Karol Sevilla
— karol , por favor, diga que ele não te encontrou.
Volto a chorar como uma criança que perdeu o balão. Estou no
fim do poço. Sem saber o que faço. Olho em volta e ainda bem que
não tem muita gente e fico com vergonha das pessoas me ver
chorando. Estou numa praça pública, sozinha sem ter para onde ir.
— karol , me responda. O que Ruggero fez? — carolina tenta
mostrar tranquilidade, mas eu a conheço, acho que ela começou a
andar de um lado para o outro.
— Ele me encontrou — as palavras saem em um único soluço.
— Encontrou? E o que aconteceu? Fique calma, ele pode ter te
ameaçado mas você tem a lei a seu favor.
Faço uma pausa. É hora de convencer a mim mesma e aceitar.
Não estou mais chorando, então, com a voz firme, declaro:
— Eu me casei com ele.
Espero carolina engolir a notícia. Eu sei que para ela será difícil,
mas é a única que pode me ajudar, afinal, é a única que conhece
Ruggero . Acho que ela deve ter caído no chão ao saber da novidade.
Quem não cairia?
— Casou? — ela grita no meu ouvido. — Como assim, casou?
Ficou louca, Karol ? Tá de zoação com minha cara?
— carolina , você precisa me ajudar. Ele me chantageou e me tem
nas mãos, eu não aguentei… tive que sair de casa e deixei
Beni...com ele.
Ouço do outro lado o barulho dos saltos andando rápido, depois
uma porta batendo. Acho que ela entrou em algum lugar, um
banheiro, sei lá.
— karol , pare de falar. Caralho! — Ela berra — Eu não estou
conseguindo assimilar. Como se casou com Ruggero ?
— Ele me enganou, se passou por um cara que nunca foi só
para me seduzir. Ele é o Heitor.
— Como assim? Heitor? Que porra é essa, karol ? — carolina
grita bem alto e eu preciso afastar o celular do ouvido. Muito brava,
ela prossegue — Me responda! Que merda você fez?
— Eu não fiz nada… ele simplesmente veio… e foi só isso. Eu
jamais poderia desconfiar. Nunca tinha visto a cara do pai do
Bernardo, e chegou um homem lindo e humilde encantado comigo...
poxa... como eu poderia imaginar?
— Merda! Que inferno! — ela xinga. — karol … não acredito…
você e Ruggero ….
— E o mais horrível disso tudo é… que eu… ainda o amo. —
confesso.
Isso é o que ainda está bem dentro do meu peito. O desgraçado
agiu muito bem, garantindo até que eu o amasse. Sinto ódio ao
confessar isso para mim mesma.
— Não. Você não o ama — Carolina corrige aos gritos. — Ele a
fez acreditar nisso. Como pode ser tão tola, karol ? Como não
desconfiou?
— Como eu podia desconfiar? — arfo e, no mesmo momento,
explico — Eu nunca tinha visto uma foto sequer do seu ex-namorado.
— Ah, agora você enche a boca para falar ex-namorado, não é?
— O que está insinuando, carolina ?
— Não estou insinuando, eu só acho que você sempre teve
vontade de estar no meu lugar, namorando um cara bonitão e rico. E
agora conseguiu o que eu nunca consegui, casar com Ruggero .
Arregalo os olhos e fico passada com o que acabo de ouvir. Não
sabia que ela, minha própria irmã, pensava tão pouco sobre mim.
— Eu não estou acreditando que você está dizendo isso, karol .
Eu não agi com interesse. Ele se apresentou como um fotógrafo que
se chamava Heitor e que tem um irmão médico, longe de parecer os
executivos que você conhece.
— E o que quer que eu pense?
— Pense o que quiser, Droga, menos que eu tenho alguma
culpa nisso. Um cara armou covardemente contra mim. Eu sou a
vítima, não você. — Termino de gritar e olho em volta, me certificando
de que não tem ninguém me encarando.
Ouço um suspiro arrastado, então ela fala:
— Droga! Está vendo do que aquele cara é capaz? Peça logo o
divórcio, karol . Não quero sonhar com você passando mais um dia
casada com aquele idiota.
— Sinto muito. Sei que está brava, mas não tem como eu me
divorciar dele — digo para Carolina e olho o envelope de documentos
na minha mão.
— Como assim? Que tipo de chantagem aquele crápula está
fazendo?
Suspiro e conto tudo para ela. Eu não sou advogada, mas passei
a noite examinando cada papel que ele jogou na mesa. O desgraçado
planejou cada mínimo detalhe. Pela lei, ele é pai legítimo de Bernardo
e tem seus direitos agora. Inclusive, até mudou o nome do menino,
que passou a se chamar Bernardo pasquarelli .
Termino de narrar tudo o que descobri sobre o contrato, e
Carolina grita surtada:
— Que ódio! Deve existir algum jeito, karol . Ele não vai ficar
com meu filho.
— Meu filho, carolina , esqueceu?
— Não importa. Ele não vai ficar com o bebê. — Ouço os passos
dela andando de um lado para outro. Posso imaginá-la com as mãos
nos cabelos. — Quais são as condições para o divórcio? — ela
pergunta.
— Se eu pedir o divórcio, perco completamente a guarda de
Bernardo. Dependerei da boa vontade de Ruggero para visitar o bebê. Se
ele pedir o divórcio, a guarda será compartilhada. Só existem duas
exceções.
— Quais? — carolina se anima.
— Se Ruggero provar que houve infidelidade da minha parte, eu saio
do casamento sem nada e sem o bebê. Se eu provar que houve
infidelidade da parte dele, eu terei direito a negociação sobre os bens
dele, e ele perde a guarda do menino.
— Isso é bom, karol . Muito bom.
— É?
— Claro, sua sonsa. Pense bem. Vamos elaborar um plano para
derrubar Ruggero . Além de ficar com Beni, você ainda ganhará um bom
dinheiro.
— Eu não quero o dinheiro dele, carolina
— Não é questão de querer, é justiça. Eu vou ligar para algumas
pessoas. Você vai para o meu apartamento. A chave fica com o
porteiro, pedirei a ele que te entregue. Daqui a pouco, uns amigos
meus vão te fazer uma visita. Lembre-se, você precisa fazer tudo o
que eu mandar.
— carolina , eu não sei se…
— karol , chegou a hora de parar de ser uma lesma
insignificante. Você casou com um cara da alta sociedade e precisa
se dignar ao cargo de esposa dele.
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Minha perdição (Terminada )
Фанфикkarol depois da morte de seu marido se fecha pro mundo decidi ser melhor seguir sua vida sozinha foca agora em criar o filho de sua irmã ruggero é um sedutor cafajeste incorrigível dono de uma empresa na zone sul da cidade nunca perdoa um rabo...