LEO
Segundo as informações que havíamos conseguido, o "Bloody Mary" ficava a um andar abaixo do hall de entrada, entre o piso principal e o térreo, e não era possível chegar-se até ele usando o elevador, pois a caixa de metal não se conectava ao andar secreto. Para isso, era necessário atravessar uma escadaria oculta que encontrava-se na porta mais distante ao sentido oeste. Após descer os degraus e alcançar o andar escondido, uma porta dupla de madeira branca com detalhes em ouro era revelada. Nela haviam dois grandes seguranças, que apenas deixarão passar aqueles que tiverem o convite.
Ambas as espécies precisavam ter o mesmo convite para entrarem no "Bloody Mary", porém, ao contrario dos humanos que eram escolhidos a dedo por suas necessidades financeiras ou pelo entusiasmo de experimentar novos prazeres, qualquer vampiro com dinheiro, curiosidade e conexões era capaz de obter facilmente o cartão de entrada.
Era evidente que nenhuma das partes teria coragem de contar aquele segredo, já que somente era autorizado aos bancos fornecerem sangue e a venda clandestina do mesmo era proibida por lei, além do seu consumo direto, que era considerado uma forma de prostituição. Não somente o chefe do esquema criminoso seria punido, como também todos os envolvidos, incluindo aqueles que frequentavam o lugar.
Ainda, além de todo o esquema ser ilegal, havia o fato do possível assassino que procurávamos frequentar o local e escolher suas vítimas através desse encontro. Isto colocava todas as pessoas dentro daquele lugar em perigo. Era nítido que todo este sistema era uma bomba relógio prestes a explodir e, por isso, precisávamos nos apressar em encontrar o criminoso e desarmá-la o mais rápido possível.
Então, para podermos entrar no "Bloody Mary" sem levantar qualquer suspeita, instrui que Sol fosse na frente enquanto eu mantinha uma distância segura entre nós. No minuto em que atingi o último degrau da escada e avistei a grande porta branca, notei que o vampiro já não estava mais ali e aparentava não ter sofrido nenhum problema para entrar. Tão logo que me aproximei, os dois homens que guardavam a entrada se juntaram à frente da porta e bloquearam a minha passagem:
_Você precisa de um convite para entrar neste lugar. - Falou o da direita.
Observei os dois guardas que estavam parados na minha frente. Eles eram mais altos do que eu e também possuíam mais músculos. Usavam ternos pretos, óculos escuros e um aparelho de escuta no ouvido, um estilo típico de guarda de segurança. Para estarem aqui protegendo este lugar, só poderiam ser vampiros incrivelmente fortes:
_Aqui. - Tirei meu convite do bolso e entreguei para a mesma pessoa que havia falado comigo antes.
O homem verificou o cartão de visitas com bastante atenção e me devolveu logo depois. Em seguida, os dois abriram espaço e liberaram a passagem da porta:
_Pode entrar. - Autorizou.
O agradeci fazendo um sinal com a cabeça e, em seguida, adentrei naquele lugar desconhecido.
Se eu tivesse que descrever qual foi a primeira coisa que veio em minha mente quando encarei todo aquele espaço, seria "grande orgia". As pessoas ali estavam se comportando como verdadeiros animais devorando um ao outro.
Eu tentava assimilar tudo o que estava vendo. - Em um grande sofá em formato de meia lua alinhado ao centro, vários humanos eram abocanhados por vampiros sedentos. As outras pessoas que estavam ali, apenas ficavam bebendo e conversando, como se nada de estranho estivesse acontecendo. Era perturbador! Encarar os olhos turvos dos humanos que tinham seus sangues sendo drenados em excesso estava me deixando enjoado. Estava tão assustado com toda aquela cena que mal percebi que alguém tocava meu ombro:
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Private Blood
FantasyEm um mundo onde humanos e vampiros podem coexistir em harmonia, o detetive policial Leo Fide deseja apenas ser capaz de viver sua vida com paz e tranquilidade, após ter passado por uma experiência traumática em sua infância. Contudo, sua comum exis...