Capítulo 18

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LEO

O terceiro príncipe me fitou com a boca semiaberta e um olhar atordoado. Um silêncio constrangedor pairou entre nós. Sol não parava de me encarar e tão pouco dizia alguma coisa. Comecei a ficar envergonhado mas não fui capaz de desviar minha visão da sua. Nós estávamos completamente absortos através do olhar um do outro:

_Desde que te conheci, sinto que há algo de excêntrico em você, humano. - Disse por fim.

_Posso asseguras que não sou nada desse tipo, vossa majestade. - Respondi o observando mexer nos utensílios dentro da bolsa.

Logo que o vampiro encontrou o que desejava, ele se aproximou e agachou em minha frente. Eu era apenas capaz de enxergar o topo da sua cabeça enquanto ele examinava minha perna machucada, no entanto, aquilo era o suficiente para fazer meu coração acelerar novamente.

Você precisa se conter, Leo! - Eu dizia a mim mesmo várias e várias vezes:

_Sua calça já está ensopada pelo sangue. - O vampiro apontou - Irei precisar rasga-la para fazer o curativo. - Me encarou esperando por uma replicação.

_Sabe, essa é minha calça preferida. - Falei.

_Eu comprarei um estoque delas para você.

Por um momento, imaginei que ele realmente não havia entendido a minha ironia e tive que rapidamente me esclarecer:

_Uma já basta. 

Sem demora, Sol puxou o tecido jeans da calça para os lados e a rasgou com as duas mãos com uma incrível facilidade. Observado o ferimento, verifiquei que estava pior do que imaginei. Havia muito sangue no local e dois cortes mais ou menos profundos. O vampiro pendeu a cabeça de lado, observado o ferimento com cuidado:

_Não ira precisar de pontos. - Informou - Apenas irei desinfeccioná-lo e enfaixar.

Sol se curvou e começou a molhar um algodão com um líquido que eu não reconhecia. Contudo, havia algo de errado na forma que estava se comportando de repente. Sem pensar duas vezes, agarrei com cuidado seu braço e o obriguei a me encarar. 

_Vossa majestade, você está bem? - Perguntei ao reparar em seus olhos turvos.

_Estou bem. - Disse afastando seu rosto - É apenas o aroma de seu sangue que me deixa um pouco tonto, mas lhe asseguro que posso me controlar muito bem.

Desse modo, Sol não disse mais nenhuma palavra enquanto desinfeccionava meus cortes e tão pouco ousou olhar para mim. Eu observava com fascínio suas delicadas mãos enquanto elas trabalhavam, nem mesmo a dor intensa era capaz de tirar minha atenção do vampiro.

Logo que terminou de enfaixar minha coxa, Sol se levantou e verificou seu trabalho com atenção:

_Isto será o suficiente por agora. - Afirmou - Contudo, você terá que trocar novamente a bandagem depois do banho. 

_Sua majestade tem me impressionado cada vez mais com suas habilidades. - O elogiei. Mesmo sendo doloroso de admitir, o vampiro me socorreu várias vezes nessas últimas horas.

_Me responda Leo. - Sol agarrou minhas bochechas com uma mão e me obrigou a encara-lo nos olhos - Você se arrependerá dessas palavras?

Seus olhos que poucas horas atrás tinha um brilho em tom escarlate, agora estavam enevoados e inquietos. Sol aparentava estar dando tudo de sim para suprimir seu mais ardente instinto. Eu o agradecia por isso:

_Provavelmente, vossa majestade. - Respondi sem desviar o olhar.

_Há alguns cortes em seu rosto também. - Reparou - Devo lhe ajudar a limpa-los também?

Meu coração começou a bater forte em meu peito enquanto observava sua expressão turbulenta. Tenho certeza que ele podia sentir minha pulsação e por isso não soltava me rosto. Eu me tornei fraco e nem mesmo estava sendo capaz de suportar tudo aquilo:

_Naquela noite e agora, vossa majestade está ciente do que se passa em meus pensamentos. Estou errado? - Me forcei a falar, mesmo minha voz tendo conduzido-se fraca.

_Não está. - Falou sem desvios.

Desse modo, Sol pousou seu joelho direito na cadeira em que eu estava sentado e aproximou nossos corpos. Com delicadeza, o vampiro alcançou minha testa com sua língua e a percorreu com sutileza.  Eu sentia um arrepio passar pelo meu corpo, causado pelo seu toque cortês e macio, que me provocava progressivamente mais. Ao roçar sua língua no corte em minha testa, senti uma leve dor que me fez fechar os olhos.

Alguns segundos depois, Sol se distanciou e me fitou, agora com os olhos cintilantes de prazer. Seu olhar queimava sobre mim e fazia meu corpo ficar ainda mais estimulado. O vampiro se aproximou novamente e, dessa vez, lambeu o canto da minha boca onde tinha uma pequena ferida. Provei um pequeno toque da sua linga em meu lábio e aquele foi o ápice que me fez enlouquecer.

Naquele segundo, passei minha mão entre os fios de cabelo dourados do vampiro e a coloquei atrás de seu fria nuca. Com apenas um movimente, o conduzi até minha boca, o beijando com fervor.  Nossas línguas se entrelaçavam em ansiedade. Eu agora era capaz de sentir o doce gosto de Sol em minha boca, o que me deixava ainda mais alucinado. 

Ele é ainda mais fascinante do que havia imaginado. - Pensei. 

Sol se entregou completamente para mim. Sentando com entusiasmo em me colo, eu segurei em seu quadril enquanto nossas bocas se tocavam com desejo. Ele agarrou em minhas costas com euforia e, com ambos já sem folego, passei a chupar seu pescoço com deleite. Sol moveu seu cabeça para cima e gemeu baixo. Não sendo mais capaz de conter seu desejo, começou a mover seu quadril, o roçando com provocação sobre meu colo. Seu estimulo me fez quere-lo mais. 

Agarrei novamente a sua língua com a minha e nos beijamos mais uma vez, agora com mais paixão. Meu libido estava nas alturas e eu o devorava com ganância.

Eu reconheci que teríamos chegado ainda mais longe se não fosse o som da porta se abrindo nos interromper. Com espanto, me afastei de Sol e encarei quem estava ali:

_T-Thomas. - Chamei sei nome constrangido.

O rapaz nos encarava com assombro, sua pele estava tão pálida quanto a de um vampiro e seus olhos estremeciam com um tom sombrio:

_Desculpe. - Sua voz saiu agonizante - Eu não quis interromper.

_Thomas... - Proclamei, mas antes que eu fosse capaz de dizer qualquer coisa, ele já havia saído da sala fechando a porta atrás de si.


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