Capítulo 49

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LEO

Os príncipes nos aguardavam na sala de reuniões. Vossos rostos estavam rígidos e sérios e podia sentir a tensão perigosa que fluía daquele ambiente. 

Eu e Sol nos sentamos um ao lado do outro e o mais novo começou a falar logo em seguida:

_Vamos continuar de onde paramos.

_Precisamos de um plano para que possamos superar essa armadilha. - Pronunciou o primeiro.

_Não sabemos quantas pessoas estão do lado do criminoso, seria perigoso se nos precipitarmos logo no início. - Expressou o segundo.

_E se fizermos um reconhecimento de campo antes? - Sugeri. - Podemos ter alguma ideia de quantas pessoas iriamos lidar, além das informações sobre o local.

_Isso pode funcionar. - Betelgeuse disse pensativo - Mas estaria tudo bem? Isso só prolongaria nossa operação.

_Eu gosto da ideia. - Sol se manifestou - É melhor do que agirmos cegamente.

_Então, devemos formar um plano de ação a partir do reconhecimento de campo? - Perguntou Rigel.

_Sim, esse deve ser o caminho mais seguro. - O mais velho respondeu - Mas, quem irá fazer essa missão?

_Eu irei! - Falei com determinação. 

_Isso não será muito perigoso para você? - O segundo indagou.

_Eu faço parte das forças policiais de Noctis, não há porquê temer o perigo.

_De jeito nenhum! - Sol expressou seus descontentamento - Não irei deixar que você entre em uma situação de risco. 

_Eu não sou um bebê, Sol! - Retruquei.

_Mas é tão frágil quanto um. -  Respondeu  - Como você lidaria em uma situação cercado por vários vampiros? Thomas não iria querer que você morresse dessa maneira. - Deu um golpe baixo.

_Também não quero que ele morra! - Declarei irritado - Não possuímos tempo ilimitado igual a vocês! 

_Chega! - O primeiro interrompeu - Deixem a briga de casal para depois! Não há sentido em tomar tempo com essa discussão.

_Apenas vão os dois, então. - Sugeriu o segundo dando de ombros - Por que fazer tanta tempestade em um copo d'água?

Ele tinha razão. Sua solução era simplória, mas poderia atender ambos os lados, então parecia ser o mais adequado a se fazer. Sol concordou e terminamos a reunião por ali. Iriamos sair para a missão de madrugada, então tínhamos poucas horas para nos aprontarmos. 

Contamos, também, a Noé sobre a operação daquela noite, pois o vampiro também fazia pare da equipe e merecia saber dos detalhes. Ele não se opôs ao plano, até porque estava muito ocupado com sua própria investigação.

Na hora marcada, saímos da mansão e fomos direto ao endereço descrito no verso da foto que encontramos em meu apartamento. O nosso destino foi um barracão abandonado em um cais cheio de contêineres que serviam para transportar mercadorias em navios. Decidimos que era melhor ficar em um prédio do outro lado do cais e observar a movimentação de lá:

_Estamos aqui a muito tempo. - Disse Sol depois de horas terem se passado e nenhuma movimentação ter ocorrido. - Você acha que fomos enganados?

_Sem chance! - Respondi - Eles não teriam todo o trabalho de deixar uma pista com esse endereço para nos enganar.

_Bem... Não estou muito certo sobre isso. - Disse hesitante.

_Posso ver pela janela que a luz do galpão está acesa, então alguém deve estar lá dentro.

_Mesmo se tiver, fazem horas que ninguém aparece por aqui.

_Acho que devemos ir checar mais de perto.

_Não! - Recusou minha sugestão - Isso pode ser muito perigoso!

_Eu pensei que você estivesse melhor agora que é capaz de tomar meu sangue. - Insisti.

_Escute, Leo.  - Ele me encarou com seriedade - Mesmo com minha força atual, se formos cercados por muitos vampiro, não serei capaz de proteger nós dois. 

_Isso é besteira! Se não houve nenhuma movimentação até agora, então quer dizer que não há muitas pessoas por aqui.

_Eu não quero que você corra perigo. - Expressou sua preocupação.

_Nós só iremos dar uma rápida olhada, eu prometo.

Sol hesitou enquanto seus olhos percorria meu rosto com preocupação. Por fim, ele apenas suspirou fundo e respondeu:

_Tudo bem, vamos fazer isso rapidamente.

Assim que convencido, descemos o prédio e, com cautela, nos aproximamos do barracão do outro lado da rua. Estava escuro, apesar das luzes fracas dos postes que iluminavam o cais. Como havíamos observado de antemão, não havia ninguém por perto, o que era um alívio:

_Tenha cuidado. - Disse Sol atrás de mim.

Me aproximei da porta do barracão bem de vagar. Havia uma fresta entre ela na qual fui capaz de observar o interior do local:

_Consegue ver alguma coisa? - O vampiro pergunto.

_Espere... - Murmurei enquanto tentava ajustar meu angulo de visão para conseguir enxergar algo além das paredes. 

Assim que direcionei meu olhar um pouco para a esquerda, avistei alguém caído no chão, amarrado e machucado. Desmoronei para trás quando percebi a verdadeira identidade daquele homem:

_O que foi? - Sol se agachou ao meu lado preocupado.

_Thomas... - Sussurrei incrédulo - Thomas! - Gritei enquanto levantava e corria para dentro do barracão empurrando com toda força a porta que estava em meu caminho.

_Espere, Leo! - Sol gritou atrás de mim.

Não dei ouvidos ao que o vampiro gritava e continuei avançando até Thomas. O rapaz estava com a boca e os olhos vendados com um pano branco que estava manchado com sangue. Suas mãos e seus pés estavam amarrados firmemente por uma corda e seu corpo estava coberto de ferimentos:

_Thomas! - Chamei pelo seu nome enquanto tirava a mordaça de sua boca - Você está bem?

_Não... Leo! - Disse assim que sua boca foi liberta - É uma armadilha!

A porta do barracão se fechou com um estrondo. Olhei em sua direção e avistei Sol parado ao lado dela, também surpreso:

_Nós estávamos esperando por vocês. - Uma voz ecoou da escuridão.

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