THOMAS
_A-ah! E-espere! - Eu pedia enquanto Raphael sugava meu sangue.
Era uma sensação estranha. Meu corpo se contorcia inteiro apenas com o leve toque do vampiro e eu não conseguia controlar os gemidos que vinham da minha boca:
_Você precisa relaxar, Thomas. - Falou.
_E-eu não consigo, i-isso é estranho.
Meu corpo vacilou e minhas pernas começaram a perder a força. Comecei a despencar para o chão, mas Raphael agarrou meus pulsos e me apoiou prensando seu corpo contra o meu.
Não demorou muito para que o vampiro terminasse de beber meu sangue. Em seguida, ele insistiu que faria meus curativos pessoalmente e, por fim, fui liberado do local. Já era tarde do dia seguinte, então fui rapidamente direto para o departamento de polícia.
Eu já esperava ver Leo por lá, então vim preparando minha mente pelo caminho, mas não esperava que eles estivessem discutindo justamente sobre o caso de assassinato quando me aproximei:
_Acabei de receber os resultados do laboratório. - Disse Noé. Escondido atrás de uma parede, eu ouvia com atenção o que o vampiro explicava - Eles afirmaram que a droga possui substâncias psicodélicas, o que provoca efeitos alucinógenos em seu usuário, Quando a sua forma de produção, elas são feitas sinteticamente, através de componentes ativos não encontrados na natureza.
Espere um segundo! Droga? Do que eles estavam falando? Pensei que estivessem abordando sobre o caso de assassinato, mas, então, eles começaram a discutir algo sobre uma droga. Quer dizer que o vampiro criminoso estava envolvido com esse tipo de substância nociva?
_[...] Nossa espécie tem o desejo e a necessidade natural de se alimentar com sangue humano. - Continuou a explicar - Estando cientes, os vampiros são capazes de se controlarem quando sentem seu cheiro por perto, mas e seu sentidos estiverem bagunçados? Sua necessidade se transformará em um desejo compulsivo e sua razão começaria a partir-se. Podemos dizer que, em um estado mais avançado da droga, os vampiros começariam a enxergar os humanos apenas como fáceis alimentos.
Então era isso! Essa era a causa por trás de todos os assassinatos! A sede intensa por sangue causado pela substância desconhecida foi a motivação do assassino. Mas por quê as vitimas tiverem mortes diferentes? Talvez ele ainda tivesse consciente o bastante para forjar as suas evidências.
Os três começaram a discutir sobre o acordo de paz do passado e eu os ouvia com atenção. No momento em que Sol pronunciou que iriam atrás de mais pistas sobre a droga, foi quando decidi me aproximar deles:
_Vocês estão indo atrás do culpado, não é? - Falei - Eu também irei!
_Thomas! - Leo pronunciou meu nome com surpresa. Sua voz ainda fazia meu coração doer, mas me mantive firme em sua frente.
_O que aconteceu com você?! - Perguntou após me observar por um tempo.
_Não é nada de mais. - Dei um passo para trás assim que ele se aproximou, fugindo de sua pergunta.
_Como assim?! - Gritou irritado - Primeiro você some durante um dia inteiro e, depois, aparece em nossa frente nesse estado, acha mesmo que vou acreditar que nada aconteceu a você?!
Eu havia me esquecido que usava as mesmas roupas de quando fui atacado e arrastado ontem à noite, também tinha o curativo em meu pescoço que Raphael fez antes de me libertar, o qual fugiu completamente de minha memória. Contudo, isso não era motivo para que Leo gritasse comigo daquela forma, já que foi ele quem começou a esconder as coisas de mim primeiro:
_Eu já disse que não é nada de mais! - Retruquei - Então, não precisa focar preocupado.
_Merda, Thomas! - Leo bateu sua mão sobre a mesa, me assustando com seu gesto. Ele estava agindo de modo estranho.
_Leo. - Sol se aproximou do detetive e colocou a mão sobre seu ombro - Todos estão olhando para nós agora, você precisa se acalmar.
_Droga! - Ele xingou.
Aquela cena doeu em meu coração. Antigamente, somente eu era capaz de acalmar Leo quando o mesmo estava irritado, mas agora, nem mesmo para isso eu era necessário. Eu me sentia como alguém que fora acabado de ser abandonado:
_Iremos tomar a frente por enquanto e iremos notificá-los imediatamente sobre qualquer novidade. - Disse Noé.
_Isso não é justo! - Brandi me sentindo insignificante - Eu já disse que estou bem!
_Isso é uma ordem, Thomas Santiago! - Sol ordenou.
A sua autoridade tinha uma pressão tão forte, que me fez encolher os ombros involuntariamente. Mordi meus lábios me sentindo miserável, mas, por fim, fiz assim como havia me ordenado.
Quando chegamos a mansão, fui diretamente ao quarto em que estava hospedado, sem voltar a minha atenção a ninguém. Pulei sobre a cama e senti meus osso gritarem por ajuda, já fazia algum tempo em que não descansava de verdade.
Assim que fechei meus olhos, o barulho da porta se abrindo me despertou e, parado em sua frente, estava o segundo príncipe vampiro, que me encarava com rispidez:
_Você realmente precisa agir dessa forma? - Falou - Leo está muito preocupado com você.
_Eu preciso de mais tempo para organizar meus pensamentos. - Falei enquanto me sentava no colchão.
_Por que você não conta logo para ele? - Ele se aproximou com os braço cruzados.
_Contar o quê? - Perguntei confuso.
_Que você é apaixonado por ele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Private Blood
FantasyEm um mundo onde humanos e vampiros podem coexistir em harmonia, o detetive policial Leo Fide deseja apenas ser capaz de viver sua vida com paz e tranquilidade, após ter passado por uma experiência traumática em sua infância. Contudo, sua comum exis...