Capítulo 21

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LEO

Por mais que forcei-me, não fui capaz de terminar de comer o restante do jantar. Eu estava enjoado e minha cabeça doía demais. Sentia como se os príncipes tivessem me empurrado para a beira de um precipício, me forçando a enfrentar aquele assunto de frente. Se bem que, era apenas questão de tempo para que nós conversássemos sobre isso, já que não podíamos nos evitar por toda eternidade - Sol não me evitaria para sempre, não é? - Agora eu estava preocupado.

Alfred não disse uma palavra enquanto coletava meu sangue. Seu rosto era inexprimível como sempre. Eu me perguntava se ele havia conversado com o terceiro príncipe durante esse tempo e se o mesmo havia lhe contato sobre o que aconteceu, embora eu duvidava que Sol fosse alguém que compartilhava seus sentimentos com alguém, mas se eu fosse pensar em uma pessoa, essa seria Alfred:

_Como Sol está? - Perguntei assim que terminou de extrair meu sangue.

_Vossa majestade está como costuma a ser. - Respondeu sem me olhar.

Eu não sabia dizer se isso era algo positivo:

_Ele te contou alguma coisa? - Indaguei.

_Vossa majestade não é alguém que compartilha seus pensamentos de modo usual. - Ele me encarou - Mas se há algo que queira saber, deve perguntar-lhe pessoalmente.

Engoli seco. Percebi que só estava ansioso para saber o que Sol pensava de mim, pois assim seria mais fácil encara-lo. Ainda assim, Alfred tinha razão, isso era algo que deveríamos discutir um com o outro:

_Obrigado, Alfred. - O agradeci.

Ele me respondeu com um aceno de cabeça e, assim que saía pela porta, parou e olhou para trás:

_Vossa majestade está o aguardando em seus aposentos. - Informou.

Não sabia como reagir àquela afirmação. Apenas fiquei encarando a porta fechada por algum tempo, esperando que alguma determinação surgisse em mim. Não aconteceu. Mesmo assim, obriguei meu corpo a se mexer.

Em frente à porta do seu quarto, eu travei por alguns minutos. Com os punhos cerrados, eu a encarava me perguntando o que deveria dizer primeiro. Algo como "Desculpe ter saído correndo no meio da pegação" ou "Estou apaixonado por você, então assuma a responsabilidade." - Definitivamente não! Eu precisava escolher as palavras certas se não quisesse ter uma morte iminente :

_Por quanto tempo você pretende ficar aí parado? - A voz de Sol soou atrás da porta.

Não havia mais volta!

Abri a porta e adentrei em seu quarto. Estava escuro, mas eu conseguia enxergar perfeitamente o vampiro. Ele estava em pé, escorado na escrivaninha, com os braços cruzados e me encarando fixamente, seus olhos escarlates brilhavam na escuridão. Reparei que usava um conjunto de pijama branco e um robe preto por cima, também estava com seus óculos redondos, que portava uma correia em cada lado. Ele estava lindo!

_Não seja tão óbvio. - Pronunciou.

_Desculpe, vossa majestade, mas o senhor é tão bonito que não sou capaz de deter o meu olhar. - Aquilo realmente havia escapado dos meus pensamentos?! Droga! Espero que não tenha o irritado.

_Você veio até aqui só para me cortejar?

_Precisamos conversar. - Falei determinado.

_Sim, precisamos.

Houve-se um silêncio. Eu não sabia por onde começar a falar e estava começando a hesitar. Não! Se eu vacilasse naquele momento, acabaria perdendo toda determinação e não seria capaz de reuni-la outra vez. Eu precisava dizer agora:

Private BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora