capitulo 6

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ou um jantar

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ou um jantar. Chegando lá eu simplesmente dispenso os
pretendentes, descarto com alguma mentira como: "Sou lésbica." Daí
eles sempre perguntam: "E por que está saindo comigo?”.
E na maior cara de pau respondo:
"Por que sou esperta e queria um café de graça."
Eu poderia dizer isso sem precisar de um encontro forjado, mas eu
preciso deixar estritamente claro que não vai rolar, nada vai acontecer,
o café do descarte funciona para desencantar de vez qualquer
desavisado atraído pela dona da lojinha.
Como Heitor sabe que eu tive um noivo, eu preciso arrumar outra
mentirinha para contar e mantê-lo de vez afastado da minha vida.
Durante o expediente meu pai me ligou uma vez para saber se estava
tudo bem, em seguida, um pouco mais tarde Carolina  também ligou. Ela
não liga periodicamente, mas sempre está querendo saber como
estão as coisas. Ela não vê Bernardo como filho, disse que precisar
curtir a vida, viajar muito fazer pós-graduação e um dia casar com um
cara rico. Outro cara rico, pois o pai de Bernardo a deixou assim que
descobriu tudo. No dia que isso aconteceu, Carolina  veio até mim.
Estava abalada e disse que o cara estava psicótico querendo saber o
paradeiro do filho. Eu a tranquilizei dizendo que não tinha como ele
me descobrir aqui, primeiro que ela disse que eu tinha mudado com
meu marido e o bebê para outro país e segundo que o menino era
legalmente meu. Carolina  foi meio cruel com o cara, nem mesmo o
sexo do bebê ela disse.
- Oi Carolina . - Digo ao atender ao telefone. Estou no fundo da loja
alimentando Bernardo.
- Oi karol . E então? Quais as novidades?

Penso em Heitor, mas logo deixo pra lá. Isso não é relevante.
- Não há novidades, tudo como sempre.
- Ainda com aqueles encontros malucos que você chama de...
- Café do descarte. Sim, ainda faço isso. Nós duas sabemos que
Bernardo precisa ter minha total atenção por enquanto.
- Fico aliviada. -  carolina  fala. - Não consegui mais falar com Ruggero  e
nem sei se ele quer falar comigo.
- Ruggero ?
- Oh! Desculpe. Você não queria saber o nome...
- Droga Carolina  Preciso ficar bem longe desse cara, quanto menos
nós dois soubermos um do outro melhor. Você mesma definiu essas
regras. - Coloco a mão na cabeça detectando o inicio de uma dor
frontal. O nome " Ruggero " lateja na minha mente.
- Fique tranquila mana, somos tão parecidas que se você passar na
frente dele, ele vira a cara achando que sou eu.
- Assim eu espero.
- E Beni? Como está?
Olho para o menino que tem comida até no cabelo.
- Lindo como sempre.
- Mande um beijinho pra ele. Estou indo viajar e não sei quando volto.
- Vai pra onde?
- Nova York. A empresa vai me mandar em um estagio de um mês.
- Que legal carolina . Boa sorte.

