Capítulo 42

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LEO

Não tínhamos tempo de avisarmos Noé e os outros príncipes que estávamos correndo atrás do possível criminoso. O lugar era grande e o salão no qual estava acontecendo o baile ficava do outro lado da casa. Não podíamos perder tempo, então resolvemos tomar a iniciativa por nós mesmos.

Sol andava a minha frente, sempre alerta a qualquer possível barulho ou cheiro desconhecido. Novamente, a casa era enorme, então precisávamos nos apressar antes que o criminoso tivesse a chance de escapar.

Sol fez um sinal com a mão para que eu parasse e se concentrou em algo que eu não era capaz de perceber:

_Há alguém aqui. - Sussurrou enquanto apontava para a porta da sala de reuniões.

Concordei com a cabeça e me posicionei ao lado oposto da porta. O vampiro a abriu com um único movimento e invadimos o cômodo preparados para lutar:

_O que estão fazendo aqui?! - Sol perguntou surpreso.

_É exatamente o que quero lhe perguntar. - Disse o primeiro príncipe.

_Estávamos o procurando feito loucos. - O segundo se aproximou - Ficamos preocupados quando o perdemos de vista no salão.

A tensão do meu corpo despencou enquanto sentia meu coração se acalmar. Foi a primeira vez que havia ficado aliviado por ter encontrado aqueles dois vampiros:

_Eu precisava tomar um pouco de ar fresco. - Sol respondeu.

_Céus! Pensamos que havia acontecido alguma coisa com você. - O segundo príncipe pronunciou aliviado - Não nos de um susto desses novamente!

_Espere, isso não é o mais importante agora. - Interrompi aquela conversa e me coloquei entre eles - Eu e Sol encontramos uma janela quebrada em um do corredores e havia sangue espalhado no local. Vocês provavelmente não invadiriam a própria casa só por diversão, então, se não estou enganado, o criminoso consegui entrar novamente na mansão.

_Estávamos atrás dele quando topamos com vocês. - Sol concluiu. 

_Se isto é verdade, então não podemos perder tempo! - Disse o primeiro. - Não vamos deixar que ele escape novamente!

_A casa é grande, então seria bom se pudêssemos nos dividir. - Apontei.

_Eu e Belt ficaremos responsáveis pela área Norte e Leste. - O segundo tomou a frente.

_Certo, então eu e Leo ficaremos com a Sul e a Oeste.

_Lembrem-se. - Disse o primeiro - Caso o encontrarem, vocês devem nos chamar.  O criminoso pode ser perigoso, então não tentem lutar sozinhos.

Assentimos em concordância e nos separamos como planejado. Eu me sentia mais confiante agora que só havia metade da mansão para procurarmos. Com os três vampiros mais fortes a sua procura, certamente o meliante não seria capaz de escapar com facilidade.

Procuramos cômodo por cômodo, porta por porta, mas não encontramos nenhum sinal de que o criminoso estava por ali. Era frustrante! Estávamos tão perto e mesmo assim tão longe de alcança-lo.

A adrenalina em meu corpo estava a mil. O criminoso poderia atacar a qualquer minuto e eu estava proto para lutar, pois precisava ganhar tempo até que os dois outros príncipes pudessem chegar até nós:

_Leo. - Sol parou de se mover - Ouço o som de batimentos cardíacos por perto.

_Certo. - Respirei bem fundo - Vamos nessa!

Sol nos conduziu com cuidado e silêncio até a sala de estar onde ficava o piano. Como era noite, foi difícil para mim enxergar a figura que estava parada na sombra. No entanto, conforme fomos nos aproximando, sem dizer uma palavra, fui reconhecendo a forma daquele corpo. Thomas então deu um passo a frente e ficou parado sobre a luz que vinha do lado de fora da janela:

_Você! - Sol pronunciou.

_Desculpem se vos assustei. - Aquela voz familiar percorreu meus ouvidos e chocou-se em meu coração. 

Eu estava tremendo. Sentia uma mistura de felicidade e raiva se espelhando pleas minha veias. Não podia acreditar que ele  havia voltado dessa maneira depois de todos esses dias sem dar noticias, mas estava aliviado por saber que meu amigo estava bem:

_Merda! Eu estava tão preocupado! - Soltei aquelas palavras que estavam presas em meu peito - Por onde você esteve todo este tempo?! 

_Eu precisava resolver algumas coisas. - Desviou o olhar.

_Hey. - Me aproximei dele - Há algo acontecendo com você? Você sabe que pode contar comigo para qualquer coisa, não é?

_Não chegue mais perto! - Gritou enquanto cerrava os pulso. 

Parei surpreso. Por que ele tremia tanto? Por que não me encarava nos olhos? Por que não permitia que eu o ajudasse? Senti meu mundo começar a se desencaixar:

_Eu sinto muito. - Falou com uma voz abafada.

_Eu realmente não sei mais como concertar as coisas entre nós. - Abaixei a cabeça - Eu realmente estou tentando melhorar! Então, o que posso fazer para ter você de volta?! - Supliquei sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.

_Leo... - Me encarou com lamentação - Você não fez nada de errado.

_Então, por que?! Por que ainda não sou o suficiente para você?!

_Você entendeu errado, Leo. Quem não é suficiente para você sou eu.

_Do que você está falando? - Perguntei confuso.

_Leo, desde o começo, eu nunca considerei você como um amigo.

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