Capítulo 47

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LEO

Os dois príncipes mais velhos já estavam completamente conscientes no dia seguinte e, assim como o primeiro, o segundo se desculpou por ter me atacado naquela noite. Fisicamente, Rigel parecia mais saudável do que Betelgeuse, porém, seu olhar parecia uma pouco mais abatido. Acredito que o segundo tenha ficado muito abalado depois de recobrar sua consciência, pois até sua personalidade havia mudado. Agora ele estava mais quieto e menos energético, não sorria com frequência e vivia perdido nos próprios pensamentos. 

Eu me sentia mal por vê-los daquela maneira, pois sabia que nenhum deles tinha culpa pela tragédia, apesar de se sentirem desse jeito. Eu esperava que tudo pudesse voltar ao normal o quanto antes, pois era desagradável coabitar em uma ambiente tão depressivo e tenso como aquele.

...

Já era de tarde. O sol iluminava a sala de estar com um tom alaranjado que refletia sobre as grandes janelas de vidro da sala.  Me debrucei sobre o piano enquanto ouvia cada nota que Sol dedilhava com paixão. Era uma pequeno momento de paz em uma tempestade de tribulações que nos cercava, mas me sentia calmo e sereno enquanto observava a linda vista em minha frente, a qual tocava uma agradável música aos ouvidos:

_O que há de bom em me ver praticando? - Perguntou.

_Apenas observá-lo já me encanta. - Respondi.

_Apenas isso é o suficiente para você?

_Não quero atrapalhar vossa prática.

Sol parou de mover seus dedos e me encarou com aqueles grande olhos vermelhos:

_Sente-se aqui. - Pronunciou dando pequenas batidas no lugar ao seu lado.

Fiz como me ordenou e sentei-me ao lado dele no assento:

_Me beije. - Vindicou.

Novamente, fiz assim como me ordenado e prensei meus lábios sobre os seus. Um doce sabor penetrou em meu paladar e aguçou meus sentidos. Sol me deu permissão ao separar seus lábio e imediatamente introduzi minha língua naquele pequeno, porém, saboroso espaço. Nossa boca tacava uma melodia mais atraente do que a tocada anteriormente e nossas salivas se misturavam enquanto gozavam daquela música:

_O que farei com você? - Disse enterrando minha boca em seu pescoço. Movi minhas mãos por baixo de sua camisa e toquei a pele nua e macia dele. Sol vacilou e deixou um pequeno gemido escapar de seus lábios - Não conseguirei me conter se você continuar me provocando dessa maneira.

_Hah, você deixa tão óbvio o quão apaixonado está, que não fui capaz de ignorá-lo.

_Eu sou óbvio para você? - Perguntei o encarando.

_Tão transparente quanto a água.

_Haha! - Eu ri - Ainda assim, não estou nem perto de mostrar toda a minha paixão.

_E-espere! - Clamou.

No entanto, não dei tempo para que reagisse e o puxei para meu colo. Mordi seu peito com força por cima do tecido, o fazendo perder o equilíbrio e ter que se apoiar sobre as teclas do piano, que fizeram um som alto e desorganizado:

_Continue tocando para mim. - Requisitei.

_N-não! - Sol vacilou novamente com meu toque e sua mãos escorregaram mais uma vez pelas teclas do piano.

_Essa música é agradável aos ouvidos.

_L-Leo! - Suplicou.

_Sua majestade! - Alguém gritou enquanto se aproximava da sala. - Leo! - Noé apareceu pela entrada. - O-oh! Me desculpem! - Pediu rapidamente após perceber nosso estado.

_Não se desculpe. - Disse Sol enquanto se levantava - Estávamos a sua espera.

Me virei de frente para Noé me sentindo frustrado por ter sido interrompido pelo vampiro. Meu coração ainda estava acelerado, porém, minha excitação estava começando a baixar:

_Eu tenho novidades! - Falou.

O vampiro não havia chegado em uma boa hora, mas ainda sim trazia boas notícias, o que me deixou menos irritado:

_Encontrou algo sobre o suspeito? - Perguntei.

_Apenas algumas poucas informações.

_Bem, isso já é alguma coisa. - Sol nos animou.

_Seu nome é Raphael Conti. Ele trabalhava como pesquisador no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Vampírico, mas foi demitido depois de um acidente.

_Um acidente? - Perguntei.

_Não consegui mais nenhuma informação relacionada a isso e ninguém do PeD sabia dar detalhes sobre o incidente.

_Mai alguma coisa?  - Sol indagou.

_Não. - Negou com a cabeça - Isso foi tudo o que consegui encontrar, já que seu registro não aparecia em nossos arquivos.

_Você tem alguma ideia do por quê desse registro ter desaparecido dessa maneira? - Perguntei.

_Estou investigando, mas ainda não encontrei nenhuma pista.

_Não se preocupe. - Disse Sol - Você já fez um excelente trabalho.

_Sol tem razão! - Pronunciei.

_E-eu continuarei fazendo o meu melhor! - Fez uma continência.

Chegava a ser engraçado ver a animação de Noé naquele momento. Acho que, para os vampiros, era uma honra servir aqueles que os regiam com tanta determinação:

_Agora que já temos algumas informações, podemos dar continuidade as nossas investigações. - Manifestou Sol.

_Nosso pequeno descanso acaba aqui. - Decretei.

Naquele momento, meu celular vibrou em meu bolso. O peguei e abri a nova mensagem que havia chegado, me surpreende ao ver qual contato havia me notificado:

_Thomas! - Expus espantado.

_Ele te contatou? O que diz? - Sol perguntou.

_"Vá até seu antigo apartamento".

_Apenas isso? - Indagou o príncipe.

_Sim. - Falei colocando o celular de volta no bolso.

_O que faremos? - Noé perguntou.

_Eu e Sol suspeitamo que Thomas pode estar envolvido com o criminoso, então precisamos checar o conteúdo da mensagem imediatamente. Enquanto isso, por favor, continue buscando informações sobre o acidente que aconteceu naquela época.

_Sim senhor! - Noé saiu assim que nos deu uma última saudação.

_Você está pronto para isso? - Sol perguntou preocupado.

_Não. - Respondi com sinceridade - Mas farei de tudo para descobri a verdade!

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