P.O.V Any
Acordei com um barulho enorme no andar de baixo. Me desesperei quando ouvi o barulho de choro da Maya então decidi que era melhor descer e ver o que tinha acontecido.
Já estava no início do oitavo mês então a barriga já pesava muito nas minhas costas. Nas últimas ecografias, os bebés apresentaram estar bem de saúde e o tamanha deles, apesar de ser inferior a de um bebê normalmente, está dentro dos parâmetros seguros.
Coloquei uma mão nas costas para me ajudar a levantar, e uma outra na cama. Assim que estava de pé, andei até ao corredor e segui o som de choro.
- Mamãe , mamãe- Ouvi as palavrinhas de Maya e procurei-a com o olhar. "Mamãe", foi a primeira palavra da pequena, lembro como se fosse ontem o ciúme de Noah.
- Maya- Chamei por ela para ela voltar a falar e logo a encontrei.
- Aaaaaaaaahhhhh mamãe- ela falava chorando.
- Meu deus. Como fizeste isto neném? Que coisa perigosa, poderias-te ter magoado muito sabias?- falei desviando a cortinha e pegando ela no colo. Maya estava deitada debaixo do varão do cortinado, se aquilo tivesse acertado na cabeça dela, teria causado um estrago muito grande. Felizmente apenas o pano caiu em cima dela, o metal estava sobre as suas pernas mas nem lhe tocava porque tinha algo mais volumoso nas pontas.
- Mamãe- ela chamou chorando.
- Calma, a titia Any está aqui. O que aconteceu pequena?- falei a tirando da sala e levando para junto de uma janela para observar se tinha algum machucado.
- Hm.... pooooooowwwww- ela fez um barulho de uma explosão e fez um gesto engraçado com as mãos.
- Alguém explodiu a casa? Mas Joalin nem está aqui para explodir a cozinha com as suas receitas mirabolantes- Falei rindo e ela me acompanhou dando uma risada fofa.
- Onde estão estes pais irresponsáveis que deixaram esta menininha travessa andar por aí á solta?- falei fazendo cossegas nela.
Aproveitei que só estavamos as duas, e fui fazer algo para comer. Como não sabia se Maya já tinha comido ou não, fiz um biberão de leite para ela. Passado algum tempo, ouvi o meu telemóvel tocar e fui até ao pequeno aparelho para atender.
- Sim?
- Ai mds Any, ainda bem que está acordada. Nós saimos para a base, e Maya ficou aí. Nós sabiamos que ela ficaria com você, mas todos esquecemos de te avisar disso. Me sinto uma péssima mãe, eu achei que Noah tivesse te avisado e ele achava que eu tinha te avisado- Sina falou muito rápido se sentindo culpada.
- Está tudo bem Sina. Maya está segura tomando o seu leitinho no meu colo- Falei e Sina suspirou aliviada- Mas por pouco que não acontecia um desastre. Acordei com um barulho alto, quando cheguei na sala, deparei-me com Maya debaixo do varão dos cortinados. Felizmente apenas a parte de pano caiu sobre ela e não a magoou- Ouvi a respiração de Sina acelarar, mas logo voltou ao normal quando falei que a filha estava bem.
- Quantas vezes eu falei para essa menina parar de puxar os cortinados meu senhor. Ela não me ouve- Sina falou com uma voz de mãe autoritária e eu sorri lembrando da minha mamãe. Ela sempre falava para mim e para belinha que nós não a escutavamos o tempo todo. Agora tenho saudades de ouvir a sua voz novamente.
- Não tem problema, agora já está tudo bem. Bailey quando voltar arranja os cortinados- Sorri.
- Sim, obrigada mesmo Any. Eu vou voltar para junto do Noah. Os meninos estão numa reunião importante mas já vamos para casa daqui a pouco- ela falou e eu assenti.
- Até já sininho e até já mamãe- falei imitando a vozinha de Maya e Sina riu antes de desligar a chamada.
- Tem uns pais tão inteligentes e tão despistados. Não sei como sobreviveste até agora pequena Maya- Falei brincando e mesmo não entendendo, Maya sorriu. Nem parece que já faz quase um ano que Maya nasceu.
[......]
Ouvi um barulho na porta e fui até lá para a atender. Ao lembrar do pesadelo, decidi que era melhor confirmar primeiro de quem se tratava. Coloquei Maya no seu bercinho que ficava sempre na sala, e fui espreitar no olho mágico. Vi um homem com aparência asiatica e um sorriso no rosto.
- Quem é?- falei receosa.
- Deixe logo entrar querida, não tenho todo o tempo do mundo. Ainda não sou deus, quase, mas ainda não- ele falou meio divertido, meio aburrido e eu ri. Toda esta situação é no mínimo comica. Tenho um homem, vestido com um uniforme da polícia militar, que em vez de ser todo verde para se camuflar nas árvores, tem um pele branco brilhante na parte da gola. Eu achei super estiloso, mas continua a ser uma situação meio estranha.
- Não vou abrir- falei decidida.
- Amada, eu tenho que falar com o soldado Beauchamp- ele falou sem tempo.
- Ele não é um soldado, ele manda nos soldados- repeti a frase que Josh me disse quando entrei na base, numa das primeiras vezes que nos encontramos.
- E eu achei que era mariquinhas para essas coisas. Meu deus garota, eu só quero falar com o seu homem. Eu juro que não te roubo ele, Beauchamp é gostoso, mas não é o meu estilo- ele falou e eu reprimi um "a" de exclamação.
- Quem é você?- falei ainda desconfiada.
- Chefe da polícia, krystian wang ao seu dispor boneca. Agora me deixe entrar, as minhas cutículas já estão a apanhar pó aqui fora, eu fui ontem á manicure- ele reclamou e eu ri.
- Desculpa, não posso abrir. Beauchamp nem está aqui- falei simples e ele bufou.
- Porque não falou logo isso Margarida das neves?- ele falou emburrado e eu ri.
- Desculpa, você não perguntou se ele estava ou não- Fui sincera.
- Ganhou- ele riu e depois ouvi passos na porta.
- Pode abrir a porta cachinhos, ele é aliado- Ouvi a voz do Daddy e apressei-me a abrir a porta.
- Desculpa, não sabia que ele era aliado- falei sincera e Josh beijou o topo da minha cabeça com um sorriso.
- Não, tudo bem, fez bem em não abrir a porta. Não podemos correr riscos com os Sampaiers- Josh falou e eu assenti. Passado algum tempo, todos foram chegando da base. Assim que Sina entrou, já foi procurar a filha com o olhar.
- Ela está bem sininho- sorri- está no berço a dormir- afirmei.
- Ai meu deus minha bebê. Quantas vezes eu falei para não mexer naquela cortina?- ela falou pegando a menina nos seus braços.
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A Sobrevivente / Beauany
FanfictionAny tinha toda uma vida pela frente quando com apenas 18 anos de idade, perdeu tudo o que tinha e foi obrigada a suportar a vida cruel de servir soldados e os seus desejos sexuais. Tudo na sua vida parecia estar perdido até que conheceu um soldado...