Ventottesimo Capitolo

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Pietro Rossi

Ainda fico olhando para frente completamente desacreditado do que ele tinha acabado de me dizer.

Gêmeos é muita coisa, já daria trabalho apenas um, agora o trabalho é em dobro, eu inda tenho dezoito anos, sou apenas um menino que acabou de começar a vida adulta, que já passou por um monte de coisas, estou com medo, apavorado e feliz ao mesmo tempo, parece até que vou ter um troço pelo nervosismo.

- Darei um tempo para vocês - o obstetra disse uns segundos depois nos olhando gentilmente - se tiverem mais alguma dúvida estarei a disposição a hora que precisarem - completou com um pequeno sorriso.

Com isso calmamente ele sai do quarto, eu e Bernardo ainda ficamos em silencio por mais alguns minutos antes de finalmente começarmos a falar. Primeiro ele quase cai sentado na cadeira, parecendo completamente me choque, acho que o seu choque só não é maior nesse momento que o meu.

- Por essa eu não esperava – ele disse baixinho uns segundos depois – acho que vou desmaiar de novo – completou uns momentos depois.

- Não ouse desmaiar Bernardo Santinelle – digo olhando nada feliz para ele – colocou essas crianças aqui dentro, então não ouse dar mais trabalho ainda – digo, mesmo não sabendo de onde tirei coragem para falar com ele dessa maneira - são dois bebês Bernardo, trabalho completamente em dobro – digo frustrado, não sei se comigo ou com ele.

Bernardo apenas fica me olhando por alguns segundos em silencio, depois ele pega a minha mão e dá um pequeno beijo e depois me lança um sorriso.

- Estou com medo Pietro – ele admite uns segundos depois – tenho inimigos que dariam tudo para colocar as mãos em você e nos nossos bebês, sabe disse, não é? - perguntou e me olhou com uma cara neutra, mas sei que lá no fundo ele estava com medo.

- Acho que percebi isso – digo tentando quebrar a tensão.

- Estar comigo te coloca em perigo, você sabe disso – ele disse uns segundos depois – o que aconteceu ontem Pietro pode acontecer de novo, vai acontecer de novo, porque eu sou o Capo, sou alguém importante dentro dessa organização e ficando comigo isso te coloca em perigo – completou.

- O que está querendo dizer? - perguntei confuso depois de suas palavras.

- Acho que não deveria estar comigo – ele disse de uma maneira calma, mas vejo no fundo dos seus olhos o medo e o ressentimentos pelas suas próprias palavras – seria mais seguro para você e para nossos filhos se ficassem o mais longe de mim possível.

- Nunca mais diga isso – falo pegando sua mão e trazendo ele para mais perto de mim – escute bem, o que aconteceu ontem não foi sua culpa, foi culpa de quem quer te derrubar e eles não vão conseguir porque agora você tem a mim e aos nossos bebês – digo e pego sua mão passando pela minha barriga que ainda está completamente lisa – tem a nos três agora – completei sorrindo para ele.

Ele apenas me olha alguns segundos antes de suspirar pesadamente e se aconchegar na cadeira ainda me olhando.

- De qualquer jeito pegamos o desgraçado que tentou de sequestrar e ele já está no galpão da minha família somente me esperando – ele disse uns segundos depois – assim que te deixar em casa eu vou até lá – informou logo depois me olhando.

Eu apenas fico o olhando em silencio por breves minutos depois de suas palavras, apenas refletindo sobre elas, até que uma sensação de pânico começa a me preencher.

- Não quero voltar – digo olhando para ele, tenho certeza de que meus olhos estavam arregalados em pânico com tudo o que estava acontecendo- e se mandarem outros? E se dessa vez eu não conseguir correr? E se... - ele me interrompe quando percebe que estou à beira de ter um ataque de pânico.

- Vai ser por pouco tempo – ele disse segurando a minha mão mais forte ainda – uma ou duas semanas, vai ter mais segurança com você e eu estarei lá a todo o momento até nos mudarmos – ele completou me acalmando.

Saber que vou voltar para aquela casa me deixa me dá um ataque de pensar que tudo pode acontecer de novo, mas Bernardo avisar que vai ser por pouco tempo ajuda, e ele afirmar que estará comigo ajuda ainda mais.

Respiro fundo algumas vezes pensado nos meus bebês, preciso ficar calmo por ele.

O risco que corremos foi imenso e eu só parei para pensar nisso nesse momento. Talvez Bernardo tenha razão e estar com ele leva eu e nossos bebês nos leva direto para o perigo, mas e irrelevante, eu sei que Bernardo pode nos proteger, mesmo dessa vez ele tenha se atrasado um pouco ainda sim estamos bem, e só a ideia dos meus bebês crescerem sem pai me deixa apavorado.

Quando estou completamente calmo, respiro mais algumas vezes e olho para ele, nem mesmo tinha percebido que fechei os olhos em algum momento.

- Ta – digo olhando-o sério – assim que nos mudarmos vamos ter que começar a arrumar um quartinho para os bebês – digo quebrando o clima tenso que estava no ambiente.

Bernardo apena sorri e nós começamos a conversar.

Um tempo depois o obstetra e seu residente voltam para acabar os exames, quando já estava tudo resolvido o obstetra sai para assinar a minha alta, porém, nesse meio tempo ele acabou não acabando a ultrassom, o residente fica mais alguns segundos me olhando.

Vejo que Bernardo o estava fritando e assim que ele percebe o olhar do mesmo fica branco e sai plasticamente correndo do meu quarto.

Nos dois apenas ficamos em silencio depois disso. Eu pessoalmente não se se caio na gargalhado com o ciúmes de Bernardo ou se repreendo ele por assustar o menino desse jeito.

Mesmo achando que ele tenha merecido por me lançar esses olhares nada discretos.

- Quero estar lá quando confortar o cara que tentou me sequestrar - digo me virando para Bernardo.

- Pietro... - eu o interrompo.

- Não é um pedido - digo me levantando - é um aviso – completei sem deixar espaço para discursão.

Com isso a conversa morreu. 

Meu Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 01)Onde histórias criam vida. Descubra agora