Primo Capitolo

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Pietro Rossi

     - SEU VIADINHO DE MERDA LEVANTA DESSA CAMA QUE EU NÃO SOU SUA EMPREGADA – gritou minha adorável mamma da cozinha.

     Essas e outras palavras semelhantes fazem parte da minha manhã nos últimos dois anos.

     Eu ainda me lembro do dia que isso começou a acontecer.

     Eu vim para casa com um colega da escola muito bonito, que eu realmente gostava, então quando ele começou a me beijar eu apenas retribuo o beijo, mas meu mundo caiu quando os meus pais chegaram em casa.

     No começo ela me xingava, me olhava enjoada e me ameaçava pôr para fora, mas as coisas pioraram muito quando meu pai foi embora. E junto com ele todo o dinheiro que tinha em casa.

     Nós não temos dinheiro para nada em casa. As contas chegaram, e o pouco dinheiro que tinha na conta foi para o gasto de alimentos, além do que minha mãe da todas as semanas para a igreja.

     Para ganhar dinheiro só vai ter um jeito.

     O jeito que eu vou começar a dar hoje mesmo, mas como sempre minha adorável mãe discordou do meu jeito.

     O jeito vai ser vender a única coisa que eu tenho que vale alguma coisa, meu corpo.

     Levantei-me muito arrastadamente e fui para o banheiro fazer minha higiene matinal.

     Assim que sai, troquei de roupa e fui para a cozinha.

     Chegando lá, minha adorável mãe já estava comendo de cara fechada como sempre.

     - Buongiorno – disse assim que entrei na cozinha.

     Ela nem se deu o trabalho de responder, e eu também não fiz muita questão de uma resposta vindo dela.

     Minha mãe Donna e uma mulher muito bonita, com seus cabelos castanhos e olhos verdes chamam muita atenção nela, ela também tem um corpo de dar inveja em qualquer mulher mais nova que ela. Minha mãe embora tenha seus 40 anos está mais conservada que muitas com 30 anos.

     - Vai mesmo fazer isso? – pergunta ela com uma voz amarga de desgosto.

     Será possível que essa mulher ainda não entendeu que não temos dinheiro e que essa e a única forma de sobrevivermos?

     - Ainda não entendeu? – pergunto sem olhar ela.

     - Se você não fosse um viadinho o padre te colocaria para ajudar ele – ela disse me encarado por traz.

     Me virei para ela, e olhei no fundo dos olhos da minha mãe.

     - Você ainda não entendeu não e mesmo? – pergunto amargo – gostar de homens ou de mulheres não é uma escolha – disse ainda encarando ela – não e como se eu escolhe-se gostar deles. Eu nasci assim, eu sempre fui assim – terminei olhando para ela.

     Como sempre ela não demonstrou qualquer arrependimento pelo que disse, na verdade ela nem mesmo parece ver o peso das suas palavras tem sobre os meus ombros.

     - Você e um anormal – ela disse quase gritando – UMA CRIATURA REPUGNANTE AOS OLHOS DE DEUS.

     - DEUS É AMOR – gritei olhando no fundo dos seus olhos – ELE NÃO SE IMPORTA SE EU GOSTO DE HOMENS OU DE MULHERES, ELE NÃO ME JULGA – digo com muita, mais muita raiva mesmo – E SABE POR QUE ELE NÃO ME JULGA? – nem me dei ao trabalho de esperar ela responder – PORQUE ELE MESMO ME FEZ ASSIM – dito isso ela me olha com os olhos arregalados – eu vou vender meu corpo, não por escolha, mas sim por necessidade, porque se não vamos morrer de fome - dito isso eu saio da cozinha e vou direto para o meu quarto.

Meu Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 01)Onde histórias criam vida. Descubra agora