LEO
Como diabos ele havia o reconhecido!? O disfarce não era dos melhores, mas certamente não era para ninguém reconhecer a imagem do terceiro príncipe, pois seu rosto não era mostrado para o público por eras.
Me coloquei em guarda. Não sabia quais eram as verdadeira intenções do rapaz, mas em qualquer possível situação, eu precisava proteger Sol. Sua força ainda não estava totalmente recuperada, por isso minha preocupação era grande caso o vampiro recruta resolvesse atacar:
_Não precisa de tanta formalidade, jovem criança. - Sol pronunciou enquanto fazia um sinal com a mão para eu relaxar.
_Como você o reconheceu? - Perguntei apressado, ignorando completamente o sinal de Sol.
Noé me fitou confuso:
_Todos na Unidade Vampírica possuem o dever de reconhecer os três príncipes, pois protege-los é uma de nossas tarefas.
_Leo, acalme-se. - Sol pediu.
Caminhei para um canto da sala enquanto respirava fundo. Aquilo ainda me parecia suspeito e essa insegurança não saia da minha cabeça. - Eu tentava dizer a mim mesmo que tudo ia ficar bem, mas a preocupação ainda me assombrava.
Me escorei em uma mesa, cruzei os braços e aguardei por alguma declaração:
_Jovem vampiro, há algo que precisamos conversar. - Disse Sol.
_Claro, vossa majestade. - Respondeu ainda de joelhos.
_Ninguém deste local conhece minha verdadeira identidade, pois desejo mante-la em confidencia. Portanto, peço-lhe que mantenha esse segredo seguro.
_Se é o desejo de vossa majestade, não há duvidas de que o farei.
_Eu agradeço por sua compreensão.
_Mas, vossa majestade, posso lhe perguntar algo? - Noé se levantou.
_Claro, vá em frente.
_Por que estas a trabalhar neste lugar e com este humano? - Ótimo, outro vampiro que não iria decorar meu nome!
_Faz parte da minha missão secreta pessoal, infelizmente não posso lhe passar mais informações. - Sol mentiu sem nem piscar.
_A-ah, entendi. Perdoe-me se fui grosseiro de algum modo.
_Se estamos todos entendidos, vamos apenas fingir que essa conversa nunca aconteceu. - Caminhei até ficar ao lado de Sol - Precisamos voltar o foco em nosso trabalho.
_Tem razão. - Disse o policial Beaumont - Peço desculpas pelo meu comportamento.
No mesmo instante, a porta da sala se abriu com um estalo e, de trás dela, Thomas surgiu em seu uniforme. - O observei com o coração batendo rápido sobre o peito. Era a primeira vez que o via após a nossa discussão e não sabia o que dizer primeiro. Thomas tinha um semblante tranquilo e, mesmo após nossos olhos se encontrarem, sua expressão não se alterou:
_Então você está aqui, detetive Fide. - Falou.
_Sim. - Respondi arrumando minha postura - Você estava me procurando?
_Sim, a vítima da tentativa de assassinato de ontem acabou de acordar do coma, você precisa ir até lá para investiga-lo.
_Vítima?! - Perguntei surpreso - Então houve uma tentativa de assassinato novamente?
_Irei explicar os detalhes no caminho, por enquanto vamos nos apressar para chegar ao hospital.
Dito isso, eu e os dois vampiros nos juntamos a Thomas e fomos direto para o hospital. No caminho, Thomas nos relatou o que havia acontecido no dia anterior. - Aparentemente, após uma denuncia anônima, os policias de plantão encontraram o corpo do jovem rapaz inconsciente na margem do rio Bloody River, segundo o laudo médico, a vítima teria sofrido de traumatismo depois de ser atingido por algo na cabeça. Além disso, foi encontrado duas marcas de furo no pescoço do rapaz, tal como os das duas vítimas anteriores.
Ao que tudo indicava, este rapaz seria outra vítima do assassino que matou aquelas duas pessoas nos dias anteriores. Percebi que, apesar das marcas de mordidas serem iguais, o criminoso usava meios diferentes para matar suas vítimas. Isso não era comum, talvez o assassino pretendesse mascarar seus crimes ou nos enganar para pensarmos que pudesse haver diferentes criminosos - Bem, eu também não podia descartar esta hipótese. - No entanto, por destino, desta vez fomos capaz de encontrar a vítima antes que o pior acontecesse. Essa era a nossa grande chance de finalmente descobrir uma pista que nos levasse até o assassino.
