Quindicesimo Capitolo

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Edoardo Santinelle

Sinto que as coisas hoje podem ficar completamente serias.

Quando o motorista me ligou dizendo que minha esposa pediu para que ele a leva-se na Lux G fiquei completamente em alerta, sabia no mesmo momento que coisa boa não podia vir daí, eu sentia isso.

Nesses cinco meses eu me peguei quase mandando essa mulher tomar do cu, mas aí eu respiro fundo e lembro que ela ainda é minha esposa e que eu prometi amá-la e respeitá-la na alegria ou na tristeza. Se bem que nos últimos anos só vem sendo na tristeza mesmo.

Assim que chego no lugar David estava do lado de fora, parecia realmente estar me esperando, assim que me aproximo ele foca seus olhos em mim.

- Ela subiu para o quarto onde Bernardo e Pietro estão - ele disse uns segundos depois - último andar - completou ele.

- Não entendo por que vocês jovens gostam tanto de prostibulos, nós não gostávamos tanto disso na minha época - digo olhando para ele com um pequeno sorriso.

- Eu, Maju e Pither estamos aqui mais para beber mesmo e conversar - ele disse uns segundos depois dando no ombro - porém, hoje à noite promete para mim - completou ele dando no ombro.

Eu apenas sorrio para ele, David puxou mais para o pai do que para Eleonora.

- Va menino, que eu tenho que ajudar meu filho a lidar com uma mulher, que pelo que parece, está louca - digo suspirando pesadamente.

Bernardo Santinelle

Estar com ele é com a maior certeza uma coisa maravilhosa para mim, nesses meses juntos estou me sentindo completamente bem. Pietro estava aconchegado no meu peito como quase todos os outros dias.

Estar aqui com ele me faz realmente bem, até mesmo minha mãe tem que admitir que estou mais feliz ultimamente... Menos quando ela começa com aquelas palavras aí a infelicidade volta com tudo.

Essas breves conversas que estamos começando a ter me deixa ainda mais feliz que antes, quero saber mais dele, o tenho observado de longe, nas sombras.

Quando eu percebo que ele já dormiu começo a querer dormir também. Só que um estrondo alto seguido por um grito de horror me faz levantar rápido.

Mas não antes de pegar a cintura de Pietro rápido e o colocar atrás de mim pegando a arma que tem no criado mudo ao lado da cama.

Pietro está totalmente assustado. Sei disso porque ele agarrou meu braço esquerdo com muita força, sinto suas mãos tremendo e ele ficar com o respirando ofegante.

Olhando novamente a figura na minha frente, percebo que se trata de uma mulher de idade mediana, mais ou menos uns 45 anos, mulher essa que eu sei bem quem é, ninguém mais, ninguém menos que minha mãe.

- Mãe - digo, surpreso abaixando a arma - o que faz aqui? - pergunto com uma voz calma, tentando demonstrar a Pietro que eu conheço essa pessoa e que ele está seguro.

Seus olhos não focam em mim, e sim em Pietro que se encolhe ainda mais do meu lado com o olhar completamente ameaçador que ela lança para ele.

- Quem é esse? - pergunto apontando para ele com um olhar de desprezo - QUEM É ESSA VADIA QUE VOCÊ PASSA A NOITE? - ela grita descontrolada, tendo meu pai bem atrás dela olhando a cena com os olhos arregalados.

Nem mesmo ele esperava isso dela, eu também não esperava. Minha mãe já foi uma mulher doce, mas hoje... Hoje ela é alguém que eu não reconheço direito.

Sinto a cabeça de Pietro sendo apoiado meu ombro e minhas blusa sendo molhada.

Demorou um pouco mais do que alguns segundos para perceber o que estava acontecendo, ele está chorando. Um choro baixo e silenciosos, e isso me parte o coração. Ele e tão frágil e indefeso. Isso me dá raiva.

Meu pai foca os olhos em Pietro e percebe como ele está. Então agarra os braços da minha mãe e saiu puxando-a.

- Não acha que já causou demais? - pergunta ele olhando para minha mãe. Ele nem um pouco feliz - não vê como o menino está? - perguntou.

Ela sai xingando, mas não dou atenção. Meus olhos se voltam para Pietro. Ele continua chorando só que agora e alto de soluçar.

Envolvo ele em meus braços para colocá-lo na cama.

Ele se aconchega em mim e chora ainda mais. Sei que foi difícil ouvir aquelas palavras. Embora seja verdade deve ter sido complicado ouvi-las.

Eu estou quebrado por vê-lo chorar.

Que sentimento e esse que eu sinto?

Pietro Rossi

Aquilo doeu.

Ouvir aquelas palavras doe de mais. Eu não aguentei e desmoronei depois que a porta do quarto foi fechada. Bernardo me carregou até a cama e se deitou comigo, enquanto eu chorava ainda mais.

Eu sei que não deveria me apegar a ele, mas eu como o perfeito trouxa que sou, já estou apegado a ele, e quando ele for embora e não voltar mais?

Você é um idiota Pietro, e claro que um dia ele vai embora e não vai mais voltar - era isso que minha mente gritava para mim.

Ele vai acordar uma manhã e vai ver que não te quer mais. E você vai esperar por ele, mas ele não vai aparecer. É isso que vai acontecer, tenho certeza.

Eu choro mais um pouco com esses pensamentos, até que eu descido que não posso.

Tenho que cortar o mal agora, porque depois não vou conseguir.

Me levanto rápido, deixando um Bernardo confuso me olhando.

- Onde vai Pietro? - ele pergunta com a voz grossa que tanto amo.

- Embora - digo colocando o shorts.

Corro pra o banheiro não o deixando falar nada e saio do quarto.

La fora encontro a mesma mulher de hoje com um homem, deve ser seu marido.

Ela me olha com raiva, junto todas as minhas forças e passo por ele e o elevador se abre logo em seguida revelando Isabela que tem os olhos arregalados em direção deles.

- Senhorita - a chamo e seus olhos se voltam para mim - não estou me sentindo bem posso tirar uma folga amanhã? - pergunto encarando-o.

Isabela parece perceber que a situação e perceber que não e das melhores não é a melhor, assim que olha para ele e depois para mim.

- Claro -diz saindo do elevador.

Eu não digo nada, apenas entro e vou para o meu quarto trancando a porta e colocando alguma coisa na frente para ninguém entrar lá.

Me deito na cama e choro sem parar.

Como posso ser tão trouxa, e claro que para ele sou só um prostituto particular que ele como todas as vezes que vem aqui.

Como posso ser tão idiota?

Fico assim até que me sinto tonto e de repente tudo fica escuro e não me lembro mais de nada.

Meu Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 01)Onde histórias criam vida. Descubra agora