Capítulo 22

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LEO

_Sol, espera...! - Falei quando o vampiro me colocou em cima do ombro.

Eu me sentia humilhado naquela posição,  sobretudo sendo levantado por aquela pessoa que aparentava tanto ser frágil. Isso deveria ser assim tão fácil!?

Mesmo eu tendo insistido para que me colocasse no chão naquele exato momento, Sol se recusou e me carregou até sua cama. Ele me jogou em seu colchão e, naquela hora, o encarei perplexo:

_Por que não me disse que estava doente?! - Ele parecia aborrecido.

_Como eu iria saber?! Imaginei que só estava mal por causa da ansiedade. - Retruquei.

_Como alguém pode ser tão imprudente!

_Desculpe se eu estava tão preocupado em me confessar para você, que não notei que estava doente! - Respondi sarcástico.

_Não ouse se mexer! Eu irei pedir para que um médico venha aqui imediatamente.

_Hey! Não precisa disso tudo!

...

Depois que o doutor me examinou e deu meu disgnóstico, o descrevendo como uma simples gripe, ele me receitou alguns analgésicos e bastante descanso. Ele parecia um pouco assustado e, quando terminou, foi embora correndo. Eu o entendia. Qual humano não ficaria assustado depois de ser arrastado inesperadamente por um vampiro lunático? 

_Sabe, eu poderia simplesmente ter ido ao hospital. - Falei.

_Você poderia facilmente se machucar se saísse nesse estado. - Respondeu Sol, o qual me encarava com os braços cruzados.

_O quão frágil você pensa que sou? - Ele não respondeu. Suspirei fundo - Ele parecia assustado, você não fez nada de ruim com ele, não é?

_Claro que não. Apenas pedi para que alguém fosse ao melhor hospital de humanos e trouxesse um de seus médicos.

_Você não acha que isso foi muito vago? - Falei preocupado.

_O que você quer dizer com isso? - Perguntou confuso

_Deixa para lá. - Desisti depois de perceber que aquela conversa não iria para nenhum lugar.

Naquele mesmo momento, a porta do quarto se abriu e os outros dois príncipes entram por ela. De repente, o clima da sala ficou mais pesado por causa das outras duas grandes presenças. Tive vontade de fugir no mesmo instante, mas Sol não parecia incomodado:

_Acho que nunca vi uma confusão tão grande dentro dessa casa por causa de alguém doente. - O segundo príncipe comentou.

_Como você se sente, pequeno humano? - O primeiro perguntou. Espera! Ele havia acabado de me chamar de pequeno humano? Que humilhante...

_Estou bem, é apenas uma gripe. - Respondi.

_Ora, Sol estava tão preocupado que pensei que estava a beira da morte. - O segundo príncipe comentou com um sorriso.

_Como eu poderia saber?! - Sol retrucou - Humanos são tão frágeis que chega a ser desconcertante.

_Você realmente não leva jeito para cuidar de coisas delicadas. - Disse o mais velho.

Eu apenas os observava em silêncio enquanto eles discutiam um com o outro. Claro, eu me sentia menosprezado pelas palavras que se referiam a mim, mas não era louco o suficiente para repreende-los. Eu era como um filhotinho de gato no meio de uma briga de cães. Era assustador!

_Enfim, fico feliz que Leo esteja bem. - Disse o mais velho, acabando com a discussão. Agora toda a atenção dos três estava voltada para mim.

_Pobrezinho, devemos fazer algo para anima-lo? - O segundo falou.

_Não precisam se incomodar comigo. - Não! Definitivamente não!

_Eu irei cuidar dele, então não há nada para vocês fazerem. - Sol pronunciou.

Os dois irmãos o encaram surpreso. O segundo deu um levo sorriso enquanto o primeiro franzia a testa:

_Você não precisar tomar essa responsabilidade, temos bastante criados que podem cuidar muito bem do humano. - Disse o mais velho.

_Não seja assim Betel. - O segundo príncipe o cutucou - Não vê que está atrapalhando o romance desses dois?

_O-oh! - Expressou surpresa - Desculpem-me. - Eu não imaginava que um vampiro poderia ficar tão corado!

_Não há mais nada para falarmos com vocês. Se já terminaram, podem ir embora e nos deixar a sós. - Disse Sol em um tom frio.

_Certo, nós viremos visitar mais tarde. - Disse o segundo príncipe enquanto puxava o primeiro consigo.

_Se algo acontecer me chame imediatamente. - Declarou o de cabelo vermelho

_Até mais. - Sol falou enquanto fechava a porta.

O vampiro suspirou fundo e se dirigiu até a cama onde eu estava deitado, se sentando ao meu lado:

_Não dê importância para as palavras daqueles dois, eles só estão animados com a melhora em meus sintomas. - Disse.

Concordei em silêncio com a cabeça. Logo, Sol levou sua mão até minha testa e feriu novamente a minha temperatura:

_Parece que a febre está abaixando. - pronunciou.

_Eu disse que não sou tão fraco assim!

_Desculpe. Não estou acostumado a lidar com esse tipo de situação, então posso ter exagerado um pouco. - Disse tristonho. Droga, Sol! Não faça essa cara desolada para mim!

_Hey. - Acariciei sua coxa gentilmente - Não precisa ficar assim. Além disso, eu fiquei feliz em te ver tão preocupado comigo.

_Claro. - Ele fez bico - Você é a única fonte de que posso me alimentar. - Aquele maldito bastardo!

_Hah! Você é realmente um monstro sem coração! 

_Hahah! - Ele riu. 

Eu o observava enquanto o vampiro gargalhava com alegria. Seu sorriso era capaz de iluminar todo o lugar e eu já não me sentia mais irritado. Eu desejava ter aquele brilho entre meus braços:

_Você é muito bonito, vossa majestade. - Pronunciei.

Sol me encarou surpreso, mas sua expressão logo relaxou:

_Você já me disse isso hoje. - Respondeu

_Uma vez não é o suficiente para descrever tamanha beleza.

_Você é um galanteador perigoso, Leo Fide. - Disse enquanto aproximava seu rosto do meu.

Coloquei minha mão cuidadosamente em seu maxilar e o puxei para um beijo. Para a minha felicidade, eu não precisava me preocupar em passar minha gripe a ele, portanto, pude satisfazer todos os meus desejos sem nenhum temor. 

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