Capítulo 41

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LEO

Senti meu coração disparar novamente em meu peito. Com o pequeno e abafado espaço que era o banheiro, eu comecei a sentir o ar faltar dos meus pulmões, junto a um intenso calor que percorria todo meu corpo:

_Está tudo bem? - Sol perguntou de trás da porta.

Eu não desejava que o vampiro me visse naquele estado deplorável, mas sua voz soava preocupada e ansiosa, então não fui capaz de afastá-lo:

_Estou bem. - Respondi - Só um pouco surpreso.

_Desculpe, eu deveria ter pedido sua opinião antes de fazer aquele discurso. Sinto muito se isso lhe machucou de alguma forma.

_De modo algum você me feriu! Eu realmente adorei seu discurso, talvez por isso tenha ficado tão eufórico.

Fez-se silêncio. Não sabia o que Sol estava pensando naquele momento e só era capaz de observar sua sombra através da fresta da porta. O silêncio durou por alguns minutos antes que Sol retornasse a falar:

_Eu desejo ver-lhe... - Eu também desejava vê-lo, mas não sabia se iria conseguir me segurar em sua presença, então exitei em responde-lo naquele momento - Irei entrar agora. - Avisou.

A porta se abriu chiando de vagar. Entre a luz do corredor que invadiu o banheiro pela abertura da porta, a imagem brilhante de Sol surgiu, junto ao seu doce aroma de baunilha. A sua fragrância percorreu todo o ambiente e deixou minhas narinas felizes por sentir aquele cheiro familiar. 

O vampiro fechou a porta atrás de si e se sentou ao meu lado sem fazer barulho algum. Com as costas encostada na parede fria de cerâmica, ele inclinou sua cabeça e a repousou em meu ombro:

_Vamos ficar assim por algum tempo, sim? - Pronunciou.

_E o seu baile?

_Eu realmente não gosto de ter contato social, então deixe-me descansar um pouco.

_As pessoas irão começar a sentir sua falta.

_Mas o que devo fazer se quem me faz falta é você? 

Senti meu rosto esquentar e minhas bochechas corarem de vergonha. Quantas vezes ele pretendia fazer meu coração disparar naquela noite?

_Ah, merda! - Mordi meu lábio tentando acalmar meu corpo que estremecia preenchido por aquele entusiasmo.

_Como pode ser seduzido com tão poucas palavras?

_Não é minha culpa se ainda sou jovem e saudável! - Repliquei.

_Que sorte a minha. - Sorriu.

Sua aparência era bela e estonteante, a curva que seus lábios faziam a sorrir era enlouquecedors de tão atraente e sua pele, fina como uma camada de gelo sobre um lago, sempre tão pálida e macia, fazia com que eu desejasse marca-la por toda a parte. 

Sentindo a ansiedade percorrendo minha veias, me inclinei sobre seu rosto e segurei gentilmente em seu queixo. Sol abriu seus olhos e me encarou com aquelas lindas íris vermelhas. Ele piscou algumas vezes e um dos cílios loiros caiu sobre sua pele, o qual removi delicadamente com o polegar:

_Eu irei lhe beijar agora, vossa majestade. - Alertei.

O vampiro concordou com a cabeça e fechou os olhos enquanto eu aproximava meu rosto do seu. Nossos lábios se encontraram e suavemente se acomodaram um no outo. Seu gosto era o mesmo de sempre, como um lindo dia de verão, que me fascinava a cada contato. Sol se segurou em mim enquanto eu abria espaço entre seus lábios. Minha língua invadiu aquela pequena caverna cheia de sabor e a percorreu com ambição até encontrar sua semelhante. Nossas línguas se entrelaçaram, como se estivassem dançando uma linda valsa. Elas se encaixavam bem e pareciam ter sido criadas uma para outra - Assim eu acreditava.

Me afastei sem folego enquanto Sol me encarava cheio de luxúria. Eu odiava ser aquele que se cansava primeiro, mas não era capaz de competir com um vampiro de energia infinita. Sol agarrou o tecido do meu terno com mais força e se arremessou sobre mim:

_M-mais! - Pediu.

Agarrei seu esguio corpo e o coloquei sobre meu colo, atendendo vosso pedido. Sol deslocou suas mãos pelos meus braços e retirou o paletó preto, o jogando no chão. Enterrei minha boca em seu pescoço e lhe suguei com paixão, o mordendo e beijando em vários lugares. Sol gemia baixinho enquanto seu corpo se movia sem controle. 

Eu não tinha a intenção de fazer nada naquele lugar apertado e tão pouco atrapalhar Sol com sua cerimônia, então tentei reprimir meus desejos enquanto obrigava minha mente a racionalizar com razão:

_E-espera, Sol. - Me afastei.

_Não vá! - Ele se jogou sobre meu peito e me abraçou com força.

_Como pegaremos o criminoso se passarmos a noite toda escondidos?

_Eu não quero voltar para aquele lugar cheio de pessoas. - Choramingou.

_Eu sei, eu sei. - Afaguei sua cabeça. - Isso o incomoda muito? - Ele afirmou - Certo, então ficarei com você até que se sinta confortável. Não se preocupe com o plano, pois seu bem-estar sempre virá em primeiro lugar.

Ele ficou em silêncio por alguns minutos, apenas agarrado a mim sobre meu colo. Seu coração já não podia mais bater, mas eu era capaz de sentir o quão temeroso estava. O vampiro podia parecer forte para os outros, como uma figura de alguém que pode superar todas as dificuldades, mas para mim, ele era apenas alguém inocente e meticuloso, que tinha medo do mundo lá fora:

_Não. - Disse enquanto se afastava do abraço - Tudo bem, eu irei fazer isso. Um monarca não deve temer seus subordinados.

_Certo, meu pequeno príncipe corajoso. - Baguncei seu cabelo com um sorriso.

Naquele instante, um barulho de algo se quebrando soou pelo comodo e nos chamou a atenção. Nos levantamos rapidamente e corremos para fora. Olhando de um lado para o outro no corredor, não havia nada que diferisse de momentos antes:

_O que foi isso? - Perguntei.

_Não há nada de estranho aqui, mas eu definitivamente ouvi algo.

_Você sabe de qual direção o barulho veio?

_Por aqui. - Apontou para a esquerda.

Corremos juntos pelo caminho indicado por Sol e nos deparamos no final do corredor com uma janela quebrada:

_Merda! - Xinguei.

Sol pegou um dos cacos de vidro do chão e observou o sangue que escorria dele:

_Alguém certamente passou por aqui. - Olhou para mim - O que devemos fazer?

_Começaremos uma caçada!

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