Helena
— Não entendia por que aquele desgraçado tinha me dado uma injeção depois que Athos resolveu ir embora porque tinha certeza que não voltaria,era impossível alguém como ele salvar uma pessoa que mal conhece.
Valentim:– Pronto.
— Ele me carregou para a mesma prisão que planejava ficar dentro da caverna e aos poucos sentia todo meu corpo amolecer e a visão ficar desfocada e a voz dele se tornar cada vez mais distante.
Valentim:– Nem se preucupe com nada querida porque meu irmão vai me ajudar querendo ou não.
— Gostaria que aquilo não fosse real e que esse inferno fosse só outro pesadelo que tinha todas as noites desde que perdi minha família porém a realidade é dolorosa.
Valentim:– Bons sonhos caçadora.
— Então fui engolida pela escuridão e silêncio fazendo assim com que nada ao meu redor estivesse lá e mesmo não estando onde deveria estar acreditei que esse fosse o lugar para onde meu coração quisesse voltar.
Helen:– Helena?Ei?Acorda!
— Eu não tinha ouvido errado ou acreditado que era outra mentira pregada em minha cabeça porque ela está ali na minha frente.
Helen:– Levanta porque a gente vai se atrasar para o colégio!
— Levantei e esfreguei o rosto com bastante força para ver se me acordava só que não conseguia.
Helena:– Helen?
— Caminhei até o nosso banheiro e escutei ela cantarolando como fazia ao preparar ovos para comermos com pão ou até o café porém à encontrei penteando o cabelo que agora estava pintado da cor rosa exatamente como disse que iria fazer no momento que fugiamos na noite do massacre.
Helena:– Helen!?
Helen:– Eu sei...
— Será que entendia o que estava realmente acontecendo comigo?E tudo ao redor?
Helena:– Pensei que estivesse morta.
— Ela me olha com um sorriso debochado no rosto e em seguida me dá uma piscadela.
Helen:– Ainda não porém se não nos apressarmos vou morrer pelas mãos da mamãe!
Helena:– Onde eles estão!?
— Descia rapidamente pela escada até a cozinha porém não estavam lá e chamei seus nomes só que não tive resposta alguma.
Helen:– O que está fazendo maluquinha!?
Helena:– Aonde estão?
Helen:– Já foram trabalhar por isso falei para não perdermos mais tempo,vem!
Helena:– Isso não pode ser real.
— Helen segura minha mão e tomamos café antes de pegarmos o ônibus do colégio e aquela velha sensação de algo continuar errado pairava como uma nuvem negra sobre a minha cabeça.
— Quando corriamos até a sala de aula passo por um banheiro e vejo pegadas não humanas que estavam manchadas por sangue,lembro que no dia da fuga de casa havia diversos relatos no jornal de pessoas contaminadas pela raiva e atacando umas as outras e quando vou me aproximando devagar escuto barulhos estranhos que vinham de uma porta trancada.
Helena:– Quem está aí!?
— Outro gemido parecendo de um cachorro enjaulado,uma péssima idéia mesmo fazer isso porém não havia escolha porque esses momentos de paz e vida normal não existiam mais então por que não acordava?
— Ao tocar a porta vejo algo vermelho escorrer pelo chão da porta.
Helena:– Droga!
— Então a surpresa misturada com confusão quando lá de dentro sai uma garota que me olha sem entender o que fazia na porta.
Helena:– O que está acontecendo?
— Saio de lá e vou caminhando pelos corredores sem compreender realmente o que havia acontecido.
Helen:– Vem garota!
— Helen me leva até nossa sala e pede licença para entrarmos e vejo a professora de filosofia dando sua aula e acaba nos deixando entrar,ela se senta na primeira fileira e eu atrás dela.
Helen:– Graças à Deus que conseguimos porque você irmã não facilita né?
Helena:– Desculpe.
— Aquelas cenas não podem ser possíveis porque soube pouco tempo depois que a nossa escola foi totalmente massacrada pelos monstros e os professores que tentaram ajudar seus alunos foram degolados pelas feras.
Helena:– Isso não poder ser real.
Helen:– O que?
— Era primeiro de março e o tempo era misturado tanto pelos raios solares como aquele vento gelado que arrepiava nossos cabelos e decidimos voltar à pé já que o ônibus tinha demorado muito.
Helen:– Qual é seu problema Helena?
Helena:– Nenhum por que?
— Não poderia contar que nesse dia ela e nossos pais seriam mortos e que monstros tomaram o Brasil e os outros países e além de ser chamada de louca seria colocada em uma camisa de força e jogada dentro de um hospício.
Helen:– Eu sei o que está acontecendo.
Helena:– Sabe é?
Helen:– Pode pensar que ultimamente não estou dando a mínima para você porém está errada.
Helena:– Estou?
Helen:– E não se preucupe com isso ok?Quando pensar que não o Thiago te chama para sair e vamos ser um quarteto fantástico perfeito!
— Agora me lembrei que minha irmã estava namorando o João e teve alguns boatos que seu irmão mais velho o Thiago estava à fim de mim porém eu o matei no combate corpo à corpo para sobreviver,mesmo não me lembrando bem da sua fisionomia entretanto lembrei de seu olhar de súplica e abandono quando cravei a faca em seu coração e ceifando sua vida.
Helena:– Não quero falar sobre isso.
Helen:– Tudo bem.
