Capítulo 29

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LEO

O médico apareceu bem cedo naquela manhã e imediatamente dirigiu-se para o quarto em que Thomas estava descansando. Imaginei que o rapaz não ficaria feliz em me ver e, por isso, me mantive afastado, ainda que desejasse tanto estar ao seu lado.

Assim, eu aguardava ansiosamente ao lado de sua porta, já que desejava saber o mais rápido possível cada detalhe do seu diagnóstico. - Eu estava tão preocupado, que cheguei a pedir para que Sol escutasse atrás da porta com sua super audição de vampiro e me contasse tudo o que acontecia, mas o vampiro apenas me fitou com desprezo e disse:

_Você acha que sou um tipo de objeto portátil que pode usar como bem entender? Eu tenho coisas mais importantes a fazer do que brincar de stalker com você.

Desgraçado louco! Me desprezando dessa maneira quando horas atrás estava implorando pelo meu nome. Que absurdo! Eu com certeza iria me lembrar disso.

Por fim, tive que esperar até o médico sair para ouvir seu diagnóstico. Ele disse que os ferimentos foram bem tratados e não havia mais nada com o que tivéssemos que nos preocuparmos, também instruiu para que Thomas ficasse alguns dias em repouso antes de voltar a trabalhar e pediu para contatá-lo caso algo viesse a acontecer.

Fiquei aliviado em saber que Thomas estava bem e que iria melhorar logo. Nós ainda precisávamos conversar sobre tudo o que havia acontecido, mas pensei que seria melhor para ele se não me visse por ora. Eu não queria perturbá-lo com esse problema agora, uma vez que o mesmo precisava descansar.

Como Noé ainda estava enfraquecido devido a tudo o que aconteceu, achamos melhor que ele não fizesse muito esforço por hoje e lhe prometemos que traríamos um pouco de sangue para que pudesse recuperar suas energias. Desse modo, apenas eu e Sol fomos trabalhar naquela manhã.

Já no departamento de policia, fui obrigado a relatar a ausência de Thomas e Noé para a delegada Rodgers e, consequentemente, o que ocorreu na noite anterior. Louisa nos deu uma grande bronca e pediu que, a partir de agora, a avisássemos antes de pensarmos em fazer qualquer coisa. Dessa forma, retornamos para o nosso lugar em silêncio.

Prontamente dispostos em nossos devidos lugares, pedi para que Sol pensasse em algum jeito de encontrarmos o assassino, enquanto eu executava os documentos que haviam acumulado. Não consegui prestar muita atenção no vampiro naquela manhã e só conseguimos ter uma conversa decente na hora do almoço:

_Eu queria que pudêssemos ter mais ajuda. - Disse enquanto dava uma mordida em seu sanduíche.

Os vampiros não precisavam necessariamente se alimentarem com comida humana, mas Sol sempre fazia questão de me acompanhar em minhas refeições. O vampiro não tinha contato com mais ninguém do departamento, então ninguém o questionava sobre seus hábitos estranhos, por esse motivo, eu imaginava que ele apenas desejava fazer sentir-me confortável durante esses curtos momentos:

_Nosso bairro é pequeno e calmo, por isso não temos tantas pessoas em nosso departamento. - Expliquei - Além disso, o alto escalão só tomará a ocorrência caso ela se prolongue por muito tempo. Não podemos esperar por eles, precisamos fazer algo antes que mais mortes aconteçam.

_Eu não tinha noção de que a nossa segurança pública estava falha dessa maneira. Certamente terei uma reunião com meus irmão para discutirmos esse assunto.

_Ah, verdade! As vezes eu me esqueço que você é um dos três grandes governantes da capital.

_Mais importante que isso, eu sou SEU namorado. Talvez eu até possa lhe conseguir um alto cargo em nossa polícia.

Quase engasguei com a comida na boca:

_Isso se chama nepotismo e é crime! - O lembrei - Além disso, eu não ficaria contente a menos que eu atinja meus objetivos com meu próprio esforço.

_Isso é certamente a sua cara.

Eu não consegui entender o que ele queria dizer com aquilo, porém, assim que abri a boca para discutir, meu celular vibrou no bolso. O peguei e fitei o número desconhecido na tela, aquilo parecia estranho, não conheço ninguém que poderia estar me ligando a uma hora dessa:

_Alô. - Atendi apreensivo.

_Detetive Fide! - Aquela voz era familiar - É bom ouvir sua voz novamente.

_Vance?

Sol me encarou com as sobrancelhas franzidas e eu o fitei de volta com a mesma expressão:

_Fico feliz que tenha reconhecido a minha voz. - Falou.

_Como você conseguiu meu número?

_Isso não é importante agora.

_Por que me ligou?

_Não me entenda mal, eu só quero conversar com você pessoalmente.

_E por que eu faria isso?

_Apenas tenho algumas infirmações do seu interesse. A principio, pensei em nem te dizer nada, mas não quero ficar com uma imagem de cara mau.

_Do que você está falando?

_Como imaginei, você é bem desconfiado. Em fim, por enquanto apenas irei lhe dizer que é algo sobre aquilo que vocês procuravam me meu hotel. Se você se estiver interessado, estarei o esperando em minha sala.

Tuuu... A linha ficou muda. Desliguei o celular e o coloquei de volta em meu bolso:

_O que faremos? - Perguntei ao vampiro.

_Não é óbvio? Vamos até aquele bastardo e arrancaremos tudo o que ele sabe!

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