Prólogo

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A muito tempo atrás, a raça humana se viu sendo destruída por uma espécie ainda mais superiora, os vampiros. Eles eram mais fortes, mais rápidos e mais inteligentes, e para os humanos, não haviam esperanças de escapar do massacre de sua espécie. Contudo, dentro das gerações dos vampiros, haviam três que eram superiores a todos os outro, eles foram os primeiros a receberem a benção do denominado Primeiro Vampiro e foram eles que conceberam as demais gerações, eles eram conhecidos como os príncipes de sua espécie, e quando eles perceberam que a exterminação da raça humana estava se aproximando e, com isso, seu próprio alimento para sobrevivência se extinguindo, eles submeteram aos demais vampiros a darem trégua a toda aquela carnificina.  Com isso, aqueles que se opuseram foram eliminados e, com novas restrições para as duas raças, foi criado a primeira capital onde os vampiros e humanos coexistiam em harmonia. Esta capital ficou conhecida como Noctis.

Séculos se passaram após a declaração de paz e eu, Leo Fide, moro em um pequeno apartamento nos subúrbios dessa capital. 

Ouso dizer que a vida da maioria dos humanos e vampiros encontram-se tranquilas em relação a coexistência das espécies. As leis impostas pelo governo funcionam devidamente para manter a ordem por toda a capital.  A pessoas levam uma vida perfeitamente calma e sem qualquer contratempo, mas nem todos seguem as leis como deveriam.

Infelizmente, eu fui um daqueles poucos que presenciaram o terror daqueles que não prezam pela paz. O temor que eu presenciei quando criança deixou sequelas em mim e por muito tempo me reprimi de todo e qualquer contato com a sociedade. 

Porém, havia algo a mais dentro de mim. Algo que me dizia que eu precisava ter coragem para enfrentar aquilo que muitos não enxergavam.

Com a ajuda dos meus pais e do meu melhor amigo Thomas, eu superei aquilo que me atormentava e, depois de muito esforço e dedicação, fui capaz de alcançar meu objetivo e me tornar um detetive policial nas forças de segurança de Noctis. Eu estava disposto a trazer justiça para aquelas pessoas que se encontravam em situações semelhantes a que eu havia passado.

Não havia espera de nada em retorno, apenas a sensação de ser capaz de salvar a vida daqueles que não conseguiam lutar sozinhos. 

No entanto, eu tinha que admitir que havia algo a mais que me atormentava no momento. Meu aniversário de 21 anos estava se aproximando e com isso a obrigatoriedade de doar sangue também estava chegando. Para explicar qualquer confusão, em nossa capital, onde vampiros e humanos coexistem em perfeita harmonia, uma das principais leis determinadas era de que, aos 21 anos completos, o humano deverá começar a doar 450ml de sangue a cada mês. Claro, isso seria uma sentença de morte para os humanos de antigamente, mas para que todos pudessem sobreviver igualmente, foi elaborada uma droga que acelerava a produção de sangue no corpo e restituía os nutrientes necessários.

Minha inquietação não vinha de agulhas ou sangue, mas o fato de que meu sangue seria vendido em bancos de sangue como alimento para um ser vivo me atormentava. Era estranho andar ao lado de alguém que carregava um sacola de sangue enquanto eu carregava um saco com pães e frutas. Acho que eu nunca irei me acostumar com o fato de que vampiros precisam do nosso sangue para sobreviverem. 

Apesar de tudo, continuo seguindo minha vida, trabalhando em um emprego em que mal consigo sobreviver a um mês com o salário, coexistindo com a espécie vampírica e tentando ficar o mais longe possível de qualquer relação politica envolvendo os vampiros e as pessoas do alto escalão.

Pelo menos, era isso o que eu planejava.

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