P.O.V Any
O soldado Beauchamp foi me levando ao longo de um corredor comprido. Eu nunca tinha estado neste lugar, não era o mesmo onde eu dormia, tampouco era o mesmo em que os outros soldados viviam, parecia algo mais privado, mais pessoal, mais íntimo.
- Para onde me leva?- pergunto me arrependido logo em seguida por ter falado. Era uma das primeiras regras:
" Não fale, apenas exista, sobreviva.."
- Acho que Noah deixou bem claro- ele riu ironicamente e depois voltou a encarar-me sério- Não fale, siga em frente e apenas vire quando eu mandar- assenti e continuei a andar.
Quando Beauchamp disse "esquerda" virei para a esquerda e continuei seguindo em frente. Aquilo era enorme, não parecia acabar nunca mais.
- Aqui, entre- ele falou ao parar á frente de uma porta simples e cinzenta no fundo de um dos corredores. Com certeza eu não conseguiría sair daqui sozinha, não sei nem onde vim parar.
Entrei no quarto já esperando que ele me pedisse para tirar as roupas ou me atirasse na cama ou mesmo no chão ferrosmente mas o mesmo não aconteceu. Beauchamp permaneceu junto da porta observando o meu comportamento. Depois soltou uma risada sarcástica e fechou a porta atrás de si.
- Você é engraçada Any- ele riu negando e trancou a porta. O encarei nervosa por não saber o que fariamos a seguir. Eu estava confusa.
Ele não me iria comer?
- Soldado Beauchamp?- ele me olhou e negou.
- Chame outros de soldado, o James por exemplo, aquele incompetente. Eu não sou um soldado, eu mando nos soldados- ele falou firme e um pouco irritado.
- Desculpe senhor Beauchamp- ele revirou os olhos e me prensou á parede.
- Guarde o "senhor" para outros Any, eu não sou velho e muito menos um "senhor"- ele quase cuspiu na minha cara e depois se afastou.
- Como quer que lhe chame?- pergunto ainda tremendo pela aproximidade momentânea.
- Josh, O meu nome é Josh Beauchamp- Assinto e ele me observa.
Eu permanecia encostada á parede onde ele me prensou sem saber o que fazer. Os seus olhos azuis continuavam fixos nos meus e eu estava cada vez mais inquieta.
- Pode falar- ele falou aborrecido deixando de encarar por alguns segundos os meus olhos.
Respiro fundo
- Não irá transar comigo?- falo confusa e ele sorri de canto achando muita piada. Onde está a piada?
- Por mais tentador que seja?- ele faz uma pausa e me olha- eu não faço isso- ele ri e se senta na cama relaxado.
- Não faz?- falo confusa.
- Não- ele solta uma risada nasal e depois continua- olha para mim- o olho fixamente e depois me aproximo um pouco- porque acha que transaria com você?- penso um pouco antes de responder.
- Porque eu sou uma vadia?- digo mordendo o canto do lábio instintivamente e paro assim que reparo.
- Você não é uma vadia Any, você é uma sobrevivente- ele fala firme e assinto sem nem ao menos entender o poder das palavras que constituíam a frase que ele acabara de falar.
- Não sou- ele nega- sou uma sobrevivente- ele assente e me puxa para sentar ao seu lado na cama- e porque não faria... Hm...- penso um pouco- porque não faria "amor" comigo?- ele ri.
- Any? Eu não faço amor, eu fodo, com força- assinto me arrepiando- e eu não o vou fazer com você- o encaro esperando uma explicação. Não que eu queira que ele me foda mas... Queria ao menos uma explicação para ele não querer fazer isso.
- Porque não?
- Olha para mim Any- ele levanta o meu queixo e só agora reparei que ele tinha retirado a sua farda na parte de cima e estava de tronco nu.
Que visão meus senhores
- Eu posso ter quem eu quiser na minha cama, eu posso ter uma diferente em cada noite se eu quiser. E eu quero- ele solta uma risada nasal negando os próprios atos- mas eu não transaria com você. Você faz isso por obrigação, e eu não obrigo ninguém, as pessoas imploram por mim, entendeu?- assinto- eu não partilho o que é meu, eu protejo ou descarto- assinto rapidamente arregalando os olhos. É muita informação.
- E o que viemos aqui fazer então?- falo confusa.
- Noah é meu melhor amigo- o encaro confusa- Noah é o "chefe Urrea" - ele fala fazendo careta- ele acha que eu estou com falta de sexo e não ia parar de me chatear até que eu te levasse para a minha cama. Pois bem, aqui estamos nós- ele ri se deitando e coloca as mãos atrás da sua cabeça relaxado.
- Então você trás aqui todas as noites uma mulher diferente?- pergunto sentindo nojo por estar em cima daquela coberta.
Quem eu quero enganar? Eu sou uma vadia (*sobrevivente), já estive em camas piores.
- Não aqui, ninguém entra no meu quarto sem ser a patroa, muito raramente, o gnomio- ele ri- e mais algumas pessoas que você depois conhecerá. Mas não, respondendo á sua pergunta, eu não trago nenhuma mulher para a minha cama- ele fecha os olhos parecendo cansado e querendo relaxar.
- Então porque me trouxe aqui?- falo confusa.
- Porque você é diferente Any- arqueio uma sobrancelha.
- Diferente como?
- Eu não te trouxe com o propósito de te foder- assinto com a respiração alterada.
- Oh... Tudo bem. Então o que faremos?- o encaro.
- Você eu não sei, mas eu vou descansar e depois tomar um bom banho. Você também está precisando tomar um banho- o encaro indignada- calma, não estou criticando o seu cheiro- ele ri- mas fica mais real que nos transamos se ambos tomamos banho- assinto e vejo ele fechar os olhos. Fico o encarando dormir. Ele era lindo mesmo cansado e com olheiras, devia trabalhar muito.
- Vai ficar me olhando enquanto tento adormecer?- ele fala com uma voz grossa e rude.
- Eu só...- ele me interrompe.
- Any- murmuro um "sim"- deita- não me mexo- eu mandei você deitar- ele fala aumentando o tom de voz e continuo parada- está pedindo para morrer?- ele fala estranhando a minha "falta de obediência". Josh abre os olhos e coloca suas mãos sobre a minha cintura me puxando para deitar no seu peito. Depois quando repara na nossa proximidade se afasta me deitando ao seu lado- durma, daqui á meia hora temos que tomar banho e Noah irá falar com o resto dos homens- assinto e fecho os olhos. Sinto a respiração de Josh acalmar á medida do tempo e pouco tempo depois adormeço também.
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A Sobrevivente / Beauany
FanfictionAny tinha toda uma vida pela frente quando com apenas 18 anos de idade, perdeu tudo o que tinha e foi obrigada a suportar a vida cruel de servir soldados e os seus desejos sexuais. Tudo na sua vida parecia estar perdido até que conheceu um soldado...