Capítulo 51

36 7 0
                                    

LEO

Sol se levantou com dificuldades e encarou Raphael com uma expressão sombria. O príncipe segurava o braço esquerdo com força, o qual havia recebido o golpe. Ele parecia estar sentindo dor, mas, ainda assim, avançou em direção de Raphael com o punho fechado, que tentou defender. No entanto, a força do outro vampiro era tão grande que o fez voa para traz:

_Haha! - A rizada histérica do homem ecoou pelo galpão quase vazio. Um arrepio passou pelo meu corpo ao ouvir aquela voz horripilante, que mais parecia estar se divertindo com toda aquela situação. - É disso que estou falando! - Limpou o sangue que escorria pelo nariz - Não teria graça se fosse tão fácil!

Sol cerrou os dentes com raiva:

_Venha para cima, seu desgraçado! - Gritou.

Raphael voou para cima de Sol enquanto sorria. O príncipe conseguiu o agarrar e jogá-lo no chão, mas o vampiro foi capaz de contornar a situação e, se equilibrando com as mãos no chão, girou seu corpo e acertou um chute no rosto de Sol, que disparou girando pelo ar e atingindo o chão:

_Sol! - Gritei seu nome.

Ele tentou se levantar, mas seus membros não aguentaram e cederam, o fazendo despencar mais um vez. Seu corpo tremia e parecia estar sentindo dor. Me levantei para correr até ele, mas Raphael foi mais rápido e o alcançou primeiro, o arremessando na parede com um chute no estômago. 

O lugar em que o corpo de Sol bateu foi destruído e o vampiro despencou no chão, cuspindo sangue:

_Para onde foi toda aquela confiança de antes? - Raphael se aproximou do vampiro caído no chão. - Estou tão decepcionado. - Ele agarrou Sol pelo pescoço e o ergueu do chão - Você é apenas mais um lixo.

_V-vai... se... foder - Cuspiu em meio a falta de ar.

Com um movimento rápido de mão, Sol enfiou as unhas no rosto de Raphael, que cambaleou pra trás arquejando de dor. O príncipe caiu de joelhos no chão, recuperando suas forças.

Sol se levantou com dificuldades. Limpando o canto da sua boca, encarou Raphael com ódio:

_Desgraçado! - Ele bravejou ao revelar a cicatriz deixada por Sol em seu rosto - Eu não vou tolerar mais dessas suas brincadeiras!

Os dois avançaram em direção ao outro e começaram a trocar golpes rápidos. Era difícil de enxerga-los claramente, pois meus olhos humanos não conseguiam acompanhar aquela velocidade monstruosa daqueles vampiros:

_L-Leo... - Thomas murmurou

_Guarde suas forças. - Falei - Nós vamos te tirar daqui.

_É tudo minha culpa. - Se remexeu no chão.

_Não diga isso! - O repreendi.

Algo passou voando por nós, criando uma enorme pressão devido a sua rapidez - Fiquei aterrorizado e encarei Raphael com os olhos arregalados. Eles estava coberto de sangue, porém, ainda de pé em nossa frente:

_Sol! - Gritei pelo nome do vampiro mais uma vez.

Seu corpo, estirado no chão, não se movia. Não dava para saber se ainda estava consciente, mas tinha certeza que corria grande perigo:

_Essa luta já se prolongou por muito tempo. - Raphael pronunciou - Vamos acabar com isso de uma vez.

Ele começou cambalear, andando em direção ao corpo de Sol. A pressão em sua volta era pesada e seu olhar transbordava ódio. Ele estava irritado e tinha uma aura assassina intensa ao seu redor.

Eu precisava fazer alguma coisa! Mesmo incapaz, não podia deixa-lo chegar mais perto de Sol!

Fiz a úncia coisa que consegui pensar naquele momento e disparei uma bala nas costas de Raphael.

Ele parou de andar e, da feriada da bala, começou a sair sangue. Raphael se virou para mim e disparei mais uma vez, acertando seu peito esquerdo:

_Não se aproxime dele! - Gritei

_O que você esperava fazer com isso? - Perguntou enquanto o ferimento começava a se curar. Merda! Eu imaginei que isso aconteceria, já que eram apenas balas normais, mas eu esperava ganhar um pouco mais de tempo. - Humano tolo! Nenhum ato heroico vai conseguir salvá-los agora.

Em um piscar de olhos, Raphael se aproximou de mim e arrancou a arma da minha mão, a jogando para longe. Tentei me afastar dele, mas ele me impediu segurando em meu braço e me erguendo do chão:

_Me solta! - O chutei com força, o que só foi o suficiente para empurrá-lo um pouco.

_Inútil. - Com um rápido movimento, ele quebro o braço pelo qual me segurava.

_Aaaargh! - Gritei de dor.

_Você será minha primeira refeição após a morte dos príncipes.

Ele me soltou e, assim com um saco pesado e fracassado, desabei no chão. Me contorcendo de dor, fui capaz de ver o corpo tremulo de Sol estirado no chão. 

Não! NÃO! Por favor, não Sol! Não ele! 

Merda! Se eu ao menos tivesse mais um pouco de forças...

_DROGA! - Berrei.

De repente, o som de várias sirenes começaram a surgir, ficando cada vez mais altas. As portas do barracão voaram por nós e as luzes dos postes do caís invadiram o lugar. Duas silhuetas apareceram e avançaram barracão a dentro. Minha visão estava turva devido a dor e eu lutava para me manter acordado enquanto aquelas pessoas se aproximavam:

_Não! - Raphael gritou de repente - Não era pra vocês estarem aqui agora! Não foi isso que planejei!

_Calado! - Aquela voz familiar ecoou pelo lugar - Um rato imundo como você não deveria dirigir a palavra a nós.

Os dois param a poucos metros de nós:

_Eu disse para não tentarem fazer nada estúpido. - O primeiro príncipe me deu uma bronca. 

_Deixe o sermão para depois. - O segundo interrompeu - Isso já é castigo o suficiente para ele.

Enquanto isso, as sirenes continuavam a soar lá fora e as luzes vermelhas e azuis começaram a iluminar o ambiente. Gritos e sons de luta ressoavam pelo lado de fora, como se várias pessoas estivessem em batalha naquele exato momento:

_Como conseguiram chegar até aqui? - Raphael deu um passo para trás enquanto encarava os príncipes com pavor.

_Acha mesmo que vampiros drogados poderiam nos impedir? - O mais velho cuspiu.

_Nosso pessoal foi treinado para lidar com situações desse tipo. - Explicou o outro.

_Impossível! Minhas drogas deveriam dar mais forças aos meus companheiros.

_Eles não tinha chances desde o começo. - Disse o segundo - 

_Suas drogas não é nada perto dos vampiros que nós mesmos transformamos!

_Tsc. - Raphael tentou fugir, mas o primeiro príncipe foi mais rápido e, com apenas uma mão, o jogou para o outro lado do salão.

_Leo. - O segundo, já com Sol nos braços, se aproximou de mim. - Fique com ele até que nós terminemos aqui.

Ele colocou gentilmente o irmão ao meu lado e se levantou:

_Obrigado! - Agradeci.

_Vamos terminar com isso!

Private BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora