Capítulo 32

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LEO

Encarei o rapaz em minha frente. Thomas usava a mesma roupa de antes, porém algumas partes do tecido estavam sujas e manchadas de sangue, assim como a pele de seu rosto e braços, as quais também tinham cortes e hematomas:

_O que aconteceu com você?! - Me aproximei preocupado.

_Não é nada de mais. - Ele se esquivou.

_Como assim?! - Falei irritado - Primeiro você some durante um dia inteiro e, depois, aparece em nossa frente nesse estado, acha mesmo que vou acreditar que nada aconteceu a você?!

_Eu já disse que não é nada de mais! - Retrucou - Então, não precisa ficar preocupado.

_Merda, Thomas! - Bati a palma da mão sobre a mesa enfurecido.

O som do impacto soou por toda a delegacia, que ficou em silêncio por um breve momento. Fechei meus olhos e suspirei fundo enquanto sentia o toque frio de Sol em meu ombro:

_Leo, todos estão olhando para nós agora, você precisa se acalmar. - O vampiro murmurou.

Eu sabia que tinha me exaltado, mas não conseguia deixar de me sentir furioso naquela situação. Thomas claramente não estava bem e, mesmo assim, continuava a fingir em minha frente. Não havia como eu não ficar aborrecido:

_Droga! - Xinguei.

_Talvez seja melhor que os dois voltem para casa. - Sol apontou - No estado em que estão, vocês só atrapalhariam toda a investigação.

O vampiro tinha razão, eu não seria capaz de continuar a investigação da droga com minhas emoções naquele estado:

_Iremos tomar a frente por enquanto. - Noé pronunciou - E iremos notificá-los imediatamente sobre qualquer novidade.

_Isso não é justo! - Thomas protestou - Eu já disse que estou bem!

_Isso é uma ordem, Thomas Santiago! - Sol pronunciou seriamente .

O rapaz encolheu os ombro e mordeu os lábios após seu nome completo ser declarado pelo vampiro. Sol havia usado de sua autoridade máxima para dar uma ordem e Thomas não era capaz de retrucar à determinação do príncipe. Já eu, estava surpreso que o vampiro realmente tenha usado de seu poder para uma coisa tão banal e impressionado pela sua postura, o que só me fazia lembrar que meu namorado era um dos regentes da capital.

Sem termos opção de escolha, eu e Thomas voltamos em silêncio para a mansão dos príncipes. O rapaz  passou em minha frente assim que entramos e foi direto para o quarto de visitas em que estava hospedado. Enquanto isso, fui interceptado por um dos príncipes:

_ O que está acontecendo? - O segundo príncipe se aproximou.

_Thomas apareceu na delegacia nesta tarde, vossa majestade. - Respondi.

_Isso é bom, então por que você está com essa carinha triste?

_Desculpe, vossa majestade, só estou um pouco preocupado com Thomas.

_Interessante. Mesmo ele tendo te ignorado por tantos dias, você ainda se preocupa com a vida desse humano.

_Ele é meu melhor amigo, vossa majestade, não sou capaz de ficar calmo quando o veja tão machucado.

_Isso é nobre da sua parte humano. Não se preocupe, irei cuidar pessoalmente de seus ferimentos, então tome esse tempo para se acalmar um pouco.

_Vossa majestade, não precisa...

O segundo príncipe fez um gesto com a mão para que eu parasse de falar assim que comecei a pronunciar aquelas palavras:

_Não me leve a mal. - Disse - Só estou fazendo isso pois Sol se importa muito com você e ele não ficará feliz em te ver dessa maneira.

_Eu agradeço vossa benevolência, majestade.

_Te vejo mais tarde, humano. - Ele fez um gesto com a mão e se virou para ir embora.

Passei a tarde toda sozinho em meu quarto até que Sol retornasse. O vampiro informou-me que não haviam conseguido mais nenhuma informação sobre a droga e que o caso continuava estagnado no mesmo lugar. - Aquilo era mal! Se não conseguíssemos encontrar o responsável o quanto antes, mais pessoas iriam sofrer na mão daquele criminoso. Precisávamos acabar com aquilo antes que tudo começasse a se complicar.

...

Eu desejava ver como Thomas estava naquela noite, porém não tive coragem de entrar em seu quarto. Eu não era capaz de encarar seu rosto naquele momento, então decidi ir direto para minha cama. Contudo, não conseguia dormir devido as preocupações constantes em minha cabeça.

Sol havia ido para seus aposentos, então estava sozinho em meu quarto. - Eu estava começando a me sentir solitário sem ter a presença do vampiro por perto. - Decidi dar um caminhada em volta da casa, para tentar acalmar meus pensamentos. No entanto, ao abrir a porta do quarto para sair, me deparei com Thomas parado em minha frente:

_Oh! _Oh! - Nós dois nos assustamos.

_Thomas! Não esperava te ver aqui.

_Eu vim me desculpar pelo meu comportamento durante esses dias, eu realmente não queria lhe preocupar.

_Ah! C-certo. - Hesitei por um instante, pois não esperava que o rapaz viesse até aqui só para se desculpar.

_Você não está conseguindo dormir?

_Ultimamente estou passando vários dias em claro.

_Acho que isso é um pouco a minha culpa. - Deu um sorriso desajeitado. - Já que nós dois não conseguimos dormir, que tal bebermos um pouco? Como nos velhos tempos.

_Eu adoraria.

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