capitulo 9

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Ruggero

Eu estou caído de paixão por esse moleque. Meu filho, primeiro
herdeiro da quarta geração pasquarelli . Até fiquei emocionado ontem ao
vê-lo e lembrar do meu pai, que não conheceu seu neto. Bernardo
saiu minha cópia e isso é melhor do que eu poderia pedir.E todo esse
encantamento instantâneo que tive por esse ser tão pequenino e do
meu sangue, me traz uma incomoda dualidade: fico feliz e revoltado
ao mesmo tempo. O bom é que faz minha raiva subir a uma boa
altura.
Eu vou curtir tanto reduzir essa vaca a pó. Karol  acha que
pode me enganar com historinhas tristes e expressões carinhosas,
mas não perde por esperar. Eu vou fazê-la ficar de joelhos aos meus
pés, perdidamente apaixonada, ou eu não me chamo Ruggero pasquarelli .
Com Karol  ao meu lado, eu tiro algumas fotos do mar à nossa
volta. Ela está maravilhada, debruçada na grade de proteção da proa,
e eu finjo interesse na paisagem ao meu redor. Na verdade, por
dentro, estou tensionado de raiva por tudo o que aconteceu nessas
últimas vinte e quatro horas.
Primeiro, tem o fato de eu já chegar aqui odiando-a, sem nem
mesmo conhecê-la. Quando eu vi sua aparência, a raiva só
aumentou. Em seguida, ela me contou sobre o noivo que faleceu e,
para homenageá-lo, deu o nome dele ao meu filho. Sem problemas,
isso eu contorno depois. Mas então, eis que me aparece o maior
empata-foda da história da humanidade: Renato, o bosta.
Eu estou com tanto ódio daquele cara, que me deu vontade de
arrancar meu bebê das mãos dela e dar um soco na cara dele. Está

evidente que ele é louco por ela e, com certeza, se masturba na cama
pensando em comer Karol . Sendo homem e conhecendo as
necessidades de outro cara, eu me controlei.
Se fosse Mike  ou Agustín , eles não teriam esse sangue frio. Se
bem que os dois armaram para valentina  e susi , e deu certo. No meu
caso, nem precisa dar certo; apesar por Karol  ser gostosa e tal, eu
não a quero. Vim apenas resgatar meu filho das mãos dessa gente.
Só de lembrar dela falando que Renato será o modelo dele… Cacete,
que ódio! Quase tenho um AVC toda vez que imagino isso.
Tenho que tirar meu filho do convívio com essas pessoas o mais
rápido possível. Ainda mais um bebê que é a minha cara. Ela não
percebeu porque eu sou um estranho, mas quem já viu alguma foto
minha com essa idade percebe que é cópia fiel. Fiquei feliz pra
caralho quando o vi. Meu filho vai crescer e se tornar um cara boapinta como o pai e, no futuro, herdará minha parte na empresa. Vou
criá-lo nos meus termos e nenhum padeiro cuzão vai meter o bedelho
na vida dele.
— Me conte sobre seu filho, Heitor. — Volto para a realidade
quando ouço a voz dela. Antes de olhar em sua direção, coloco uma
máscara invisível de aparência charmosa.
— Bom, ele é lindo. Tem um ano e mora com a mãe. — Elaboro
uma historia falsa, baseando no que meu filho de verdade está
vivendo.
— Vocês dois estão juntos?
— Não, não somos casados. Apenas namoramos no passado.
— Hum… Como ele se chama? — ela pergunta, e eu gelo. O
nome do meu pai vem rápido a mente, e eu digo:
— Otávio.

— Bonito nome.
Estão vendo essa cara dela? Cara de quem está adorando a
visão do corpão apetitoso na frente. Acho que, se eu agir agora…
Eu balanço a cabeça e continuo fitando-a. Já passou da hora de
eu mostrar à Karol  a que vim. Não posso ser só o fotógrafo bonitão
que não come ninguém. Vou mostrar que a privilegiada para trepar
comigo é ela.
Coloco a câmera em um canto, Bernardo dorme depois de ter
comido bastante. Assim que me endireito de frente para ela, noto
como Karol  está nervosa. Por alguma razão que eu não sei
explicar, meu coração dá um salto. Nossos olhares automaticamente
se fixam uns nos outros, e ela engole um nó.
— Karol , sabe por que eu a trouxe aqui e não a alguma
lanchonete?
— Não — ela responde em um murmúrio.
— Me perdoe se eu estiver sendo inconveniente — escolho fazer
a linha “comedor educado” — mas acreditaria se eu dissesse que eu
quero muito beijar você? E, se estivéssemos em alguma lanchonete,
talvez seu amigo poderia impedir isso.
— Heitor… eu não…
Ela vai começar a falar, todo aquele papinho de que não quer,
não pode, não sei o que mais, entretanto, eu a interrompo. Remendo
outra frase provocante:
— Seus lábios rosados me deixam inquieto, seu cheiro me tira
do sério, e, se disser que não quer um beijo meu, acho que entrarei
em pane.
Está aqui um profissional e uma amadora; imagina quem ganha?
Ela fica paralisada como se estivesse hipnotizada, olhando

dentro dos meus olhos. Os lábios entreabertos, o rosto levemente
ruborizado e uma pulsação rápida no pescoço. Ali é o meu foco. Nada
de lábios, por enquanto, farei ela implorar. Se eu for de repente, pode
ser que ela desista fácil. Quando ela estiver trêmula de tesão, eu
ataco.
Me aproximo com cuidado, de mansinho, e ela não se move,
apenas continua me olhando.
— Eu sei que pode ter muitos caras que dizem o mesmo que eu,
mas eu não consigo me conter. — Toco em seu ombro, minha mão
sobe e meus dedos correm pelo pescoço de Karol  em direção à
artéria que pulsa. Ela fecha os olhos e tenta acalmar a respiração.
Mais do que depressa, para ela não tomar o controle das sensações,
eu começo a fazer uma carícia com o polegar no pescoço e continuo
— Somos adultos, livres e cheios de desejo. — Minha língua passeia
pelo pescoço, e eu chupo a parte que pulsa. Ela geme, e eu continuo
subindo com os lábios, arfando contra a pele dela, deixando que
minha respiração quente a deixe desorientada. Chego na orelha, paro
ali e finalizo — Quero você.
Ela segura em meus ombros, cada mão em um lado, e suas
unhas curtas arranham minha pele, me deixando arrepiado. Com os
lábios, desço pelo maxilar dela e dou um beijo no canto da boca.
Junto com o beijo, faço o pedido provocante:
— Por favor, karol.
E ela cede. Fácil, fácil, como imaginei.
Já começo com tudo, nada de beijinhos e lambidinhas. Minha
boca cobre a dela e minha língua invade rápido por entre seus lábios
com gosto de geleia. Uma mão dela desce do meu ombro e aperta
meu peito. Trago ela mais pra perto, puxando-a pela nuca,

Minha perdição   (Terminada )Onde histórias criam vida. Descubra agora