LEO
Os dois príncipes mais velhos já estavam completamente conscientes no dia seguinte e, assim como o primeiro, o segundo se desculpou por ter me atacado naquela noite. Fisicamente, Rigel parecia mais saudável do que Betelgeuse, porém, seu olhar parecia uma pouco mais abatido. Acredito que o segundo tenha ficado muito abalado depois de recobrar sua consciência, pois até sua personalidade havia mudado. Agora ele estava mais quieto e menos energético, não sorria com frequência e vivia perdido nos próprios pensamentos.
Eu me sentia mal por vê-los daquela maneira, pois sabia que nenhum deles tinha culpa pela tragédia, apesar de se sentirem desse jeito. Eu esperava que tudo pudesse voltar ao normal o quanto antes, pois era desagradável coabitar em uma ambiente tão depressivo e tenso como aquele.
...
Já era de tarde. O sol iluminava a sala de estar com um tom alaranjado que refletia sobre as grandes janelas de vidro da sala. Me debrucei sobre o piano enquanto ouvia cada nota que Sol dedilhava com paixão. Era uma pequeno momento de paz em uma tempestade de tribulações que nos cercava, mas me sentia calmo e sereno enquanto observava a linda vista em minha frente, a qual tocava uma agradável música aos ouvidos:
_O que há de bom em me ver praticando? - Perguntou.
_Apenas observá-lo já me encanta. - Respondi.
_Apenas isso é o suficiente para você?
_Não quero atrapalhar vossa prática.
Sol parou de mover seus dedos e me encarou com aqueles grande olhos vermelhos:
_Sente-se aqui. - Pronunciou dando pequenas batidas no lugar ao seu lado.
Fiz como me ordenou e sentei-me ao lado dele no assento:
_Me beije. - Vindicou.
Novamente, fiz assim como me ordenado e prensei meus lábios sobre os seus. Um doce sabor penetrou em meu paladar e aguçou meus sentidos. Sol me deu permissão ao separar seus lábio e imediatamente introduzi minha língua naquele pequeno, porém, saboroso espaço. Nossa boca tacava uma melodia mais atraente do que a tocada anteriormente e nossas salivas se misturavam enquanto gozavam daquela música:
_O que farei com você? - Disse enterrando minha boca em seu pescoço. Movi minhas mãos por baixo de sua camisa e toquei a pele nua e macia dele. Sol vacilou e deixou um pequeno gemido escapar de seus lábios - Não conseguirei me conter se você continuar me provocando dessa maneira.
_Hah, você deixa tão óbvio o quão apaixonado está, que não fui capaz de ignorá-lo.
_Eu sou óbvio para você? - Perguntei o encarando.
_Tão transparente quanto a água.
_Haha! - Eu ri - Ainda assim, não estou nem perto de mostrar toda a minha paixão.
_E-espere! - Clamou.
No entanto, não dei tempo para que reagisse e o puxei para meu colo. Mordi seu peito com força por cima do tecido, o fazendo perder o equilíbrio e ter que se apoiar sobre as teclas do piano, que fizeram um som alto e desorganizado:
_Continue tocando para mim. - Requisitei.
_N-não! - Sol vacilou novamente com meu toque e sua mãos escorregaram mais uma vez pelas teclas do piano.
_Essa música é agradável aos ouvidos.
_L-Leo! - Suplicou.
_Sua majestade! - Alguém gritou enquanto se aproximava da sala. - Leo! - Noé apareceu pela entrada. - O-oh! Me desculpem! - Pediu rapidamente após perceber nosso estado.
_Não se desculpe. - Disse Sol enquanto se levantava - Estávamos a sua espera.
Me virei de frente para Noé me sentindo frustrado por ter sido interrompido pelo vampiro. Meu coração ainda estava acelerado, porém, minha excitação estava começando a baixar:
_Eu tenho novidades! - Falou.
O vampiro não havia chegado em uma boa hora, mas ainda sim trazia boas notícias, o que me deixou menos irritado:
_Encontrou algo sobre o suspeito? - Perguntei.
_Apenas algumas poucas informações.
_Bem, isso já é alguma coisa. - Sol nos animou.
_Seu nome é Raphael Conti. Ele trabalhava como pesquisador no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Vampírico, mas foi demitido depois de um acidente.
_Um acidente? - Perguntei.
_Não consegui mais nenhuma informação relacionada a isso e ninguém do PeD sabia dar detalhes sobre o incidente.
_Mai alguma coisa? - Sol indagou.
_Não. - Negou com a cabeça - Isso foi tudo o que consegui encontrar, já que seu registro não aparecia em nossos arquivos.
_Você tem alguma ideia do por quê desse registro ter desaparecido dessa maneira? - Perguntei.
_Estou investigando, mas ainda não encontrei nenhuma pista.
_Não se preocupe. - Disse Sol - Você já fez um excelente trabalho.
_Sol tem razão! - Pronunciei.
_E-eu continuarei fazendo o meu melhor! - Fez uma continência.
Chegava a ser engraçado ver a animação de Noé naquele momento. Acho que, para os vampiros, era uma honra servir aqueles que os regiam com tanta determinação:
_Agora que já temos algumas informações, podemos dar continuidade as nossas investigações. - Manifestou Sol.
_Nosso pequeno descanso acaba aqui. - Decretei.
Naquele momento, meu celular vibrou em meu bolso. O peguei e abri a nova mensagem que havia chegado, me surpreende ao ver qual contato havia me notificado:
_Thomas! - Expus espantado.
_Ele te contatou? O que diz? - Sol perguntou.
_"Vá até seu antigo apartamento".
_Apenas isso? - Indagou o príncipe.
_Sim. - Falei colocando o celular de volta no bolso.
_O que faremos? - Noé perguntou.
_Eu e Sol suspeitamo que Thomas pode estar envolvido com o criminoso, então precisamos checar o conteúdo da mensagem imediatamente. Enquanto isso, por favor, continue buscando informações sobre o acidente que aconteceu naquela época.
_Sim senhor! - Noé saiu assim que nos deu uma última saudação.
_Você está pronto para isso? - Sol perguntou preocupado.
_Não. - Respondi com sinceridade - Mas farei de tudo para descobri a verdade!
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Private Blood
FantasiEm um mundo onde humanos e vampiros podem coexistir em harmonia, o detetive policial Leo Fide deseja apenas ser capaz de viver sua vida com paz e tranquilidade, após ter passado por uma experiência traumática em sua infância. Contudo, sua comum exis...