Luccas Santinelle
Assim que Hericco se deitou ao meu lado, uns segundos depois de acabarmos de transar.
Esse homem ao meu lado é bem mais do que apenas um prostituto, é sinceramente eu queria dizer isso para ele, porém, eu sou um completo covarde e sei disso, sei sobre essa característica nada feliz e vitoriosa minha e sinceramente meu pai James teria vergonha de mim.
Faço carinho nos cabelos dele e jogo uma coberta para que seu corpo fiquei aquecido, porque apesar de tudo ainda é uma noite fria na Sicília e não quero que ele tenha ficado doente.
Depois de alguns segundos eu volto a pensar nos meus pais, mesmo que adotivos eles ainda sim são meus pais e sinceramente eles poderiam me dar uma bela surra pelo que eu estou fazendo com Hericco... Quer dizer uma surra e muito, mas acho que pelo menos uns tapas na orelha eu vou ganhar quando eles souberem.
- No que tanto pensa? - Hericco perguntou me tirando completamente dos meus pensamentos, eu apenas olho para ele por alguns segundos – sabe ficou quieto por muitos minutos, então no que estava pensando? - perguntou novamente.
- Estava pensando em como tenho que ir visitar meus pais logo mais – digo mentindo levemente, porque sei que no momento em que eu disser o que estava pensando de verdade ele vai concordar comigo e vamos brigar porque ele quer algo a mais e eu sou, novamente, covarde demais.
Parando para pensar sobre isso eu quero mudar, quero muito deixar de ser esse covarde que sou hoje. Parando para pensar Bernardo está quase assumindo um relacionamento sério com Pietro, que ele conhece somente a cinco meses, eu "estou" com ele a mais de dois anos, isso realmente é um tempo enorme.
- Estava pensando se... – me interrompi uns segundos depois engolindo em seco e finalmente olhei para ele que me devolve o olhar – sequeriairconhecelos? – pergunte de uma vez, porém, muito rápido.
- Repete – ele disse colocando o queixo no meu peito.
Respiro fundo algumas vezes e me acalmo, nesse momento eu só tenho duas escolhas, ou eu me acovardo de novo e deixo quieto tudo isso ou repito o que falei.
Minha decisão e tomada uns segundos depois.
- Quero que conheça meus pais – digo mais baixo e calmo olhando no fundo dos seus olhos.
Hericco me olha com os olhos arregalados de surpresa, sua boca de abre em um perfeito O. Eu fico apenas observando por alguns segundos.
Ele parece estar completamente em choque, eu entendo o lado dele, sinceramente eu também estaria em choque se fosse ele.
- Está falando sério? – ele perguntou parecendo completamente em dúvida, seu olhar estava completamente confuso.
- Estou falando sério – afirmou com a maior confiança que eu pude demonstrar – se quiser é claro eu gostaria que conhecesse eles – digo passando a mão pelo seu rosto.
- Eu quero conhecê-los – ele disse uns segundos depois – mas por que isso agora? – perguntou ainda confuso.
- Quero mais que isso – digo uns segundos depois – quero me casar e ter filhos, uma família de verdade, mas eu quero isso com você, mesmo eu sendo um completo idiota ainda sim quero isso com você – digo de uma vez.
Hericco novamente parece completamente atordoado, ele estava me olhando novamente com os olhos arregalados. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa meu telefone toca.
"Em que posso ajudá-la Isabela? – perguntei assim que atendi o celular ainda olhando para Hericco".
"Pietro passou mal e Bernardo está com ele no hospital depois que tia Eliza apareceu no quarto e acabou com eles – ela disse em um folego só".
Estou em choque e fico assim por alguns instantes.
- O que foi? – Hericco perguntou parecendo realmente preocupado, eu apenas faço um gesto para que ele espere.
"E como ele está? – perguntei uns segundos depois".
"Eu ainda não sei – ela respondeu logo depois – já tentei ligar para ele, mas o idiota não atende a bosta do celular, eu vou lá ver o que está! acontecendo e te ligo para avisar – ela completou".
"Me avisa então – digo e desligo logo depois".
Olho para Hericco e coloco o celular de volta no lugar.
- Pietro está no hospital.
Bernardo Santinelle
Assim que chegou na frente do quarto dele tento abrir, mas está trancada. Pego a chave reserva e tento abrir novamente, mas tem algo me impedindo.
Assim que consigo abrir vejo ele deitado na cama, com os lindos olhos inchados pelo choro, vestido do mesmo jeito que saiu do quarto.
- Pietro – chamo, mas ele não responde.
Vou chegando perto e chamo mais vezes, mas nada dele responder. Até que vejo sangue na cama e começo a me desesperar.
Pego o telefone e ligo para Isabela.
"Alo? – ela diz assim que atende".
"Isabela chama uma ambulância agora – digo e logo depois desligo o telefone".
Pego Pietro o mais delicadamente possível e saiu com ele para as escadas, não tenho tempo para esperar o elevador.
Ouso as sirenes da ambulância, já que estamos perto do hospital Santinelle. Assim que chego no térreo já tem uma maca, coloco Pietro nela.
- O que aconteceu? – pergunta o moço o examinando. Poderia ficar com ciúmes se não estivesse tão preocupado.
- Tivemos uma briga com meus pais ele saiu do meu quarto e foi para o dele. Depois de alguns minutos eu foi atrás e quando chegue ele já estava desmaiado e sangrando – explicou completamente desesperado de uma forma rápida.
As lagrima insistem em cair do meu rosto. Eu nunca me senti tão vulnerável na minha vida, nunca, sempre fui alguém que mata, que tortura e que não se importa com isso, mas aqui, vendo Pietro assim eu me sinto vulnerável.
- Nos acompanha? - pergunta o moço subindo na ambulância.
Eu apenas concordo e entro na ambulância, fico vendo eles colocarem cabos em Pietro, medir os sinais, eu apenas fico ao seu lado olhando para ele completamente preocupado.
Assim que chegamos no hospital ele e logo levado para dentro, e eu não posso entrar.
Três horas.
TRÊS MALDITAS HORAS.
Eu estou estagnado aqui sem notícias dele a três horas, sinceramente eu não aguento mais.
Quando estava pronto para ir à recepção o médico que atendeu ele vem em minha direção com uma cara neutra.
- Acompanha-te de Pietro Rossi? – pergunta me olhando.
- Sim eu mesmo – digo um pouco ansioso – o que ele teve? – o desespero na minha voz e perceptível.
- Bom o senhor deve ser o namorado? – pergunta e eu mesmo que não entendendo assinto com a cabeça – o Sr. Rossi teve o princípio de um aborto – meus olhos se arregalam – o senhor Pietro esta gravido.
Isso e uma surpresa, tudo ao meu redor gira e essa e a última coisa que eu escuto antes de tudo ficar preto.
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Meu Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 01)
Romantizm"Meu Garoto" nos conduz por uma jornada épica no mundo sombrio das máfias, onde dois homens de mundos opostos se encontram em uma espiral de paixão e perigo. Pietro Rossi, um jovem de dezoito anos, é lançado em um abismo de desespero quando se vê a...