Capítulo 04

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LEO


O peso de suas palavras fizeram minhas pernas vacilarem e o terror tomou conta do meu corpo. Por sorte, fui capaz de me manter em pé, mesmo que ainda estivesse atordoado pelo pânico. 

Então essa era a sua intenção ao contar todo o seu passado. Com um único propósito de me acorrentar neste seu brutal anúncio. Mas uma coisa era certa, ele precisava de mim! Então me agarrei no pensamento de que ele não poderia me matar e consegui pronunciar:

_Então é por isso que estou aqui. 

_Eu fico feliz que você seja esperto. - Disse com desprezo. Ele finalmente estava mostrando sua verdadeira face - Então, podemos acabar com toda essa enrolação e ir direto para a parte importante. Eu quero firmar um contrato com você.

_Vossa majestade quer dizer um contrato em troca do meu sangue?

_Exatamente. Com ele você não precisará mais doar seu sangue todo mês ao banco de sangue, pois você somente servirá a mim.

Eu não via onde este contrato iria me beneficiar em alguma coisa, mas não poderia dizer isso diretamente dessa maneira. Eu não podia garantir a hipótese que ele não faria nada comigo se eu lhe irritasse só pelo motivo de ele precisar do meu sangue.  Por isso, eu não podia arriscar botar tudo a perder em uma momento tão complexo como este:

_E se caso eu não aceitar as condições do contrato? - Perguntei tentando parecer o mais educado possível. 

O terceiro príncipe me encarou com um olhar ríspido:

_Não há com que se preocupar. - Disse por fim - Caso aceite o contrato, poderá continuar vivendo sua vida assim como vem vivendo até hoje, sem mais complicações. 

Ele não disse isso diretamente, mas pelo o que eu pude entender, minha vida viraria um inferno se eu não atendesse ao seu pedido. Mas mesmo que me prometesse, minha vida nunca mais voltaria a ser a mesma depois dessa noite. O príncipe tinha noção de tudo isso e por isso estava tão confiante. Ele havia criado uma emboscada perfeita para que eu não tivesse outra escolha se não aceitar suas condições. E eu cai completamente nela, como um coelho indefeso e sem saída:

_Quais são as condições desse contrato? - Perguntei por vencido.

_Como o terceiro príncipe já havia dito, não há com o que se preocupar. - Quem me respondeu foi Alfred - Você apenas precisará doar seu sangue diretamente ao príncipe de agora em diante. Nós também iremos nos certificar de cuidar da sua saúde e segurança a partir de agora.

_Bem. - Me dirigi ao príncipe - Não acho que vossa majestade me deixou muita opção.

_Não seja arrogante. - Ele me respondeu com um olhar frio, que fez meu corpo tremer de medo - Eu poderia ter conseguido seu sangue de muitas maneiras, no entanto, ainda me coloquei a disposição de conversar com você. Não ache que só porque eu preciso de seu sangue que eu irei deixar qualquer desprezo passar por mim. Mesmo em meu estado atual, ainda sou mais forte do que você, lembre-se disso.

Eu havia alcançado seu limite e finalmente ele mostrou sua autoridade sobre mim. Ele não era diferente de outros lixos com poder, que desprezam os outros por se acharem superiores. Ele já não podia mais me enganar com toda aquela falacia.

_Aham! - Alfred limpou a garganta tentando se livrar da tensão sobre o ar - O contrato estará pronto amanhã para que você possa assina-lo. Você poderá ficar a vontade para lê-lo e tirar qualquer duvida. Caso haja algo que você não concorde, ficará livre para se pronunciar. 

_Tudo bem.  - Apesar de que o príncipe já deixou claro que ele não tinha qualquer interesse em minha opinião.

_Também teremos um chá da tarde para que meus irmãos possam o conhecer. - Informou o príncipe -  Suas coisas devem estar arrumadas até amanhã a noite, para que os guardas possam trazer até a mansão.

_Minhas coisas? - Perguntei confuso. - O que quer dizer com isso, vossa majestade?

_Você irá morar aqui a partir de amanhã.

Ter uma chá da tarde alegre junto dos dois vampiros mais perigosos era uma coisa, agora morar com essa pessoa já era de mais para mim:

_Com todo respeito, vossa majestade. - Falei - Mas eu não tenho nenhuma intenção de morar aqui.

_O que você está querendo dizer?

_Eu tenho uma casa e um emprego, não posso abandonar tudo dessa maneira.

O príncipe me encarou por alguns segundos e depois suspirou fundo:

_Eu não entendo esse apego que vocês tem por tais coisas. - Disse com indiferença - Eu poderia simplesmente destruir tudo isso para você com muita facilidade, no entanto, eu prometi ao Alfred que tentaria ter mais consideração com seus desejos.  - Acho que eu devia um agradecimento ao Alfred por não ter deixado que as coisas ficassem piores para mim - Certo, eu preciso manter sua segurança a todo momento e, já que não é conveniente para você se mudar, então ao menos durma aqui durante as noites.

_Isso é realmente necessário, vossa majestade? - Perguntei hesitante. 

_Você prefere que eu mande alguém para dormir em sua casa? - Eu não fui capaz de responder ao seu tom ríspido - Se acabamos de acertar nossas condições, você já pode ir embora.

_Só mais uma coisa. - Falei antes de sair. O príncipe me fitou com dureza. - Eu gostaria de saber o nome de vossa majestade.

Alfred pareceu surpreso e encarou o terceiro príncipe com preocupação. Mesmo com o olhar inflexível do vampiro sobre mim, mantive minha postura firme, sem demostrar qualquer medo:

_Sol. - pronunciou - Me chamo Sol Trey Camberlain.

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