— Se isso não era real e logo iria acordar por que será que toda vez que fechava os olhos com força não conseguia retornar!?Então o resto do caminho foi silencioso e sem mais conversas até chegarmos.
Helen:– Quer assistir um filme?
Helena:– Claro por que não?
Helen:– Ótimo vou preparar a pipoca!
— Entro em meu quarto e tiro a mochila sabendo que hoje não existia como um dia feliz e assim mesmo aqui estou eu tentando me lembrar de onde esse delírio está vindo e ao tomar banho resolvo apenas me acalmar e relaxar e ao abrir os olhos toda a água do chuveiro havia se transformado em sangue e havia pedaços de pessoas espalhados pelas paredes como pernas e braços e as cabeças de gente conhecidas e ao pegar a toalha e me secar vejo vermelho pelo meu corpo e começo à chorar.
Helen:– Está tudo bem aí?
Helena:– Sim está!Já vou sair!
— Num piscar de olhos tudo some e volta ao velho normal e como isso é possível!?Então vou até meu guarda-roupa e visto uma blusa branca e um short jeans meio frouxo e prendo os cabelos com um laço vermelho que tinha encontrado na penteadeira e ao ir até a sala o filme já estava começando.
Helen:– Eu já tô terminando com a pipoca!
— Pego a capa do filme em si que estava sobre nosso sofá e chamo pela Helen.
Helena:– O que significa isso!?
Helen:– Do que está falando?
Helena:– Filme de lobisomens!?É sério isso!?
Helen:– Qual o problema!?
Helena:– Estou saturada desse estilo aqui!Por favor troca!
Helen:– Olha não sei mesmo o que está havendo com você irmã porém tá começando à incomodar.
— Se não fosse tudo tão real eu até que poderia relaxar porém me lembrar desse dia está se tornando doloroso e cruel e tem ainda essas lembranças ruins que são tão rápidos só que igualmente assustadores e não queria que isso estivesse acontecendo mais.
— Começo à lembrar que não era para estar ali e começo à fugir.
Helen:– Aonde você vai maluca!?
— Estou correndo para as ruas que nessa altura deveriam estar lotadas de pessoas sendo mortas por aquelas coisas ou monstros tomando conta das casas e dos prédios porém estava tudo bem normal,aí vejo duas pessoas conhecidas na multidão.
Helena:– Monalisa?Christina? - Tento alcançar as duas só que nunca as achava realmente até que esbarrei em alguém conhecido.
Helena:– Thiago?
Thiago:– Helena?Oi!O que está fazendo aqui?
— Ele realmente parecia feliz e despreucupado,parecia muito com o mesmo garoto que me enfrentou no ringue e mesmo lá continuava com o mesmo sorriso e sem medo da morte,agora me sentia um tremendo lixo humano por isso.
Thiago:– Você gostaria de assistir um filme?
Helena:– Não!Filme não!
— Eu o vejo ficar sério e meio sem graça,não que estivesse com raiva dele porém essa história de filmes até agora não era boa para mim,aí propus outro programa.
Helena:– Podemos tomar um sorvete!?
Thiago:– Com certeza!
— Tinha corrido tanto e nem percebi que estava na frente do shopping e apesar dessas cenas ficarem cada vez mais estranhas e bizarras não queria parar com nenhuma delas.
Thiago:– O que aconteceu com você hoje na escola?
— Eu queria ter respondido que nada porém a verdade estava estampada em meu rosto e mesmo assim não queria lhe revelar a realidade.
Helena:– Só estou bem cansada ultimamente.
— O que não deixa de ser verdade porém não era bem essa a verdade que iria contar só que serviu como uma luva para essa pergunta.
Thiago:– Eu sei bem como é porque até agora estou sem entender a forma que me matou na arena.
— Paro com o sorvete de chocolate à poucos centímetros de tomá-lo pela maneira que tinha falado aquela última parte então vi que não estou tão doida como acreditava,sim algo de estranho estava rolando.
Helena:– O que você disse?
Thiago:– Sobre os trabalhos na sala de aula eu sei como é desgastante.
— Esfrego a testa e o suor frio aparece como um lembrete da realidade.
Helena:– Preciso ir embora!
Thiago:– Você não parece bem.
Helena:– Não me toque!Estou indo para casa!
— Novamente a sensação de algo ruim espreitando como uma sombra e aquele amargo na boca como se estivesse esquecendo de alguma coisa.
Helena:– Helen!
Helen:– Estou aqui!
— Começo à subir até o nosso quarto e não à encontro então escuto novamente ela só que agora no quarto dos nossos pais.
Helen:– Agora sim vai ficar tudo bem.
Helena:– O que você fez!?
— Eles estavam mortos nos pés dela enquanto minha irmã estava se transformando e mastigando pedaços de carne em sua boca.
Helen:– Viu só?Podemos ficar juntas para sempre agora.
Helena:– Não!
Athos:– O que você fez com ela!?
Valentim:– Trouxe o que queria!?
— Várias vozes entravam em minha mente como farpas e querendo ou não entendi que aquele pesadelo foi o mais real até hoje ou como desejei que fosse verdade por alguns momentos.
Helena:– Helen!
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Criança Selvagem
Про оборотнейEm um futuro distopico controlado por lobisomens desde a última guerra poucos humanos sobraram e esses sobreviventes tem apenas duas opções ou se tornam escravos para o prazer ou são treinados para serem caçadores de traidores ou fugitivos,Helena é...