Diciannovesimo Capitolo

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Pietro Rossi

A primeira coisa que eu percebo quando minha consciência vai voltando é que sinto um pequeno desconforto entre as minhas pernas e que a minha cabeça está latejando.

Outra coisa e que uma mão estava segurando a minha, além de que eu estou me sentindo observado. Quando finalmente tomo coragem para abrir os olhos me deparo com uns nove pares de olhos que estão focados em mim.

Um deles está ao me lado, Bernardo, também reconhece Luccas, Isabela e Maria Julia, mais lá no fundo vejo Hericco também.

Hericco e o senhor de hoje mais cedo são os únicos que estão sorrindo para mim. A senhora por outro lado me olha com raiva. Enquanto os demais me olham com curiosidade. Ninguém fala nada, até a porta ser aberta por um homem alto, cabelos castanhos e olhos azuis.

- Boa noite Pietro – ele diz sorrindo levemente para mim – eu sou o doutor Thomas Bueno, sou obstetra e vou acompanhar seu caso – se apresentou me olhando educadamente.

Olho para ele sem saber o que falar por alguns segundos processando sua apresentação.

- Disse que já e de noite? – pergunto e ele assente – eu dormi por quanto tempo?

- Você foi trazido para cá ontem anoite – ele informa segundos depois.

- E por que eu precisaria de um obstetra?

- Esta gravido Pietro – ele afirma uns segundos depois olhando para mim.

Paro e olho para ele como se o mesmo fosse de outro país, como se não respirássemos o mesmo oxigênio, ou ainda pior como se ele realmente fosse um completo maluco.

Não é possível, qual é eu saberia se fosse possível um homem engravidar, não saberia?

Automaticamente e inconscientemente levo minha mão a barriga, mas não sinto nada, realmente eu ainda estou em choque.

Olho para Bernardo uns segundos depois, ele estava com um pequeno sorriso cafajeste no rosto, eu o ignoro e volto o meu olho para o obstetra, porém, quando eu percebo que ele ainda sorri eu me irrito, como esse idiota está sorrindo enquanto eu estou tendo uma crise aqui por estar "gravido".

Dou um tapa no braço dele e ele me olha surpreso

- Como pode ficar feliz por ter me engravidado? – digo indignado – seu idiota, babaca, imbecil – nem eu reconheço o tanto de raiva que eu tenho agora.

- Tem certeza disso? – pergunta a mulher com nojo na voz.

- Tenho sim – responde o médico – certa de 5% da população mundial masculina pode engravidar, isso ocorre por uma mutação genética que acontece quando o feto ainda está na barriga da mãe, a criança nasce um útero, mas não menstruam ou nada que possa desconfiar que ela possua um a maneira que eles encontram para saber e por uma ultrassom ou quando acontece a gravides, que é o seu caso – diz ele – geralmente se passa geneticamente, não precisa ser necessariamente de uma geração para outra como de pai para filho, mas se avo, tio, primos ou etc. Podem ser portadores – explicou ele calmamente.

A mulher e olha ainda com mais ódio. O homem ao lado dela tem os olhos brilhando pelas lagrimas, mas posso ver pelo jeito que ele me olha que são de felicidade.

Maria Julia sorri para mim, assim como Isabela e Luccas. Hericco me olha e ele sei que ele está esperando o dinheiro da aposta que eu fiquei devendo a ele.

- O exame de DNA? – perguntou a mulher.

- O que? – eu e Bernardo dizemos juntos.

Pelo que eu vejo ele não quer pedir um exame, claro eu poderia estar disposto a deixá-lo fazer um quando esse bebê nascesse, mas mesmo assim fico feliz que ele confie em mim e não o queira.

- Eu já lhe disse que não posso fazer sem o consentimento dos pais – disse o médico. Perece que não e só eu e Bernardo que estamos irritados com essa história.

- Bom vamos para as apresentações – disse o homem – eu me chamo Edoardo Santinelle, sou pai do Bernardo – ele disse sorrindo – eles são Graziella e Pither – disse apontando para uma moça de cabelos negros e olhos azuis e um outro com as mesmas características – os outros você já conhece. E essa e minha esposa Eliza Santinelle, a mãe do Bernardo – ele diz apontando para a mulher que ainda me olhava com ódio.

- Como vou saber que esse menino não quer dar um golpe do baú na nossa família? – ela pergunta amarga.

- Chaga Eliza – diz Eduardo – Bernardo vai ser pai, eu confio no meu filho e se ele tem a certeza de que essa criança e filho dele, eu também tenho – diz ele dando a palavra final.

- Eu não acredito – diz ela se exaltando.

Tenho medo dessa mulher, o jeito como ela me olha, principalmente o jeito que ela olhou minha barriga, me fez passar a mão em volta dela num puro extinto em forma de proteção.

Minhas mãos estão tremulas. Bernardo percebeu isso porque me abraçou forte, eu me sentia mais protegido, mas nem tanto para deixar que minha mão saia da barriga.

- Já chega – disse o médico – a senhora não está vendo que está fazendo mal ao seu neto? – pergunta ele olhando para ela – Pietro tem uma gravidez de risco, por ser sua primeira e por já ter tido um sangramento – depois ele volta o olhar para nós e sua cara mostrava serenidade - você está com três semanas, mas com o sangramento já podemos classificar sua gravides como de risco então vamos te deixar de observação por mais algumas horas e te liberaremos.

Eu estou com mais medo, eu vou ter um filho, e agora eu já posso perdê-lo, ele ainda tão novinho.

- Calma – diz Bernardo me abraçando forte – nada vai acontecer com nosso filho fique tranquilo. Eu não vou deixar nada de mal acontecer a ele ou ela.

Isso de certa forma me tranquiliza de alguma forma.

- Quanto quer? – pergunta a mulher me olhando.

Não entendo o que ela está perguntando. Nem eu, nem ninguém da sala entende.

- Quando quer para tirar esse negócio? – ela pergunta fria.

Não sou nem eu que tenho a reação e sim Isabela que lhe dá um tapa na cara.

- Nunca mais chame meu afilhado ou minha afilhada de negócio – diz ela de forma dura. Enquanto todos na sala estão de olhos arregalados – essa criança vai nascer, linda, forte e saudável. E não e você nem nenhum dos nossos inimigos que vai fazer isso não acontecer – disse ela – agora saia. Já que pessoas como seu próprio filho não são bem-vindas na sua casa vai embora que você também não e bem-vinda aqui com essa família – ela se vira para Eduardo – o senhor e sempre bem-vindo padrinho, mas não traga sua esposa, eu já aguente desaforo demais com dela com os meus pais, isso e a gota d'água em tudo isso, eu me cansei de você... 

Meu Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 01)Onde histórias criam vida. Descubra agora