Assim que chegamos ao hospital, nos identificamos na recepção e fomos instruídos a seguir até o quarto 207 do segundo andar. Desse modo, seguimos a informação a nós concedida e chegamos até a porta do quarto, que estava sendo guardada por um dos nosso policiais. Nós o cumprimentamos e, então, entramos na sala.
O rapaz, que estava deitado na cama, ligado por vários fios, apenas moveu seus olhos para nos encarar. Porém, assim que seus olhos se encontraram com os de Noé, o jovem ficou aterrorizado:
_P-POR FAVOR! N-NÃO ME MATE! POR FAVOR! - Ele gritava enquanto se debatia na cama.
Rapidamente, eu e Thomas corremos para conte-lo antes que as enfermeiras ouvissem os gritos e viessem até o quarto. - Nós precisávamos urgentemente das informações que o garoto possuía e não podíamos nos dar o luxo de esperar por mais tempo. A vida de pessoas estariam em risco se continuássemos a prolongar esse caso:
_Noé, parece que ele está com medo de você. - Pronunciei enquanto tentava controlar o rapaz. - Acho melhor você sair por enquanto, para podermos acalmar e interrogá-lo.
Noé assentiu com a cabeça, parecendo um pouco chateado, e saiu da sala em silêncio:
_Por favor... - o rapaz implorou em prantos.
_Está tudo bem. - Thomas declarou com uma voz gentil - Ele já foi embora.
Encarei Thomas, admirado com a sua gentileza. - Fazia quanto tempo que não o via sendo tão amável? Em geral, eu era capaz de presenciar cada parte da sua personalidade carinhosa, no entanto, durantes esses dias, eu apenas era tratado de forma fria e indiferente. Era horrível. Eu me sentia miserável por estar sendo tratado daquela maneira pelo meu melhor amigo, mas eu não conseguia pensar em nada que pudesse fazer para que tudo voltasse a ser como era antes. Eu sentia falta do antigo Thomas.
_Você pode nos contar o que aconteceu? - Perguntei logo que o rapaz se acalmou.
_Eu... não me lembro muito bem. - Disse - Eu estava voltando da universidade quando tudo aconteceu. Não fui capaz de ver nada, apenas um vulto passando em minha frente e, logo então, senti uma pancada forte em minha cabeça e desmaie em seguida.
_Você por a caso se lembra de alguém que possa ter feito isso com você? Alguém com que você tenha se desentendido?
Ele negou com a cabeça:
_Não conheço muitas pessoas, tudo que faço é trabalhar em meio período em uma lanhouse e ir para a faculdade em seguida.
_Certo, você se lembra de ter sido vítima de um vampiro antes do acidente?
_Não. - Ele moveu sua mão até o pescoço e desviou o olhar. Era fato que havia algo que ele não estava nos contando.
_Rapaz. - Sol se aproximou da cama onde o garoto estava. Encarei o vampiro surpreso, sem saber o que estava planejando fazer. - Há algo que você está escondendo.
O jovem mordeu o lábio com força. Não precisava de poderes sobrenaturais para perceber que havia algo de errado com aquele garoto:
_Se você não no contar agora, muitas pessoas irão sofrer o mesmo que você, ou até algo pior. - Pronunciou - Você poderá carregar a culpa de ser aquela que sentenciará a morte dessas pessoas?
O garoto arregalou os olhos e fitou Sol. Eu já estava prestes a arrastar o vampiro para fora da sala quando o menino resolveu falar:
_B-Bloody Mary! - Nós três o encaramos surpresos - E-eu fui ao Bloddy Mary!
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Private Blood
FantasyEm um mundo onde humanos e vampiros podem coexistir em harmonia, o detetive policial Leo Fide deseja apenas ser capaz de viver sua vida com paz e tranquilidade, após ter passado por uma experiência traumática em sua infância. Contudo, sua comum exis...