LEO
Acompanhamos Alfred pelos corredores da mansão. O primeiro príncipe apoiava Sol, apesar das incansáveis reclamações do rapaz, e o outro irmão caminhava ao lado sem tirar a atenção do mais novo. Eu os seguia de trás, mantendo uma certa distância dos três, pois sentia que não deveria atrapalhar aquele "momento" em família.
Alfred nos levou até a sala de reuniões onde documentos haviam sido cuidadosamente colocados sobre a mesa, em frente a cada acento, junto ao tubo de ensaio no qual havia coletado meu sangue no dia anterior, que estava alocado em um pequeno saco plástico:
_O que é tudo isso, Alfred? - O primeiro perguntou enquanto ajudava Sol a se sentar.
_Meu senhores, os documentos sobre a mesa é o resultado do teste que fiz no sangue do detetive Fide. - Sentei-me na cadeira enquanto o vampiro explicava - Encontrei uma substância não identificada junto ao sangue, a qual, provavelmente, foi o motivo de vossa majestade ter ficado doente.
_Então, quer dizer que não foi o sangue de Leo que o fez passar mal, mas sim essa tal substância? - O mais velho perguntou.
_Receio que sim, vossa majestade.
_Espere um pouco. - Pedi ao olhar para o teste com mais atenção - Essa substância parece ter os mesmos componentes daquela que estamos investigando.
Sol franziu a sobrancelha enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha, para poder observar melhor o documento:
_Você tem certeza disso? - O primeiro perguntou.
_Sim. - Afirmei - Ela é a principal suspeita em ser o motivo que levou aos assassinatos em nosso distrito. Noé também afirmou que ela só causa efeito em vampiros e os deixam com os sentidos confusos.
_Se isto for certo, então quer dizer que alguém tentou drogar nosso irmão. - O segundo apontou.
_Você tem alguma informação de um possível suspeito, Alfred? - Perguntou o mais velho.
_Infelizmente, ninguém parece ter reparado em algum suspeito.
_Que merda?! - Perguntei irritado - Como uma casa repleta de vampiros pôde ter deixado isso passar por despercebido?!
_Leo, acalme-se. - Sol pediu.
_Como posso me acalmar sabendo que alguém tentou lhe ferir?! - Bufei.
_Você não está ajudando, humano! - O primeiro brandiu.
Eu estava prestes a responde-lo quando Thomas e Noé adentraram na sala:
_O que está acontecendo? - O vampiro perguntou.
_Alguém entrou em nossa residência e drogou nosso irmão Sol. - O segundo explicou.
_O quê? - Noé perguntou surpreso - Como isso é possível?
_Era isso que eu queria saber! - Falei - Como não há nada ou ninguém que possa revelar a identidade do criminoso?!
_Somos vampiros! - O mais velho retrucou - Não é como se precisássemos de um sistema de segurança para mantermos as coisas no controle.
_Vejo que tem funcionado muito bem para vocês! - Respondi me levantando da cadeira com fúria.
_Coloque-se em seu lugar, humano! - Ficou de pé.
_E você acha que eu ligo para a porra do seus status?! - Retruquei.
_Já chega, os dois! - Sol gritou.
Em meio a confusão entre nós, um pequeno vislumbre de Thomas chamou minha atenção. Ele estava pálido e parecia suar frio, como se estivesse visto um fantasma:
_Hey, Thomas. - Chamei o garoto, ignorando completamente as ameaças de morte que o primeiro príncipe proferia a mim - Você está bem?
Ele deu uma passo para trás quando todos voltaram a atenção para ele:
_E-Eu sinto muito... - Murmurou.
_Hey, do que está falando? - Tentei me aproximar, mas ele continuava se afastando.
_P-Preciso ir... - Saiu correndo.
Tentei seguir atrás dele, mas fui segurado pelo primeiro príncipe:
_Que porra você está fazendo?! - Perguntei irritado.
_Não é hora de ficar agindo como um criança mimada. - Respondeu ríspido - Precisamos de sua ajuda para encontrar quem tentou ferir Sol.
Merda! - Pensei enquanto puxava meu braço com força, me libertando de seu toque. Me afundei na cadeira em que estava sentado anteriormente, ansioso pelo modo de agir do meu melhor amigo. - E eu aqui imaginando que nossa amizade pudesse voltar ao normal... Isso é tão irritante!
Apesar das horas que passamos discutindo sobre quem poderia ter drogado Sol, não fomos capazes de chegar a lugar algum. - Eu ainda não podia acreditar que vampiros tão poderosos pudessem deixar algo assim escapar pelas suas mãos:
_Estou bem melhor agora. - Sol me confortou - Vamos encontrar que fez isso comigo, eu prometo.
Estávamos deitados em sua cama e Sol segurava minha mão com gentileza. Apenas seu toque fazia eu permanecer com a mente sã naquele momento, sua existência era a única coisa que fazia meu coração se sentir confortável. - Quando foi que fiquei tão perdidamente apaixonado por aquele vampiro? - Eu não fazia ideia e talvez isso não fosse mais importante:
_Sol. - Chamei seu nome.
_Sim?
_Eu gosto de você.
Ele se virou para o lado e me encarou confuso:
_Eu sei. - Falou.
_Eu realmente gosto de você, Sol.
_Sim. - Ele levou minha mão até sua boca e a beijou gentilmente - Eu também gosto muito de você, Leo.
_Eu sinto que poderia morrer por você.
_Você não pode fazer isso, seu tolo! Como eu ficaria depois de você me abandonar dessa maneira?
_Sol. - Chamei seu nome mais uma vez.
_Sim?
_Eu te amo.
Ele me encarou espantando, mas logo sua expressão suavizou.
_Eu também te amo, Leo. - Se aconchegou em meu peito.
_Você me deixou preocupado, droga!
_Desculpe. - Ele moveu sua mão até meu pescoço e relou suavemente no hematoma sobre ele - Está doendo?
Neguei com a cabeça:
_Eu só conseguia pensar em você. - Falei.
_Eu não irei morrer tão facilmente.
_Eu sei. - Fez-se silêncio - Sol, eu definitivamente irei encontrar quem fez isso com você e irei fazê-lo pagar por toda a dor que lhe fez passar. Isso é uma promessa.
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Private Blood
FantasyEm um mundo onde humanos e vampiros podem coexistir em harmonia, o detetive policial Leo Fide deseja apenas ser capaz de viver sua vida com paz e tranquilidade, após ter passado por uma experiência traumática em sua infância. Contudo, sua comum exis...