Criança Selvagem

Capitulo 27

Monalisa
          — Helena estava melhor e era apenas isso que importava,também o fato de logo cair fora desse lugar e para longe dessas pessoas,não entendia como um lugar que nunca antes me importou agora me dava saudade porém estava sentindo falta de tudo que era desde o bar da Helena até Angelica e da minha querida Harpia.
          — Então antes de me levantar já escuto a voz de alguém atrás de mim,apesar de estar sentada à beira daquelas pedras na frente desse rio para tentar pensar em outras coisas não queria que ele ou ninguém mais pudesse me encontrar só que o irmão de Athos parecia estar por toda parte.
Monalisa:– O que você quer aqui?
Valentim:– Ver como está?
Monalisa:– Essa é boa Valentim!
           — Tinha rido daquela situação toda porque era realmente para gargalhar até a barriga doer já que esse cara tinha ameaçado minha família e pra ele beleza porque na sua cabeça doente tinha conseguido o que queria,bastardo miseravel!
Monalisa:– O que está fazendo!?
           — Ele tinha se sentado ao meu lado em uma distância de duas pessoas,graças à Deus por isso!Não estou à fim de desabafar com ninguém agora só o fato de Helena estar bem me alivia bastante.
Monalisa:– Queria perguntar uma coisa para você.
           — Valentim fica esperando a pergunta que fosse para mim só que não entendia porque estava sendo atencioso então acabei ficando mais cautelosa porque não confiava nesse idiota e muito menos no resto deles.
Monalisa:– O que deu para Helena não se transformar?
Valentim:– aquilo?Não se preucupe porque não é veneno.
           — Ele dá um meio sorriso que me deixa mais puta ainda com a situação porém levei na esportiva já que esse tipo de coisa está mais fácil de acontecer com ela pelo que tinha acontecido.
Valentim:– Essência de prata para manter a transformação sob controle assim faz com que a pessoa não fique na sua forma animal na lua cheia e estou surpreso que não conheça isso.
           — Aquilo me pegou de guarda baixa porque não esperava que me respondesse qualquer pergunta ou que estava de olho em mim para que não esperasse qualquer coisa.
Monalisa:– Por que deveria conhecer?
Valentim:– Você é uma caçadora e eles deveriam ensinar esse tipo de coisa.
           — Na verdade ensinavam porém não iria dar a satisfação dele achar que conhece meus passos dentro da Fortaleza.
Monalisa:– Ela estava bem tonta.
Valentim:– Precisa estar já que é prata concentrada,assim derruba qualquer um de nós.
Monalisa:– Por que vocês tem esse negócio nesse acampamento!?
           — Parecia um lugar primitivo onde tecnologia não tinha dado as caras e não que fosse ruim era até aconchegante porém nem de longe lembrava o lugar que conhecíamos.
Valentim:– Não somos selvagens caçadora.
           — Ele fala aquela última parte como um apelido e não como meu trabalho se bem que depois que fiquei livre acho que aquilo se tornou mais meu passado do que algo que faço para sobreviver.
Monalisa:– Eu esperava que não só que o jeito que fez as coisas são idiotas.
Valentim:– Meu irmão e um bastardo maldito!E merecia muito mais do que aconteceu!
           — Aquele cara tem uma raiva tão forte e ao mesmo tempo contida em seu interior é a mesma pessoa que estamos falando!?
Valentim:– Aonde vai?
           — Tinha me levantado para ficar longe desse imbecil porque apesar do seu irmão ter tido um passado não poderia negar a tremenda ajuda e força que tem dado à Helena e também à nós e não poderia esquecer essa bondade.
Monalisa:– Me afastar de você e não me siga!
Valentim:– Você está com raiva de mim.
Monalisa:– Que observador!
            — Falo de uma maneira tão sarcástica que me surpreendo comigo mesma já que não era esse tipo de pessoa esquentada e de pavio curto essa parte era direcionada para Helena sem sombra de dúvida e as vezes para Christina que adorava resolver suas brigas na mão mesmo.
Valentim:– Você não o conhece.
Monalisa:– Eu não te conheço!Qual é a tua!?Não quero você perto de mim entendeu!?
Valentim:– Entendo.
           — Dei alguns passos para fora e tinha movimentação deles aos arredores,alguns tomavam banho totalmente pelados e algumas das mulheres lavavam as roupas na beira do rio e as tendas estavam do outro lado e bastante movimentação como gente preparando uma enorme fogueira.
Monalisa:– O que isso significa?
Valentim:– Uma comemoração para a lua cheia.
           — Novamente ele estava ao meu redor,não tinha pedido para se afastar!?Será que não entende os sinais!?
Monalisa:– Você está me enchendo!
           — Passava por algumas pedras grandes que tinham tamanho maiores que o meu e ele estava agachado e sério me observando até isso me dava calafrios quando o olhava.
Monalisa:– Essa noite irei embora com minha irmã.
Valentim:– Eu acho que não vai.
Monalisa:– Como tem tanta certeza!?
           — Odiava que não me deixasse em paz desde que cheguei,na primeira vez que abaixei o capuz já senti os olhares dele sobre mim e primeiro acreditei que fosse impressão minha então Athos achou melhor eu e Christina dormirmos com Helena,até estranhei porque não tinha perguntado nada só que o estranho é que Athos tinha percebido alguma coisa fora  do comum que não tinha me contado e quando lhe perguntei pela manhã me disse que era para ficar afastada do seu irmão porque ele não era confiável e isso nem precisava pedir já que não gostava de estar no mesmo ambiente que ele.
Valentim:– Convidei meu irmãozinho e sua garota para a comemoração da lua.
Monalisa:– Eles aceitaram?
Valentim:– Helena sim então meu irmão automaticamente.
Monalisa:– Que ótimo.
            — Falo essa última parte tão desanimada que achei mesmo estar assistindo uma versão alternativa minha e eu não sou assim,por que agora achei que ser desse jeito ia mudar algo em meu caminho?
Valentim:– Por que esse nome?
Monalisa:– O que?
Valentim:– Esse é de uma pintura famosa certo?Não parece ser real.
           — A única pessoa que tinha me perguntado sobre isso foi Helena na época que nos conhecemos e mesmo assim não tinha respondido direito porque aquele não era meu nome de fato porém depois que tudo aconteceu pensei que esquecer o passado seria mais saudável do que ficar remoendo o que perdi já que não foi só eu mais o mundo inteiro então não pensei tanto nisso.
Monalisa:– Gosto de artes só que no mundo que vivemos isso parece algo extinto.
Valentim:– Sabe pintar?
Monalisa:– Sim.
Valentim:– Gostaria de ver alguns.
Monalisa:– Não mesmo!
Valentim:– Por que não?
Monalisa:– Porque não quero e nem estou falando mais com você!
Valentim:– Quanta maturidade.
            — Aquilo era um riso que tinha acabado de ouvir!?Sério mesmo!?
Monalisa:– Por que está rindo!?
Valentim:– Gosto disso.
Monalisa:– Do que!?
Valentim:– De você.
             — Esse cara parecia sempre direto então não me importei tanto só que aquilo foi inesperado porque mal nos conhecíamos e já tinha jogado uma cantada barata dessas!?Qualé!
Valentim:– Por que o sorriso?
Monalisa:– Não acha mesmo que eu vou cair em um chaveco barato desses né?
Valentim:– Não esperei nada à propósito coloque isso.
Monalisa:– O que é?
Valentim:– Isso que estou colocando em você é uma pulseira de prata.
Monalisa:– Para que?
Valentim:– Pra evitar possíveis ataques dos outros.
Monalisa:– Ah valeu,quanto aos outros?
Valentim:– Eles vão ter os deles.
Monalisa:– Tudo bem.