Capítulo 24

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Helena
          — Meu corpo estava calmo mesmo sentindo como se a qualquer momento pudesse enlouquecer por aquela enxaqueca em minha cabeça e mesmo sabendo que era noite e precisava me transformar só não aconteceu,será que aquela injeção fez algo grave em meu interior?
Athos:– Eu devolvi o que me pediu agora vou embora e levarei ela.
Valentim:– Calma aí irmão!
Athos:– Não vai ficar com a Helena me entendeu!?
Valentim:– Por que não manda seu arqueiro e seu assassino baixarem as armas e mostrarem os rostos hum!?
Athos:– Tudo bem ela está fora de perigo agora não é Valentim?
Valentim:– Por enquanto pelo menos.
             — Não conseguindo adormecer de novo e me encontrar com meus entes queridos acabo abrindo os olhos devagar e sentindo uma dor horrível.
Helena:– Deus!
Monalisa:– Amiga!O que esse monstro fez!?
Christina:– Não se preucupe com a gente ou melhor nem tenta falar beleza!?
Athos:– Ei minha delícia?
             — Por incrível que pareça estava me sentindo bem com aqueles rostos e principalmente com o dele e nem mesmo acreditava que voltaria porém Athos voltou e trouxe reforços e agora me segurava nos braços,mesmo estando deitada e sentindo dor fiquei agradecida por aquela proximidade.
Helena:– Achei que não viria.
             — Ele está tão perto que posso sentir sua respiração em meu rosto.
Helena:– Minha cabeça está estourando.
Valentim:– Não se preucupe isso deve ser por causa da injeção.
Christina:– Quem você pensa que é para machucar ela!?
Monalisa:– Calma tá!?Ela está bem pelo menos,é o que importa agora vou preparar um chá ei você!?Tem gengibre por aqui?
Valentim:– Posso arranjar qualquer coisa para você.
Monalisa:– Tudo bem me mostra!
Christina:– Vou com você também!
             — Os passos de todos vão se afastando até ouvir apenas os grilos e o barulho da fogueira ao redor queimando como minha mente.
Helena:– Não acredito que tenha voltado.
Athos:– Achou mesmo que eu te deixaria para trás?
Helena:– Bem eu faria isso.
            — Tinha jogado verde para ver se colhia maduro para que assim de alguma forma concordasse que no fundo fosse só outro monstro sem coração como os outros e me entregasse porém uma voz gritava por dentro que não me ferisse mais com outra traição.
Athos:– mentira sua mentirosa.
            — Athos sussurra aquela frase tão baixa em meu ouvido que me fez sorrir,porra!Talvez estivesse esperando mesmo essa resposta.
Athos:– Você não faria esse tipo de coisa e quer saber o por que?
           — Dou um meio sorriso e apesar de estar cansada não deixo de olhá-lo nem por um segundo sequer.
Athos:– Porque a mesma caçadora que voltou para resgatar as amigas não deixaria alguém que ela julga estar do seu lado.
Helena:– Seu idiota!
           — Sinto a barba dele tocando minha pele enquanto seus lábios me deixavam estremecida e balançada,queria dizer que resisti e mordi ele para que não me tocasse porém estava adorando aquele beijo.
Athos:– Viu só?
Helena:– O que?
Athos:– Como eu pensei você tem um gosto incrível.
          — Ao falar aquilo fecho os olhos para que não me visse corar porque aquelas frases ditas daquela maneira estavam me deixando sem graça.
Christina:– Falta pouco agora.
Helena:– Não tem problema agora só quero tomar um banho.
Christina:– Acho que no caminho para cá vi um rio.
Athos:– Ótimo,podemos?
         — Athos tinha me pegado nos braços e mesmo com a cabeça vendo estrelas e querendo explodir ao mesmo tempo precisei dar o braço à torcer e aceitar sua ajuda.
Helena:– E o chá?
Christina:– Não se preucupe quando estiver pronto levo até ela e quanto aos monstros que podem estar soltos?
Athos:– Não se incomode com isso porque lobisomens não podem atacar seus semelhantes essa é a regra.
Christina:– Bem esqueceram de explicar isso para aquele idiota!
Athos:– Fora da Fortaleza cada um está por sua própria conta e não tenho poder para dar ordens aos rebeldes só que a maioria ainda respeita quem está no topo.
Christina:– Que bom.
Helena:– Por favor me leve.
Athos:– Seu pedido é uma ordem.
             — Resolvi ceder um pouco e apenas não me importar com o resto porque Athos me provou que não era um completo idiota e que talvez pudesse confiar nele então deitei a cabeça em seu peito e relaxei enquanto era levada e mesmo aquilo me deixando à vontade as diversas imagens do meu pesadelo voltavam sempre como se velhos fantasmas viessem brincar orgulhosos.
Athos:– Já estamos chegando.
Helena:– Eu vi minha família Athos.
Athos:– É?
Helena:– Minha irmã gêmea e o cara por quem eu estava à fim no colégio.
Athos:– Tudo bem ganhou ainda mais minha atenção e onde ele está agora?
Helena:– Morto eu o matei no ringue quando ainda éramos escolhidos para ver quem sobreviveria e se tornaria um guerreiro.
Athos:– Lamento por isso caçadora.
Helena:– Foi à muito tempo até agora não tinha contado para ninguém porém sonhei com ele,na época pensei que pudesse falar algo sobre namorarmos só que nunca passou de suposições idiotas.
Athos:– Você ama ele?
           — Aquela pergunta me pega desprevenida mas tinha a resposta na ponta da língua.
Helena:– Não.
Athos:– Que bom porque sou louco por você minha delícia e não quero te dividir com um fantasma.
Helena:– Calado idiota!
Athos:– Pelo menos já chegamos.
           — Escuto o barulho de água e o vento fresco bater no rosto se misturando com a noite que estava fria porém era bom sentir esse tipo de coisa mesmo me sentindo uma verdadeira merda!
Helena:– Está tão silencioso.
           — Ele me coloca nas margens e sinto a água molhar minhas pernas e aquilo me arrepiar.
Athos:– Tão cedo para isso.
Helena:– O que?
           — Abro os olhos e apesar de me sentir tonta vejo os contornos dele emoldurados pelo claro pálido da lua e droga como era bonito!E ao começar à molhar minha cabeça o alívio vem instantaneamente trazido por um gemido e um sentir quase que libertador.
Athos:– Está vendo só?Você está me provocando de novo.
Helena:– E o que eu fiz Athos?
Athos:– Eu nem te comi ainda e você já está toda animadinha como uma gatinha.
Helena:– Você é um grande idiota!
Athos:– Nunca neguei isso.

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