Quarantaseiesimo Capitolo

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Oi gente, tudo bem? Espero realmente que sim, só passando para avisar que estou postando o capítulo de amanhã já, não estou muito bem por isso não sei quando volto. Lamento gente sei eu prometi um por dia mas agora não posso.

Amelie Santinelle Brachmann

Respiro fundo olhando para o espelho do hotel onde estou hospedada.

Essas roupas estão me incomodando, o leve desconforto no meu ventre ainda prevalece, a médica disse que seria normal, mas que os remédios retardariam a dor e o avanço da doença, mas não me parece isso que está acontecendo.

Tenho uma noção que não vai demorar muito para que eu tenha que operar, eu ainda não descobri como vou contar para os meus pais, meus irmãos, primos, tios, e o pior, ainda não descobri como vou contar para Aaron.

Penso bem em como nos conhecemos nunca fomos realmente normais, porém, acho que isso extrapola os limites da anormalidade, pelo menos para mim.

Olho para o espelho eu me desconheço por completa, eu venho sofrendo uma pressão absurda nos últimos anos dês de que assumi o lugar do meu pai, a Alemanha teve que mudar de um jeito radical, as vezes acho que nem mesmo meus pais queriam que eu fosse a Capo, talvez Kleber fosse melhor para esse cargo mesmo.

Não, meu irmão é livre, ele merece ser livre assim como Eileen e mesmo eu não querendo admitir em voz alta esse cargo nos priva dessa liberdade.

Me sinto largada no tempo as vezes, eu tenho um marido que amo, mas ele está servindo a mais de dois meses e não nos falamos a quase um mês.

Uma vez eu quis deixar tudo de lado e só sumir no mundo, as pessoas da família alemã são cruéis, não só comigo mais com toda a minha família, os Santinelles.

Minha avó Melissa se casou com meu avô Adam foi apenas um contrato, eles nem mesmo se gostavam quando o casamento aconteceu, sabe não havia amor no casamento, porém, com o tempo o amor veio. Na minha visão como Capo foi um acordo bem vantajoso para ambas as partes, tanto os Santinelles quanto os Brachmanns se fortaleceram com essa aliança, os lucros depois dessa união foram absurdos, ainda é absurda.

Meu pai e minha mãe já foi outra história, quando éramos crianças minha mãe me contava como papai ficou acampado duas semanas no seu gramado só porque ela se recusou a falar com ele, claro ele tinha sido o babaca antes, mas isso é outra história, ali sim tinha amor dês do primeiro momento.

Eu e Aaron foi diferente, nos conhecemos na faculdade, mesmo não demonstrando eu ainda era completamente caidinha por ele, acho que sempre fui dês do primeiro momento.

Sou tirada dos meus pensamentos quando vejo Pietro entrando completamente sério. Ele se joga na cama e fica olhando para o teto em silêncio.

- Estava pensando – ele disse segundos depois – não sei que lugar é mais chato, os Estados Unidos ou a Itália – completou rindo.

A única coisa que posso fazer depois dessas palavras é rir um pouco.

- Você não presta Pietro – digo me deitando ao seu lado – não sei do que está reclamando, eu daria tudo para ter uma vida mais tediosa, você ainda não é o Capo vai ver como a emoção aparece no momento em que se tornar um – digo olhando o teto.

- Para de lembrar que eu terei que assumir essa responsabilidade um dia – disse e pelo seu tom de voz sei que estava fazendo um biquinho.

Mesmo com todos os contras de ser Capo e de fazer parte dessa família, ainda sim em momento como esse eu me sinto feliz em fazer parte dessa louca família que eu tenho.

Pietro Santinelle

Fazer Amelie sorrir me faz realmente querer sorrir também, só pelo fato dela estar sorrindo.

As coisas estão estranhas, Amelie vem ficando cada vez mais triste, ela está escondendo algo da nossa família e isso está me preocupando. Eu e Amelie não somos as pessoas mais próximas, na verdade não somos nem um pouco próximos, mas mesmo assim me importo com ela, é da minha família e eu a amo como tal.

Porém, suas palavras me fizeram pensar em muitas coisas, como o fato de eu ser o Capo um dia. Amo meu irmão, Luca e uma das pessoas que eu mais amo em toda a minha vida, ele é meu irmão mais velho, mas isso não me impede de odiá-lo por jogar sua responsabilidade como primogênito da famiglia americana e jogá-lo para mim. Muitas vezes no último ano eu pensei em passar essa responsabilidade, mas para quem? Isabella ou Rebecca? Não elas merecem mais do que serem colocadas a esse nível de pressão. A única coisa boa em tudo isso e que ainda tenho mais uns três anos antes do acordo que fiz com meu pai, ainda tenho mais tempo.

Ainda sou novo demais, eu me sinto tão inocente para ser o Capo, sinto que não me apaixonei, que não capotei um carro ainda e nem fui preso, eu sempre pensei que antes de ter responsabilidades seria alguma coisa de loucura, mas ei sempre fui um bom filho, calmo e toda essas coisas.

- Gostei daquele menino que Bernardo escolheu – Amelie disse segundos depois me tirando dos meus pensamentos – não sei se é coisa do nome ou não, mas aquele Pietro é forte e estava defendendo os filhos demonstrando que aquelas crianças são mais do que apenas uma probabilidade de um golpe – constatou seria.

- Meu xará em nome parece uma pessoa boa mesmo – digo ainda olhando para o teto – ele me parece bem tímido, porém, aos poucos está se soltando agora, ele parece realmente não querer dar um golpe em Bernardo, porém, ainda estou avaliando isso – sou sincero me levantando.

Mesmo acreditado na capacidade de julgamento do tio Edoardo, de Bernardo e etc.; ainda acho que Pietro é muito fofo poderia iludir a cabeça deles não duvido.

- Acredite que eles já pesquisaram tudo o que podiam sobre Pietro Rossi – ela disse se levantando também e indo até uma gaveta e pegando uma pasta – toda a vida de Pietro Rossi está ao dentro, pode ver, porém, não há nada de suspeito – ela disse.

Pego o arquivo porque não faz mal nenhum ter certeza com os meus próprios olhos, se minhas precauções se tornarem errôneas eu mesmo pedirei desculpas para os dois. 

Meu Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 01)Onde histórias criam vida. Descubra agora