Capítulo 05

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LEO


Sai daquele lugar me sentindo nervoso e abatido, parecia que eu havia perdido uns cinquenta anos de vida em apenas uma noite. 

Depois de chegar em meu apartamento, fui checar meu celular e vi as várias ligações perdidas de Thomas. Assim que me arrumei para dormir, retornei suas chamadas:

_Algum dia você ainda vai me matar de preocupação! - Foi a primeira coisa que disse ao atender o telefone.

_Desculpe, eu não tive tempo de checar meu celular. - Respondi, me sentindo um pouco culpado.

_Se conseguiu retornar minhas ligações, então quer dizer que você conseguiu sair de lá com vida, isso é um alívio!

_Eu não diria exatamente isso. - Respondi duvidoso.

_O que você quer dizer? - Perguntou com um tom alarmado.

_Bem, é muito para explicar por telefone, mas para resumir, parece que eu vou ter que ser o doador de sangue particular do terceiro príncipe. 

_Isso é loucura!

_Eu sei, mas eu não tive muita opção.

_E você concordou com isso?!

_O que mais eu poderia fazer? - Suspirei fundo.

_Mas por que você de todas as pessoas? Por que tudo isso agora?

_Desculpe, Thomas, mas acho melhor eu não responder tais perguntas. Não quero envolver você nesse problema. - Eu acreditava que se Thomas não soubesse de detalhes, ele não iria precisar cruzar essa linha perigosa.

_Eu faria qualquer coisa por você! - Declarou.

_Eu sei. - Respondi sorrindo. Eu sabia que o garoto podia passar de qualquer limite se eu estivesse envolvido, era por esse motivo que eu precisava o manter o mais longe possível desse infortúnio - Mas dessa vez é algo em que você não poderá se envolver.

_Leo...

_A noite foi cansativa, então vou terminar por aqui. Não se preocupe de mais e durma bastante.

_Irei tentar. - Disse por convencido - Boa noite.

_Boa noite, Thomas.

Assim que encerramos a ligação, me virei para o lado e cai em um sono profundo. No outro dia, fui trabalhar me sentindo totalmente depressivo e não havia nada que pudesse mudar meu humor. Como de costume, nada havia acontecido naquele dia e eu fui embora após terminar de concluir alguns documentos. Em casa, me arrumei para meu compromisso da tarde, de modo que eu parecesse amigável para os dois vampiros sanguinários que eu iria conhecer.

Como esperado, Wilfred estava me aguardando do lado de fora do meu prédio para me conduzir até a mansão. Assim que chegamos, o vampiro me informou do caminho que eu precisaria fazer até chegar ao meu destino.

Eu me sentia totalmente desconfortável andado por aquele lugar com vários olhos vermelhos me encarado por todo canto. Era como se eles estivessem analisando cada passa que eu dava, assim como as câmeras de um reality show.

Logo que cheguei no destino informado, analisei rapidamente o cenário a minha frente. Havia uma mesa redonda disposta no meio de um belo jardim, ela possuía um enorme guarda-sol alinhado no centro e estava repleta de louças caras e comidas chiques arrumadas em sua superfície. Sentados nas cadeira, um do lado do outro, haviam dois indivíduos com uma presença extremamente ameaçadora. Apenas de olhar para eles eu já era capaz de reconhece-los de imediato. Eram os irmãos mais velhos de Sol, o primeiro e segundo príncipes vampiros.

Me aproximei da mesa sentindo a tensão aumentar a cada passo. Os príncipes sequer  se interessaram em me notar e só perceberam minha presença quando eu já estava próximo da mesa:

_Leo Fide, eu suponho. - Disse o mais velho. Seu cabelo vermelho estava ainda mais intenso sobre a luz do Sol, ele vestia um casaco de couro preto e uma blusa da mesma cor por baixo. Sua figura era ainda mais ameaçadora e vigorosa presencialmente, o que faziam meu corpo vacilar de fraqueza.

_Vossas majestades. - Me curvei educadamente para eles. - É um prazer conhece-los pessoalmente. - Como certeza essa era a última emoção que eu sentia naquele momento!

_Eu estava um pouco preocupado, mas ele parece realmente bonito por si mesmo. - Disse o segundo príncipe, com um sorriso travesso no rosto, parecendo estar aproveitando toda aquela situação. O segundo príncipe era ainda mais bonito e majestoso pessoalmente. Seu cabelo longo descia sobre um rabo de cavalo perfeitamente realizado e um laço marsala se prendia no final, como se estivesse segurando toda a sua graciosidade. Vestia um sobretudo vermelho escuro, que caia sobre uma blusa branca de gola alta, usava uma calça de tecido caqui e um cinto preto. Possuía vários acessórios como brincos, colares e anéis, que brilhavam junto a seu cabelo prateado.

_Sente-se, por favor. - Pediu o primeiro príncipe. 

_Com licença. - Falei antes de me sentar desjeitosamente na cadeira.

Uma empregada, que esteve o tempo todo ali mas eu só a notara agora, me serviu uma quente xícara de chá:

_Eu fico feliz que você tenha aceitado o pedido de nosso irmão. - Disse o mais velho - Ele pode parecer frio e insensível, mas ele tem um bom coração. - Eu tinha minhas duvidas sobre isso!

_Nosso irmãozinho precisa de um cuidado especial. 

_Vossa majestade, o terceiro príncipe,  me contou sobre a sua condição. - Comentei.

_É uma pena o que aconteceu com ele. - Disse o segundo príncipe pensativo - Ele era realmente brilhantes no passado, assim como os raios do Sol.

_Sol é uma pessoa muito especial para nós, por isso estivemos nos esforçando tanto para encontrar um sangue que pudesse tira-lo de todo esse sofrimento. - Me senti ainda mais pressionado depois de ouvir o primeiro príncipe falar. - Isso pode parecer algo trivial para você, mas é muito importante para nós vê-lo bem novamente.

_Foi por isso que vossas majestades tiveram tanta consideração comigo?

_Nós sabemos que não é fácil para os humanos viverem com a nossa raça. O medo constante é algo que pode atormentar a mente do ser humano e acabar o ferindo, mas nós nos importamos com o bem estar de vocês, uma vez que precisamos de vocês para sobrevivermos, por isso tentamos tratar essa questão da forma mais pacifica possível. - Explicou o de cabelo vermelho.

_Mas aposto que Sol não ficou muito contente com isso. Ele sempre foi um tanto inflexível. - Brincou o outro vampiro.

_Eu já disse para vocês não falarem de mim pelas minhas costas. - Anunciou aquele cujo o tom de voz que eu reconhecia.

Me virei para encarar a figura que se colocava de pé atrás de mim, apenas para encontrar o olhar insensível de Sol sobre mim.

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