambos sorrimos um para o outro e mesmo sabendo que ela é mais forte do que qualquer um de nós sei que não precisava guardar tudo para si mesma.
Athos:– Se quiser um ombro amigo para falar estou aqui.
         — Rita revira os olhos e com uma cara de deboche toca em meu ombro.
Rita:– Por favor não seja um mariquinha seu imbecil!
        — Aí estava a garota divertida e forte de volta e mesmo com o mundo desabando sobre sua cabeça não admitia isso para ninguém.
Rita:– Trarei as duas para jantar em casa essa noite.
Athos:– Você sabe que ele virá com ela não é?
Rita:– Maninho estou contando com isso.
        — Foi dito e feito Rita chamou seu irmão junto da namorada descarada dele e os fez acreditar que estava tudo bem e para mim foi difícil crer que desempenhava um papel tão bom para ninguém suspeitar porém Rita fez com maestria até que deu as bebidas para cada um.
Rita:– Bebam meus amigos porque essa noite vai entrar para a história.
        — Mesmo Valentim estando puto comigo acabou cedendo e vindo e mesmo sendo um plano que não fazia idéia,tive certeza daquilo em seguida que os venenos nos corpos começaram à surtir efeito e ambas caíram mortas.
Valentim:– Que porra é essa!?
Rita:– Não se atreva à falar irmão!
Valentim:– Que tipo de lavagem fez nela Athos!?
        — Permaneci calado e afastado porque nada do que eu falasse ele iria acreditar e essa cena já tinha acontecido antes e mesmo assim Valentim jurava que aquilo não ficaria impune.
Rita:– Está me ameaçando?
Valentim:– Não irmã é uma promessa.
          — Tive uma grande sorte por aquele tolo apaixonado jamais saber da existência da minha filha porque tinha certeza que iria atrás apenas para me fazer sentir a mesma sensação de raiva e vazio que sentia naquele momento, assim não querendo ouvir ninguém acabou saindo com o corpo da namorada morta da sala e Rita mesmo depois de traída continuava ao lado do corpo daquela que jurou amar para o resto da vida.
Rita:– Ele saiu?
Athos:– Depois da surra que me deu sim.
            — Não tive coragem de revidar porque mesmo sabendo da verdade,entendendo que aquilo que iria acontecer era grave porque poucos dias antes tinha descoberto por escutas colocadas em seus quartos que planejavam a morte do nosso pai para que Valentim pudesse assumir o controle sendo o novo alfa porém não conseguiram concretizar o plano e assim todas as respostas que aquela traidora poderia dar ao meu irmão foram para o túmulo com ela.
Rita:– Ótimo.
Athos:– Não posso te deixar sozinha aqui.
Rita:– É como sempre estive.
Athos:– Vamos embora por favor você eu e meu filho para longe de tudo isso,podemos ainda ser uma família!
           — Ela dá uma risada seca e sem humor e tomando assim sua decisão.
Rita:– Vou embora sim meu irmão porém sozinha.
Athos:– Para onde vai?
Rita:– Criar meu próprio mundo,vou levar seu filho comigo.
           — Ela entendia assim como eu que não poderia me deixar junto da criança porque primeiro era muito perigoso,segundo porque Valentim não está mais no seu juízo perfeito.
Athos:– Eu entendo Rita.
Rita:– Adeus meu irmão.