Criança Selvagem

Capitulo 40

Angelica
           — Não sabia onde estava minhas amigas só tinha certeza que não poderia voltar por aquele mesmo caminho já que estava sendo perseguida por uns três mais ou menos e já tinha tentado desviar deles algumas vezes até que cheguei em um beco sem saída e acabei pulando através daquele muro para o outro lado onde tinha bastante lixo amontoado o que aconteceu minha queda.
Angelica:– Ai!
            — Estava esfregando a cabeça e com a outra mão parte da bunda onde estava doendo e acabo pegando meu bastão e sigo fugindo daquelas aberrações,só esperava que Monalisa e Christina estivessem bem.
            — Sigo correndo até um estacionamento onde a maioria dos carros velhos amontoados criavam diversas sombras e assim corro através deles tentando despistá-los até que me abaixo e me escondo embaixo de um e fico com o coração na mão quando escuto a correria daquelas coisas sedentas por carnificina.
           — Percebo que parei de respirar temendo que de alguma maneira pudesse descobrir que a presa estava bem ao seu alcance,ao ver aquelas patas diminuindo seus passos como se estivesse pronto para vim até onde tinha me metido e arrancar a carne de meus ossos sinto tantas coisas e a pior delas era me sentir inútil daquela maneira.
           — Ele está parado à poucos metros do carro que estou escondida e está alerta e farejando,Deus!Sou uma daquelas que ficava na linha de frente enfrentando essas coisas e agora estava me escondendo como uma pobre coitada deles!?Que decadência.
           — O monstro volta à andar e dessa vez está rondando como se esperasse um pedido de rendição meu só que isso não iria acontecer e vou pegando meu bastão com cuidado e tentando me preparar para aquele confronto quando percebo que está prestes à levantar aquele meu esconderijo rolo para o outro lado que tinha um carro bem antigo que faltava as portas e nesse momento ele dá um urro de raiva misturado com frustração ou será que fazia idéia que está brincando comigo!?Ainda sim fiz um pouco de barulho com esse movimento então rezei em meu interior para que apenas desistisse ao chegar mais perto e dessa vez está literalmente ao meu lado percebo que não há como me esconder novamente já que existia apenas uma parede branca do lado oposto,se fugisse agora não iria tão longe assim.
              — Tenho meu coração quase saindo pela boca quando vejo aquele rosto demoníaco com dentes enormes cheios de sangue e puro ódio e olhos amarelados desejando abrir meu corpo e se alimentar dos meus órgãos então acabo saindo o mais rápido que consigo sem tentar imaginar se estava ou não atrás de mim ou se teria chance porque para ser honesta comigo mesma não queria saber da resposta e acabo entrando em uma pequena lanchonete abandonada,cadeiras e mesas vermelhas estavam jogadas e quebradas,enquanto me escondo atrás da bancada negra tentando imaginar como consegui me enfiar nessa merda toda faço silêncio tendo apenas minha respiração irregular que aos poucos se acalmava só que para meu azar aquilo não durou tanto quanto imaginei.
             — Estava sentada e ouvi a porta ser aberta tão delicadamente como se um freguês estivesse entrando e o sino que alertava sobre a presença de alguém já havia soado e agora precisava ser forte e durona o suficiente para não haver medo ou receio em meus movimentos,é quando escuto seus passos perto e ao apertar a arma que segurava com força me levanto porém antes de pular em cima daquele bicho Jung aparece abrindo a porta com tudo e com um olhar sério no rosto.
Angelica:– Eita!
            — Ele tira dos bolsos duas facas banhadas à prata e agora estava sorrindo!?Que tipo de idiota vai pra cima de uma coisa dessas só com essas armas!?Precisava ajudá-lo de alguma maneira,sei que éramos apenas nós só que era melhor lutar assim do que sozinho,esse doido perderia!
Jung:– Não se aproxime.
           — Tinha dado apenas alguns passos enquanto o lobisomem rosnava e ficava ao redor daquele estranho perturbador,como poderia estar tão calmo!?Foi quando o vejo pular sobre aquele bicho e se enroscar em seu pescoço e ambos começam à tentar machucar um à outro,por que não podia ir ajudá-lo!?Ficar observando daquele jeito me fazia sentir horrível e se ele se machucasse pra valer!?Então Jung esfaqueia o peito daquele monstro o fazendo ficar muito mais puto com sua ousadia e assim se desvia ficando a poucos metros atrás dele então aquele bicho me vê pela primeira vez que tinha entrado em combate com o conselheiro e fico em posição de ataque até que algo que não esperava acontece que é aquele maluco golpear o lobisomem no pescoço o fazendo cair sem vida no chão.
Angelica:– Não acredito!
            — Sem esperar que eu falasse mais alguma coisa começa à puxar meu braço sem ligar que estávamos no meio de uma disputa entre raças ou sei lá como poderia chamar aquilo.
Jung:– Falei para não se meter!
Angelica:– Obrigado!
             — Parecia loucura falar isso agora só que precisava reconhecer que tinha sido salva por aquele cara então meu agradecimento veio tão rápido quanto seu virar até mim.
Jung:– O que disse?
Angelica:– Você é surdo!?
             — Antigamente Adorava vê-lo pelos programas de tv que passava no bar com as meninas me sentia super feliz mas agora!?Queria apenas socá-lo  com toda minha força por ser tão insuportável!
Jung:– Gosto da maneira que diz.
             — Nesse momento ele me solta e caminhamos lado à lado e mesmo sabendo que poderíamos ser abordados por outras aberrações não me sentia temerosa apenas queria conversar com aquele desgraçado por alguns momentos.
Jung:– Fomos interrompidos por Valentim antes então quando tudo isso passar espero poder sair com você.
Angelica:– E se eu não quiser mais?
            — Agora pelo canto de olho o vejo dar um meio sorriso como se planejasse vários tipos de loucuras para me convencer do contrário.
Jung:– Vou adorar persuádi-la.
Angelica:– Certo.
Jung:– Então você vai pra cama comigo ou não?
Angelica:– Que!?
Jung:– Eu não briguei com aquele maldito no bar.