LEO
Não conseguia enxergar a pessoa que falava com nós, pois, na direção que a voz repercutia, só havia sombra e escuridão:
_Foi você quem fez isso com Thomas? Se mostre agora! - Gritei com raiva enquanto apertava minhas mãos sobre o corpo do meu melhor amigo.
_Cuidado, Leo! - Sol advertiu depois de se aproximar de nós.
_Vossa majestade, é um prazer conhece-lo pessoalmente. - A voz foi se aproximando pouco a pouco até parar de ecoar pelo lugar.
Das sombras, um silhueta surgiu. Um homem alto e com cabelos castanhos ondulados. Ele usava um jaleco branco manchado de sangue e, sobre seu nariz, estendia-se um óculos grande e quadrado:
_Você! - Pronunciei com repulsa ao identificar o homem.
_Parece que já fui reconhecido. Não esperava menos de você, detetive Fide.
_Quem é você? - Sol perguntou com rispidez.
_Ora, que rude da minha parte. Me chamo Raphael Conti, trabalhei muitos anos para o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Vampírico de Noctis. É um prazer conhece-los pessoalmente.
_Do que isso importa?! Apenas responda a minha pergunta! - Exigi.
_Sobre Thomas, não tenho muito o que dizer - Deu de ombros - Ele tomou suas própria decisões mesmo sabendo das consequências.
_Seu maldito! - Insultei com raiva.
_N-não... Leo... - Thomas lutou para falar aquelas palavras.
_Cabe apenas a Thomas a responsabilidade de lhes contar suas verdadeiras intenções. É claro, se ele sobreviver. - Falou.
_Seu... - Eu estava prestes a me levantar para confrontá-lo, mas Sol me impediu.
_Acalme-se, Leo.
_Vocês formam um lindo casal. - Comentou com um sorriso, o que me deixou enojado.
_Por que está fazendo isso? - Sol perguntou.
_É simples. Apenas desejo que os vampiros tomem o seu lugar de direito no topo da cadeia alimentar. Você não sabia? Nem todos concordamos com as regras que vocês nos obrigaram a seguir.
_Você deseja extinguir a raça humana? - Perguntei horrorizado.
_É claro que não. - Respondeu com se fosse algo óbvio - Se acabarmos com os humanos, então de onde tiraríamos nosso alimento? Isso seria horrível. Apenas irei transforma-los em gados obedientes.
_Você quer acabar com a cidade que construímos?! - Sol perguntou com raiva.
_Não se engane, vossa majestade, só vivemos em harmonia até agora pois ninguém tinha o poder suficiente para confrontá-los. Mas isso mudou, você acha mesmo que todos concordam com a maneira que vocês regem essa cidade? O tempo de vocês no topo está prestes a terminar. A era em que vivemos agora está fadada a destruição e eu serei aquele que reerguerá uma nova nação.
_Você só pode estar louco! - Proferi.
_Como eu disse, não sou só eu que penso dessa maneira.
_Leo! - Sol chamou meu nome assustado - Ouço passos.
_O quê? - Perguntei surpreso.
_Dezenas? Não! Centenas de passos vindo em nossa direção. - Disse.
_Haha! Parece que meus companheiros chegaram bem na hora da diversão. - Raphael expressou sua alegria.
_Leo, precisamos sair daqui! - Disse Sol.
_Não pensem que será tão fácil. - Raphael interrompeu. - Vocês lembram das drogas que testei em vossas majestades? - Eu e Sol o encaramos preocupados - Elas não somente embaraçam os sentidos dos vampiros, como também podem aumentar sua força. Claro, elas não funcionaram da mesma maneira com os príncipes, mas foi divertido testá-la em nossos progenitores.
_O que você está querendo dizer? - Perguntei.
_Se vocês tentarem escapar, meus companheiros irão caça-los até o inferno. - Ameaçou.
_Então, o que pretende fazer com nós? - Sol perguntou.
_Não óbvio? Para realizar meu tão sonhado desejo de reconstruir essa nação, primeiro preciso eliminar os pilares que a sustentam. Três, para ser mais exato.
_Você planeja matar os príncipes? - Perguntei incrédulo.
_É claro, eles são as principais pedras em meu caminho. Para começar, por que não eliminar o mais fraco? Não foi difícil de atraí-los até mim, já que eu tinha a isca perfeita em minhas mãos.
_Eu não deixarei que machuque Sol! - Brandi com raiva.
_Isso é muito heroico da sua parte, mas não há como um humano fraco como você me impedir. Depois, irei atrás dos dois mais problemáticos.
_Você nunca conseguirá derrotar meus irmãos!
_Claro, se eles estivessem no auge das suas forças, eu não poderia discordar, mas, com a mais nova droga que produzi, isso não será mais um problema.
_Não deixarei que destrua nossa cidade! - Sol gritou.
_Eu reconheço vossos esforços, mas creio que não poderei deixar isso acontecer.
No mesmo momento, os olhos do criminoso se tornam mais brilhantes. Mostrando os caninos afiados sedentos por sangue, Raphael avançou para cima de nós com uma forte aura assassina fluindo ao redor do seu corpo:
_Cuidado, Leo! - Sol gritou enquanto movia-se a nossa frente.
O príncipe defendeu o golpe de Raphael e o jogou para trás, mas o vampiro não desistiu do ataque e avançou novamente. Sol desviou do golpe uma vez, mas Raphael foi mais rápido e o acertou um chute que lhe empurrou para longe:
_Ugh! - O terceiro gemeu de dor se contorcendo no chão.
_Sol! - Gritei preocupado.
_Levante-se, príncipe! - Raphael ordenou o encarando com desprezo - Eu estou apenas começando.
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Private Blood
FantasyEm um mundo onde humanos e vampiros podem coexistir em harmonia, o detetive policial Leo Fide deseja apenas ser capaz de viver sua vida com paz e tranquilidade, após ter passado por uma experiência traumática em sua infância. Contudo, sua comum exis...