Capítulo 34

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THOMAS

A chuva estava forte naquela noite em que fugi da mansã. Não havia ninguém além de mim caminhando nas calçadas molhadas naquela hora. Pouco me importava o estado deplorável em que me encontrava agora, pois tudo no que consegui pensar era em Leo. - Como ele pôde me enganar daquela maneira. Eu fui seu melhor amigo durantes anos e, mesmo assim, ele não pode confiar em mim para contar um segredo. O que eu estava fazendo de errado? Por que eu era o único a ficar na escuridão do abismo?

Aquelas perguntas continuavam a se multiplicar em minha cabeça e me faziam sentir cada vez mais miserável. Estava tão conturbado que só percebi que havia alguém em minha frente quando esbarrei nessa pessoa:

_Me desculpe. - Falei sem levantar a cabeça.

Estava pronto para continuar a caminhar quando, de repente, meu braço foi agarrado com força. Observei o homem que me segurava apertadamente e o outro individuo parado ao seu lado:

_Thomas Santiago? - Aquele que me segurava perguntou.

_Como sabe o meu nome? - Perguntei desconfiado.

_Temos ordem de levá-lo conosco. - Disse sem responder minha pergunta.

_Eu não irei a lugar algum! - Retruquei.

_Imaginamos que iria dizer isso.

_Felizmente, nossa ordem não dizia em que estado levá-lo.

Tudo aconteceu muito rápido depois daquilo. Eu tentei me defender de seus golpes, mas não pude vencer aqueles dois caras e acabei sendo arrastado por eles.

Me atirando no chão como lixo, minhas mãos foram finalmente libertadas da incomoda corda. Eles tinha me conduzido de carro por um longo caminho e me arrastado pelo chão até o interior de algum lugar. 

O homem parado a minha frente me observou com cuidado quando minha venda foi, por fim, retirada. O homem era mais alto do que os dois que haviam me levado até aquele lugar, tinha cabelos castanhos e ondulados, usava um óculos quadrado, que ressaltava ainda mais seus olhos vermelhos, e vestia um jaleco branco sobre a roupa casual:

_Desculpe-me tê-lo que trazer a força dessa maneira, mas imaginei que recusaria a qualquer pedido meu. - Disse.

_Quem é você? - Guspi com raiva.

_Que rude da minha parte não apresentar-me, me chamo Raphael Conti, é um prazer finalmente conhecê-lo, Thomas Santiago.

_Como sabe o meu nome? O que quer de mim?!

_Calma, calma. Eu irei te contar tudo, mas primeiro, deixe-me dizer o por quê de tê-lo trazido até aqui. - Ele puxou uma cadeira e se sentou com os braços apoiados em seu encosto. - Como pode perceber, eu sou um vampiro e estive vivendo por muitas eras nesse mundo. Com toda a minha experiencia, desenvolvi um grande amor pela ciência e acabei por me tornar um pesquisador.

_O que isso tem haver comigo?

_A alguns anos atras, acabei por acidentalmente descobrir uma substância capaz de mexer com os sentidos dos vampiros. Eu a chamo de Blue Moon.

Uma substância capaz de mexer com os sentidos dos vampiros? Não me diga... Esse cara está produzindo uma droga para os vampiros?!

_Ela afeta a mente de qualquer vampiro que a ingerir. - Continuou. - Então, é aí que você entra, meu caro humano.

_Como isso pode se ligar a mim?

_Recentemente, soube que seu amigo tem um novo namorado, estou certo? - Mordi meu lábio. Como ele possuía tais informações? - Agora que ele tem uma nova pessoa em sua vida, aposto que você tem se sentido abandonado. Tsc, tsc. - Ele estalou a linguá - Não é legal ser esquecido pelo seu melhor amigo dessa maneira, não é?

_A onde você quer chegar com isso?

_Eu tenho uma proposta a lhe fazer, humano. 

_E por que eu lhe daria ouvido?

_Você não deseja ter seu amigo de volta? - Vacilei por um momento. O que ele estava querendo dizer com aquilo? - E se eu lhe disser que tenho um meio para que você consiga isso?

_Como?! - Perguntei com pressa. Se o que aquele vampiro estivesse dizendo fosse verdade, então eu poderia mudar tudo aquilo! Eu finalmente poderia ter a nossa vida de volta!

_Eu sabia que lhe interessaria. - Ele se levantou - Eu direi exatamente o que você terá que fazer para que isso aconteça, porém, há algo que você precisa fazer por mim em troca.

Engoli seco:

_E o que seria? - Perguntei.

Raphael se aproximou de mim e se agachou em minha frente. Segurando com força em meu queixo, ele levantou minha cabeça e me obrigou a olhá-lo nos olhos:

_Eu quero seu sangue.

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