Helena
— Havia vários caçadores indo atrás dos bichos que aos poucos estavam retornando para fora da Fortaleza e primeiro acreditei que fosse pelas possíveis migrações já que era comum isso acontecer apenas nunca ouvi falar que tivessem chegado tão longe e ainda por cima pular os muros.
— Então tenho meus pensamentos distraídos pela doutora humana que tinha acabado de falar comigo sobre a criança que salvei e até agora me perguntava onde colocaria aquele bebê já que deveria ser um deles pelo menos acreditei nisso logo de início.
Monalisa:– Helena?
— Não sabia onde estava ninguém,foi uma agradável surpresa ver um rosto conhecido no meio de toda aquela loucura então vou logo tratando de abraçar forte ela.
Helena:– O que veio fazer aqui!?
Monalisa:– Vim para cá procurar por conhecidos e em seguida mandei Valentim ir a merda!
— Era para ser admirável ou mesmo curioso já que de nós Monalisa era a única que nem imaginava que perdesse o controle ou xingasse porém precisava admitir que mesmo tendo raiva de alguém conseguia ser fofa.
Helena:– Nossa!
Monalisa:– Por que está sorrindo!?
— Cruzei os braços para essa situação e sem perder tempo acabei rindo dela já que suspeitava de algum jeito que não estava tão brava assim com o cara como aparentava.
Helena:– O que foi que ele te disse de tão grave?
Monalisa:– Conversei com ele e descobri que na verdade está comigo porque lembro a namorada morta entende o lado perturbador dessa história!?
Helena:– É realmente pesado,o que vai fazer?
Monalisa:– Como assim!?Já mandei ele para o raio que o parta!Não quero mais ver aquele desgraçado na minha frente!
Helena:– É mesmo?Porque vai ter que melhorar esse teu discurso.
Monalisa:– Por que está dizendo isso?
— Via a silhueta de Valentim na outra sala,estava observando tão diretamente para esse lado porém temia que Monalisa lhe desse outro fora talvez.
Monalisa:‐ Não acredito nisso!
Helena:– Pois é amiga,quem mandou ser tão gostosa assim!?
— Mesmo tendo sussurrado aquela parte vejo o sorriso brincar no rosto de Valentim o que deixa ela ainda mais puta com essa situação.
Monalisa:– Está vendo só!?
Helena:– O que foi que eu fiz!?
Monalisa:– Não se faça de ofendida não garota!Preciso ir lá lhe mandar ir embora!
Helena:– Boa sorte!
— Sei que deve estar com raiva porque mesmo sorrindo me mostra o dedo do meio lhe fazendo ser mais ruim desde que me lembrava então meio que minha atenção é atraída para aquele bebê que tinha acabado de salvar e estava apaixonada e a verdade era essa,mesmo que eu nunca me tornasse mãe aquela criança tinha despertado sentimentos estranhos em meu ser.
Helena:– Não posso te deixar aqui.
— Nesse momento escuto passos mesmo estando aparentemente sozinha no corredor e um pressentimento ruim invade meu corpo como um sinal de que alguma coisa estava prestes à acontecer e ao caminhar em passos lentos e seguir apenas aquele barulho como se estivesse sendo seguida por alguém porém não tinha qualquer pessoa e precisei me acalmar e tentar achar uma explicação plausível dentro da cabeça e aquilo não era o que imaginei porque quanto mais andava mais deixava qualquer sinal de sensatez para trás.
Helena:– O que está acontecendo?
— Esse erro de acreditar que estou bem e segura não iria mais ser cometido por mim então acabei perguntando alto quem estava ali comigo e a resposta veio em seguida como uma risada.
Helena:– Não pode ser!
— Vou até um banheiro de funcionários e me tranco dentro e aquela voz parecia ser de alguém porém tinha certeza que está morta e aquilo deveria ser apenas estresse por toda essa comfusão.
Helena:– O que está acontecendo!?
— Caminho até a pia de mármore negro e abro a torneira e olho fixamente para o reflexo de uma Helena cansada e de saco cheio de monstros e aberrações querendo me estripar a cada hora do dia e pelo menos estava livre junto das minhas amigas o que não era tão ruim assim,jogo um pouco de água no rosto e fecho meus olhos enquanto me refrescava com essa sensação e ao olhar novamente para mim percebo outra garota com o mesmo rosto que eu.
Helena:– Mas o que!?
— Antes de virar e tentar entender o que estava acontecendo essa menina me pega pela nuca e me empurra com força no espelho e apesar de saber que logo estaria curada agora a dúvida ficava mais forte em minha cabeça e precisei perguntar ao olhar pelo chão seus coturnos negros e em seguida cabelos loiros platinados e curtos porém o rosto era o meu e aquela boca seria e olhos cheios de ódio e fixos em meu sangue sujando o chão e meu corpo, então precisei controlar a respiração e meu coração que ao mesmo tempo que estava em choque sem entender como aquilo foi acontecer também está rasgando em felicidade porque aquela garota está aqui!
Helen:– Oi irmã.
— Eu já tinha sonhado tanto com esse momento em meus sonhos quando além dela aparecia minha mãe e éramos uma família de novo e mesmo com tudo que houve não tinha sonhos com aquele maldito que se dizia nosso pai muito menos pesadelos,era como se existissemos apenas nós contra o mundo.
Helena:– Como está viva?
— Queria perguntar milhares de coisas porém fui cautelosa e me aproximei aos poucos porque apesar de ser ela não estava em seu juízo perfeito e esse ataque contra mim agora pouco significava que queria no mínimo uma distância confortável entre nós.
Helen:– Você adoraria que eu estivesse morta não é?
— Baixei os olhos porque tinha vergonha de admitir isso porque era melhor lidar com um fantasma do que uma pessoa de carne e osso,agora que estava tão nítida na minha frente me envergonho por nunca tê-la ajudado como merecia,somos família mesmo que de algum jeito me odeie e não posso ignorar mais isso.
Helena:– Eu não vou mais te abandonar.
— Um meio sorriso surge nela e aquilo me desperta sentimentos mistos,o que será que passa por sua mente confusa minha irmã?
Helen:– Precisamos conversar.
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Criança Selvagem
WerewolfEm um futuro distopico controlado por lobisomens desde a última guerra poucos humanos sobraram e esses sobreviventes tem apenas duas opções ou se tornam escravos para o prazer ou são treinados para serem caçadores de traidores ou fugitivos,Helena é...