Criança Selvagem

Capitulo 65

Helen
- Tinha todos os motivos para acreditar que iria morrer muito antes de chegar nas olimpíadas ou nesse caso serviria de exemplo para os outros porém se alguém me perguntasse agora por que?Apenas viria o nome da minha irmã na cabeça e posso ter sofrido o pão que o diabo amassou desde que o monstro que chamava de pai iniciou seus abusos covardes sobre uma das filhas porém estou com a consciência tranquila.
Arthur:- Por que está fazendo isso?
- A pior parte nem era ter sido capturada porque desde que o mundo foi escravizado e usado por bestas tenho sido passada de mão em mão como se fosse um objeto só que as diversas perguntas desse cara na outra cela e ainda bem que estávamos separados só que ficamos lado a lado.
Arthur:- Vai continuar me ignorando até quando?
- Parte de mim queria responder com bastante indelicadeza só que a outra apenas queria que parasse de tentar forçar uma conversa que não existe só porque estamos presos.
Arthur:- Eu fiz tudo isso pelo meu filho Helen.
- Além de tudo era um idiota sentimental e não que estivesse tirando a culpa por todos os meus pecados agora só que jogar aquilo na minha cara a essa altura era bastante baixo até para ele.
Arthur:- O que está fazendo?
- Não sei dizer se era a maneira que estava sereno e calmo apenas sentado com os braços cruzados ou o jeito que seu cabelo longo caia por seus ombros ou até aquela barba dele que estava me deixando com vontade de usar minhas garras e desfigurá-lo pela maneira que se achava no direito de conversar comigo porém estou de pé e batendo nas grades como um animal desesperado e nesse caso uma loba raivosa!
Jung:- O que foi agora!?
Helen:- Mata esse cara pra mim por favor!?
Jung:- Como é?
Arthur:- Eu digo o mesmo.
Helen:- Se vou morrer pelo menos que seja em paz e esse idiota é tortura psicológica!
Jung:- Não vai dar não desculpa aí!
- Ele fecha o cômodo que estávamos presos e parecia um vagão ou pelo menos era assim que me sentia sendo mantida além do mais tinha aquele reboliço desgraçado me fazendo começar a enjoar.
Helen:- Ótimo!
Arthur:- Ainda bem que alguém tem juízo aqui.
Helen:- Não adianta me bajular agora!
Arthur:- Não era pra você!
Helen:- Claro erro meu.
Arthur:- Eu só gostaria de entender seus motivos Helen.
- Isso só podia ser brincadeira mesmo e pensando bem a vida poderia muito bem me pregar uma bela peça a essa altura já que morreria ao lado da única pessoa que me detesta mais do que eu mesma.
Helen:- Eu não sei qual o seu problema Arthur só sei que não vai ser comigo que vai começar seu processo de recomeço.
Arthur:- Acha que estou te usando para esquecer o passado?
Helen:- E não está?Esse negócio de contar os problemas e me explicar sobre a merda grossa que houve nos últimos anos não mudará nada!
Arthur:- Sei disso.
- Gostaria de ter sido diferente tudo que aconteceu antes na minha vida e pode ser loucura admitir isso para mim porém comecei a viver de verdade depois que o fim do mundo aconteceu e países inteiros caíram e até parecia uma segunda chance para começar mesmo depois de todo o sofrimento e abuso passado.
Arthur:- Não acho que esteja fazendo nada com você.
- O observo agora de cabeça baixa tentando me contar algo que provavelmente não iria gostar de ouvir ou sequer perguntei porém não tinha muita escolha se não escutar.
Helen:- Por que parou?
Arthur:- Vamos morrer aqui.
Helen:- Provavelmente está certo garoto lobo então desembucha por favor!
- Naquele momento não haveria mais nada o que fazer apenas sentar e esperar uma morte lenta e arrastada e por mais que estivesse com raiva desse cara não por ele estar sendo uma matraca ambulante só que ao olhá-lo via muito meu passado e a forma que fiz coisas horríveis tanto com pessoas inocentes como aqueles que julguei serem farinha do mesmo saco.
Arthur:- Por muito tempo achei que estivesse fazendo o principal papel quando a conheci só que agora estou percebendo tudo.
Helen:- O que isso significa?
- Não me orgulho porém acabei mordendo a isca e perguntado algo sobre sua família.
Arthur:- Nem sei como explicar direito agora só acho que tudo era mais simples quando comecei a me tornar como ela.
Helen:- Então se transformou por amor a sua esposa?
Arthur:- Acho que fui obrigado.
Helen:- O que?
- Estou preocupada com meu pescoço e nada desse cara e era assim que vinha na minha mente apenas não entendia direito o motivo daquilo começar a despertar mais minha curiosidade.
Helen:- Vamos idiota!
Arthur:- O que foi!?
Helen:- Não pode começar algo e terminar de maneira tao brusca!
Arthur:- Alguém está curiosa?
Helen:- Você nem faz idéia!
- Vou chegando mais perto para assim ouvi-lo melhor e não deixar de perder qualquer detalhe até que sentimos aquilo parar bruscamente como se não tivesse em seus planos.
Arthur:- O que isso significa!?
Helen:- Acho que faço idéia.
- Provavelmente minha irmã e o Alfa tinham nos encontrado e de alguma maneira querem nos resgatar e não estou reclamando nem nada só que aquela"coração mole"poderia se colocar em perigo por minha causa.
Arthur:- O que está acontecendo!?
- Tentava chamar a atenção de alguém que estivesse ao nosso redor porém parecia que tínhamos sido deixados sozinhos e afastados dos demais e até Jung não estava mais conosco.
Arthur:- O que está fazendo!?
Helen:- Calado!
- Me concentrei em todos os sons ao meu redor e na maneira que eles vinham e voltavam como ondas constantes e escutei vozes ao mesmo tempo grunhidos e barulhos altos de balas e pó alguns segundos a voz da minha irmã.
Helen:- Droga!Ela está aqui!
Arthur:- Quem!?
Helen:- Nossa liberdade cachorrinho!
- Quando tento falar mais alguma coisa a porta,arrancada e alguém entra me trazendo profundo alívio e alegria.
Helen:- Até que enfim nós achou!
Helena:- Um obrigado seria melhor não acha?