Obrigada. Um abraço kah  cuida bem do nosso tesouro.
- Sempre cuidei.
- E qualquer coisa suspeita peça ajuda a Renato.
- Pode deixar. Assim que eu vir um carro de luxo com um cara de
terno descendo em frente a minha casa eu saberei de quem se trata. -
Rio com meu próprio comentário, limpo a boca de Beni com um
guardanapo e Carolina  fala no celular:
- Olhos abertos, Ruggero e o irmão são pessoas maquiavélicas. Talvez ele
mande um advogado, ou um detetive ou ele mesmo, mas não vestido
de executivo. Fique alerta mana.
- Ficarei. Boa viagem e se cuide.
- Beijos.
Ela desliga e eu olho com desanimo para meu filho todo melecado.
Ele sorri e bate palminhas de alegria.
- Ma-mã...! - Balbucia. Eu inclino e aperto as bochechinhas dele.
- Mamãe está aqui meu amor.
Assim que o expediente acaba, eu fecho a loja e Renato passa para
me levar pra casa. Moramos perto e ele sempre me dá carona, ainda
mais quando estou com um bebê gordinho. Não moramos em uma
rua, nossas casas ficam de frente para o mar. As duas casas foram
construídas pelos irmãos. Bernardo faleceu continuei na casa; Renato
não permitiu que eu saísse. Às vezes eu olho para ele e me pergunto
se ele me quer como mulher. Se for tudo bem, é um bom cara,
batalhador e bonito. Balanço a cabeça e tiro esses pensamentos da
minha cabeça. Ele seria bom para mim e para meu filho, mas é a
atração?
Quando chegamos perto da casa, uma expectativa me toma. Heitor
vai morar perto de mim. Da sala eu vou poder ver uma das janelas do
pequeno apartamento dele. E isso será muito difícil para quem terá
que dispensa-lo amanhã. Ele vai me odiar eu sei Renato já me deu
sugestões para mentiras absurdas que vão fazer o fotografo bonitão
passar longe de mim. Vou escolher uma delas essa noite. A mais
estranha é a que eu sou uma transexual ainda não operada e que
adotei um filho com meu bofe que morreu. Dá pra acreditar na mente
fértil de Renato?
Desço do carro de Renato com Beni no colo. Ele está meio sonolento
e balbucia em tom de chateado. Quer logo deitar e dormir.
- Obrigada Renato. Nos vemos amanhã.
- Até amanhã .kah . - Ele se aproxima e dá um beijo no bebê. - Tchau
titio.
- Ti-ti. - Beni grita estendendo as mãozinhas para Renato.
- Não vai com ele. - Reprendo Bernardo que começa a coçar os
olhinhos e choramingar.
- Seu filho? - Uma voz soa atrás de mim e eu e Renato nos viramos ao
mesmo tempo para dar de cara com Heitor. De bermuda, camiseta
regata e óculos escuros, uma perdição. Os braços agora descobertos
me deixam extasiada. Bernardo para de choramingar e olha com
atenção para o estranho. Ele tira os óculos e me encara.
- Sim. Esse é o Bernardo. Meu filho.
Heitor se aproxima, seu olhar parado. Deslumbrado como se nunca
tivesse visto um bebê na frente. Seus lábios estão entreabertos e ele
começa a sorri quase emocionado eu poderia dizer.
Ele... é... muito... - Heitor começa a gaguejar sussurros, depois olha
para mim e com um sorriso fascinado exclama: - Oh meu Deus...! Ele
é lindo.
- Obrigada. - Agradeço, mas ele nem parece perceber, está mais
concentrado no menino que também não desgruda os olhos dele.
Heitor levanta a mão e faz cut cut com um dedo na bochecha de
Bernardo.
- Oi garotão. - Heitor fala e Bernardo balbucia algo e bate palmas.
Sorri logo em seguida para o desespero de Renato que olha tudo
como se estivesse presenciando uma tragédia. Ele está assim por que
Bernardo é bastante seletivo. Ele dificilmente se interage com
estranhos, mas parece que gostou de cara de Heitor.
Quem não gostaria?
Heitor fica ereto e olha para mim e Renato, só uma olhadela, depois
encara o menino de novo.
- Desculpe, eu adoro crianças de verdade. Ele é um belo menino.
Parece com o pai... - Heitor comenta crava os olhos em mim e em
seguida lança um rápido desdenhar para Renato.
Eu fico como uma estatua congelada quando ouço falar isso. O clima
fica estranho e ele parece perceber, antes de eu fazer a pergunta
obvia “mas você não conheceu meu noivo", Heitor se antecipa e com
um sorriso devastador ele explica.
- Eu supus, já que ele não se parece muito com você.
Bernardo ainda não se parece definitivamente com o pai ou a mãe, ele
tem um ano e quatro meses, mas creio que quando começar crescer,
eu vou ter em casa uma copia do tal homem que é pai dele. Isso me
azucrina dia e noite, fico indignada por ele não ter os cabelos loiro  de carolina   ou nossos olhos cor de âmbar. Diferente disso,
ele tem uma cabeleira farta negra e olhos castanhos mel . Acho o
nariz um pouco parecido ao meu e da minha irmã e só.

Minha perdição   (Terminada )Onde histórias criam vida. Descubra agora