Dodicesimo Capitolo

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Maria Julia Santinelle Mountbatten

Algumas Horas Antes

Olhando para o homem a minha frente eu me pergunto como foi que eu me menti nessa completa confusão.

Pither Santinelle Mountbatten e com certeza um dos homens que eu mais amo na minha vida. Eu ainda me lembro de quando conheci ele, tínhamos seis anos, foi logo depois da minha mãe e do meu pai se casarem.

- E estranho pensar que vamos nos casar e somos primos? - perguntou ele me olhando com um pequeno sorriso.

Eu apenas olho para o mesmo devolvendo o sorriso.

- Bom teoricamente não somos primos - digo sorrindo ainda mais para ele.

- Sabe que a maioria nos consideraria como primos - ele disse comendo um pouco da comida a sua frente.

- Meu pai, seu tio não é meu pai biológico - eu digo olhando para o mesmo - você sabe disso - eu completo com um biquinho nos lábios.

- Nunca entendi essa história direito - disse ele, e eu apenas sorri para o mesmo - e sério, você sabe disso - disse ele com um grande e bonito sorriso no rosto - nós tínhamos seis anos na época, nem você, nem meus tios ou os meus pais nunca falaram sobre isso, nem mesmo alguns anos depois quando o Marcio veio morar com a gente - ele completou.

- Bom eu tenho que concordar - eu digo olhando para ele - você nunca perguntou, achei que sabia o que tinha acontecido.

- Bom eu não sei - ele disse me olhando com aqueles olhos pidões - me conta? - ele pede me olhando com aquela carinha fofa maravilhosa.

- Minha história de vida e muito chata - digo olhando para ele.

- Você foi adotada por uma das pessoas mais perigosas do mundo - disse ela me olhando e sorrindo - como isso pode ter acontecido e ninguém saber disso em nenhum lugar?

- Minha mãe e o meu pai se conheceram aos 16 anos - eu digo depois de uns minutos - minha mãe fala que ela sempre foi apaixonada por ele, dês da primeira vez que o viu, mas ele não era apaixonado por ela, disso eu tenho certeza e ela também tem - eu continuo olhando para o mesmo - ele se casou uns anos depois, mas nesse tempo ele já transava com a minha mãe e continuou transando quando se casou - digo e meus olhos se enchem brevemente de lagrimas que eu logo espanto ela - ela realmente o amava e achava que ele iria largar a vadia da esposa para ficar com ela, então ela simplesmente continuou por anos ela continuou nessa situação, até que ela deu um basta, isso foi dois anos antes que eu e Marcio nascermos - eu fiz uma breve pausa olhando para o mesmo, que me olhava atentamente.

"Ela conseguiu por um tempo, começou a namorar o homem que hoje e meu padrinho, ela saia e se divertia, ela era mais feliz do que antes - digo com um sorriso triste - claro isso de acordo com o meu próprio padrinho - ele com um sorriso um pouco menos triste agora - mas ai ele reapareceu na vida da minha mãe, e sinceramente isso me deixa completamente irritado, o fato dele reaparecer assim me deixa completamente irritado, ela ainda o amava, então quando ele deixou a esposa e propôs se casar com ela minha mãe simplesmente aceitou - digo dando no ombro - meu padrinho fala que ela foi feliz por um tempo, mas depois as coisas começaram a piorar, aquela desgraçado batia nela - digo e ele me olha com os olhos brevemente arregalado.

"Quando eu tinha dez anos eu me lembro da mãe do meu pai perguntando para a minha mãe o porquê dela não ter terminada com ele já que ele era abusivo? - digo olhando para ele - eu me lembro de ver minha mãe de pê olhando para ela e tremendo, eu não me lembro da resposta que foi dada a seu avo naquele dia, mas anos depois eu entendo que o que faz o relacionamento abusivo existir e consecutivamente formar uma vítima é a capacidade o abusador de manipular os fatos e ter como objetivo controlar a vítima para não se responsabilizar pelos seus próprios erros. Eu entendi que não e fácil sair de um relacionamento assim, sabe não deve ser fácil ouvir ameaças que te fazem duvidar se você deve ou não pedir ajuda e dos riscos disso, não deve ser nada fácil viver na manipulação de uma pessoa que diz que te ama muito e faz isso porque cuida de você e você que não valoriza isso.

"Ela ficou nisso por anos, no começo eram tapas, depois ele chegava drogado e batia nela - eu continuo olhando para o mesmo - ela disse uma vez que quase nos perdeu várias e várias vezes, eu acho que ele não se importava de verdade. Nos dois nascemos e ele nem mesmo compareceu ao hospital - eu continuou dando no ombro - ela aguentou essa situação até que eu e Marcio fizemos quatro anos, ela fugiu de lá - digo olhando para o mesmo - eu me lembro de partes daquela noite, ela passou no meu quarto e me pegou e depois passou mas quando foi para o quarto do Marcio ele não quis ir, xingou ela e falou que ela deveria morrer, eu me lembro dos olhos da minha mãe derramando lagrimas e pegando minha mão e indo embora - continuei com os olhos já escorrendo lagrimas .

"Ela gastou tudo que tinha e tudo que não tinha para comprar duas passagens de avião para Londres, ela começou a trabalhar uns dias depois, nós tínhamos um apartamento legal, e um dia dois anos depois na praia encontramos por coincidência meu pai Carter. Eles se apaixonaram à primeira vista, uns anos depois eles se casaram e depois Marcio veio morar com a gente, e aí a vida seguiu como você já sabe - completei olhando para ele e dando no ombro".

Pither me olha uns segundos sem saber o que falar.

- Eu sinto muito Maju - disse ele baixinho me olhando.

- Não sinta - digo olhando para ela e enxugando as lagrimas - já faz mais de vinte anos, eu não sinto mais nada quando falo dele a essa altura do campeonato.

Meu Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 01)Onde histórias criam vida. Descubra agora