De repente ele saiu da roda de médicos e veio em nossa direção. Ele
levantou a mão e fez um gesto para eu parar. Parei enrijecido de
ciúmes.
- Carolina ? Carolina Santiago sevilla? - O médico fala em tom convicto e alegre.
Ela levanta a cabeça e eu não posso ver sua expressão, afinal estou
atrás dela empurrando a cadeira.
- Sim, sou eu. - Pelo timbre da voz dela noto que está nervosa.
Intrometo rapidamente e me apresento.
- Ruggero pasquerelli . Namorado.
O médico me olha e me sinto rebaixado; é como se seu olhar me
dissesse: "Trouxa".
- Oi. Sou Fernando Amaral, obstetra. - Ele aperta minha mão, um
sorriso amplo. Depois volta a olhar para carolina.
- Aconteceu alguma coisa?
- Foi um prazer doutor. Rugge , vamos embora. - Carolina , desconversa
nervosa, mas eu teimoso respondo:
- Ela caiu na nossa cozinha, mas já está bem. Sem nenhuma fratura.
- Que ótimo desejo melhoras. - Ele torna a desviar os olhos dos meus
e olha para ela e com uma expressão muito admirável pergunta:
- E como está o bebê?
Carolina não responde. O doutor espera e em seguida olha pra mim
esperando que eu intrometa novamente e fale alguma coisa.
- Rugge , preciso ir embora. - carolina torna a pedir. Ignoro, franzo o
cenho e encaro o homem.
Eu acho que você confundiu alguma coisa. O único bebê que eu e
Carolina temos é Jane, uma cachorra labrador. - Digo em tom
humorado, mas ele não ri.
- rugge, por favor, preciso ir pra casa. - carolina quase grita ríspida e
começa a entrar em desespero, faz força para se levantar da cadeira,
mas eu não permito. O médico nos analisa cuidadosamente.
- Não. Eu não estou me confundindo. Nunca esquecerei esse rosto. -
O doutor assume uma expressão intrigada e fica encarando nós dois.
Depois impaciente por ninguém dizer nada ele fala:
- Eu fiz o parto dela.
***
Ela conseguiu enrolar a situação, disse que a cabeça doía e eu a levei
embora. Ajudei a se deitar e enquanto ela dormia, eu na sala remoía o
que tinha acabado de ouvir.
Caralho! Parto? Que parto meu Deus? CCarolina teve um filho quando?
E onde está essa criança?
No dia seguinte, quando ela acordou tivemos uma discussão e ela
acabou contando tudo.
Eu estava cansado de tanto pensar e beber, ainda surpreso e
palpitando por respostas. Fui ao quarto e ela estava acordada.
- Se sente melhor? - Apesar de estar sendo gentil, minha expressão
não dizia o mesmo.
Sim. Estou bem. - Ela diz sem me olhar e vai para o banheiro.
Quando ela sai eu já peguei uma caneca de café para ela. Entrego e
bato a mão na cama para ela se sentar ao meu lado.
Meio desconcertada e pálida, carolina senta e toma um gole de café.
- Quer me explicar alguma coisa?
- Ele apenas se confundiu rugge.
A raiva remoída pela noite em claro começa a subir.
- Não parece que um médico possa confundir uma coisa dessas. Ele
sabia seu nome.
Carolina não responde. Fica de cabeça baixa olhando para a caneca
em suas mãos.
- carolina , onde está seu bebê?
Ela ergue o rosto em minha direção. Uma carinha de sofrimento
começando a se formar. Eu não vou cair nessa.
- É algo que eu não quero reviver, será que pode deixar isso pra lá?
Começo a perder a paciência. Minha mente zoa conturbada de tantos
pensamentos e preciso de respostas.
- Quando foi esse parto, e por que não me contou?
- Rugge, isso não vai mudar nada, podemos seguir em frente sem...
- Que porra carolina! - Pronto surtei. - Eu sou seu namorado. Não acha
que pelo menos isso eu devia saber?
Ela esfrega uma mão no rosto, e coloca a caneca no criado. Depois se
levanta e fica de costas.
Preciso fazer uma pergunta que está me martelando desde ontem, e
sinto o peito doer só em pensar isso. Ficamos saboreando o silêncio.
Ela tentando achar uma saída pela tangente e eu arrumando coragem
para fazer a pergunta.
Eu odeio novelas, ou essas séries muito dramáticas cheias de
segredos e de laços sanguíneos ocultados. Eu trabalho com números,
com exatidão; nada de suposição, então preciso de respostas
imediatas.
- Por acaso eu sou o pai do seu bebê?
Ela caminha até a janela e vira-se para mim encosta as costas no
vidro e me olha de braços cruzados.
- Por favor, Rugge, não existe bebê.
- Porra! - Grito perdendo toda a calma. A caneca cai da minha mão e
eu me levanto, aponto um dedo para ela. - Não me faça de tolo
Carolina . Eu não sou. Existe um bebê e eu só preciso saber se eu sou o
pai ou eu juro que viro o mundo de pernas pro ar e descubro.
Uma lagrima desse do olho dela e os lábios começam a tremer.
- Você não tem esse direito. - Ela grita. - Eu o gerei por nove meses,
eu sozinha dei a luz, eu..
- Quem. É. O. Pai. - Rosno como um cachorro selvagem. Falando em
cachorro, Jane aparece na porta do quarto e dá um latido aflito.
- Rugge...! - Meu nome sai em um soluço choramingado dos lábios de
Carolina .
- Apenas me responda cacete! - Eu grito e Jane late de novo.
Foi por isso que desapareci. Satisfeito? - Carolina exclama em meio a
um pranto. - Eu me engravidei de você e você me abandonou!
- Eu te abandonei?
- Sim, lá em Londres...
- Meu pai tinha sofrido um acidente. - Explico mesmo sabendo que ela
tem que explicar as coisas aqui.
Ela limpa as lagrimas e fala:
- Depois eu fui te procurar e não conseguia falar com você. O pessoal
da empresa não queria deixar ninguém chegar perto da família, havia
seguranças na sua casa, e mike não é uma pessoa muito amigável
para negociar.
Sento desorientado na cama. Um filho. Eu tenho um filho. Em plenos
trinta anos de idade eu já sou pai. E isso não me enlouquece, me
deixa satisfeito de algum modo.
Olho para ela e Carolina se esvai em lagrimas. Parada, apática,
recostada na parede. Tão linda, mas tão traiçoeira.
- mike sabia? - Murmuro.
- Não sobre isso. Eu fui atrás dele para que pudesse falar com você,
mas ele me negou acesso.
- Eu pedi isso a ele. - Declaro me lembrando de que pedi que não
queria ser incomodado por ninguém. - E depois? O que aconteceu?
Onde está o bebê?
- Eu fui embora do Rio, e tive o bebê em outro lugar.
- E onde ele está? Como se chama? É menino ou menina? Sou pai,
preciso saber.
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Minha perdição (Terminada )
Fanfictionkarol depois da morte de seu marido se fecha pro mundo decidi ser melhor seguir sua vida sozinha foca agora em criar o filho de sua irmã ruggero é um sedutor cafajeste incorrigível dono de uma empresa na zone sul da cidade nunca perdoa um rabo...