Capítulo 38

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LEO

Acompanhamos Alfred pelos corredores da mansão. O primeiro príncipe apoiava Sol, apesar das incansáveis reclamações do rapaz, e o outro irmão caminhava ao lado sem tirar a atenção do mais novo. Eu os seguia de trás, mantendo uma certa distância dos três, pois sentia que não deveria atrapalhar aquele "momento" em família.

Alfred nos levou até a sala de reuniões onde documentos haviam sido cuidadosamente colocados sobre a mesa, em frente a cada acento, junto ao tubo de ensaio no qual havia coletado meu sangue no dia anterior, que estava alocado em um pequeno saco plástico:

_O que é tudo isso, Alfred? - O primeiro perguntou enquanto ajudava Sol a se sentar.

_Meu senhores, os documentos sobre a mesa é o resultado do teste que fiz no sangue do detetive Fide. - Sentei-me na cadeira enquanto o vampiro explicava - Encontrei uma substância não identificada junto ao sangue, a qual, provavelmente, foi o motivo de vossa majestade ter ficado doente.

_Então, quer dizer que não foi o sangue de Leo que o fez passar mal, mas sim essa tal substância? - O mais velho perguntou.

_Receio que sim, vossa majestade.

_Espere um pouco. - Pedi ao olhar para o teste com mais atenção - Essa substância parece ter os mesmos componentes daquela que estamos investigando.

Sol franziu a sobrancelha enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha, para poder observar melhor o documento:

_Você tem certeza disso? - O primeiro perguntou.

_Sim. - Afirmei - Ela é a principal suspeita em ser o motivo que levou aos assassinatos em nosso distrito. Noé também afirmou que ela só causa efeito em vampiros e os deixam com os sentidos confusos.

_Se isto for certo, então quer dizer que alguém tentou drogar nosso irmão. - O segundo apontou.

_Você tem alguma informação de um possível suspeito, Alfred? - Perguntou o mais velho.

_Infelizmente, ninguém parece ter reparado em algum suspeito.

_Que merda?! - Perguntei irritado - Como uma casa repleta de vampiros pôde ter deixado isso passar por despercebido?!

_Leo, acalme-se. - Sol pediu.

_Como posso me acalmar sabendo que alguém tentou lhe ferir?! - Bufei.

_Você não está ajudando, humano! - O primeiro brandiu.

Eu estava prestes a responde-lo quando Thomas e Noé adentraram na sala:

_O que está acontecendo? - O vampiro perguntou.

_Alguém entrou em nossa residência e drogou nosso irmão Sol. - O segundo explicou.

_O quê? - Noé perguntou surpreso - Como isso é possível?

_Era isso que eu queria saber! - Falei - Como não há nada ou ninguém que possa revelar a identidade do criminoso?! 

_Somos vampiros! - O mais velho retrucou - Não é como se precisássemos de um sistema de segurança para mantermos as coisas no controle.

_Vejo que tem funcionado muito bem para vocês! - Respondi me levantando da cadeira com fúria.

_Coloque-se em seu lugar, humano! - Ficou de pé.

_E você acha que eu ligo para a porra do seus status?! - Retruquei.

_Já chega, os dois! - Sol gritou.

Em meio a confusão entre nós, um pequeno vislumbre de Thomas chamou minha atenção. Ele estava pálido e parecia suar frio, como se estivesse visto um fantasma:

_Hey, Thomas. - Chamei o garoto, ignorando completamente as ameaças de morte que o primeiro príncipe proferia a mim - Você está bem?

Ele deu uma passo para trás quando todos voltaram a atenção para ele:

_E-Eu sinto muito... - Murmurou.

_Hey, do que está falando? - Tentei me aproximar, mas ele continuava se afastando.

_P-Preciso ir... - Saiu correndo.

Tentei seguir atrás dele, mas fui segurado pelo primeiro príncipe:

_Que porra você está fazendo?! - Perguntei irritado.

_Não é hora de ficar agindo como um criança mimada. - Respondeu ríspido - Precisamos de sua ajuda para encontrar quem tentou ferir Sol.

Merda! - Pensei enquanto puxava meu braço com força, me libertando de seu toque. Me afundei na cadeira em que estava sentado anteriormente, ansioso pelo modo de agir do meu melhor amigo. - E eu aqui imaginando que nossa amizade pudesse voltar ao normal... Isso é tão irritante!

Apesar das horas que passamos discutindo sobre quem poderia ter drogado Sol, não fomos capazes de chegar a lugar algum. - Eu ainda não podia acreditar que vampiros tão poderosos pudessem deixar algo assim escapar pelas suas mãos:

_Estou bem melhor agora. - Sol me confortou - Vamos encontrar que fez isso comigo, eu prometo.

Estávamos deitados em sua cama e Sol segurava minha mão com gentileza. Apenas seu toque fazia eu permanecer com a mente sã naquele momento, sua existência era a única coisa que fazia meu coração se sentir confortável. - Quando foi que fiquei tão perdidamente apaixonado por aquele vampiro? - Eu não fazia ideia e talvez isso não fosse mais importante:

_Sol. - Chamei seu nome.

_Sim?

_Eu gosto de você.

Ele se virou para o lado e me encarou confuso:

_Eu sei. - Falou.

_Eu realmente gosto de você, Sol.

_Sim. - Ele levou minha mão até sua boca e a beijou gentilmente - Eu também gosto muito de você, Leo.

_Eu sinto que poderia morrer por você.

_Você não pode fazer isso, seu tolo! Como eu ficaria depois de você me abandonar dessa maneira?

_Sol. - Chamei seu nome mais uma vez.

_Sim?

_Eu te amo.

Ele me encarou espantando, mas logo sua expressão suavizou.

_Eu também te amo, Leo. - Se aconchegou em meu peito.

_Você me deixou preocupado, droga!

_Desculpe. - Ele moveu sua mão até meu pescoço e relou suavemente no hematoma sobre ele - Está doendo?

Neguei com a cabeça:

_Eu só conseguia pensar em você. - Falei.

_Eu não irei morrer tão facilmente.

_Eu sei. - Fez-se silêncio - Sol, eu definitivamente irei encontrar quem fez isso com você e irei fazê-lo pagar por toda a dor que lhe fez passar. Isso é uma promessa.

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