Capítulo 39

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LEO

Sol havia melhorado com o passar do tempo e a droga já havia saído quase que completamente do seu organismo. Por ser um vampiro da mais alta geração, sua recuperação ocorreu de forma rápida, o que me deixava aliviado, porém, ainda continuava preocupado com um outro possível ataque do criminoso que tentou drogá-lo. Tomamos todo os cuidados possíveis para manter a segurança em torno do terceiro príncipe e colocamos um novo sistema em volta da mansão, tudo para que nada perigoso ocorresse novamente.

Já Thomas, não havia voltado para a casa dos príncipes e tão pouco apareceu para trabalhar naquela semana. Eu estava muito preocupado e até registrei um boletim de desaparecimento na policia, pois não tinha recebido nenhuma notícia do rapaz por dias. Sol me tranquilizava dizendo que estava tudo bem e que Thomas voltaria assim que se acalmasse um pouco. Se não fosse pelo vampiro estar ao meu lado naquele momento, eu teria largado tudo e corrido atrás de Thomas sem olhar para trás. Sua racionalidade continuava a me manter firme.

Tivemos várias reuniões para discutirmos sobre o suspeito que drogara Sol, mas não conseguimos chegar a nenhum resultado. Não havia pistas sobre o culpado e muito menos do seu paradeiro. Era frustrante saber que o culpado por machucar Sol estava solto por aí e não podíamos fazer nada para encontrá-lo.

Naquela noite, teríamos outra reunião. Uma batida na porta do meu quarto me despertou de meu devaneio e logo me apressei para atende-la:

_Está na hora, humano. - Disse Sol do outro lado.

_Dá para você parar de me chamar de humano? - Reclamei enquanto saia do quarto - Ouvir isso de vocês me dá a sensação de ser um tipo de alienígena dentro desta casa.

_Ainsa assim, você é o único humano aqui.

_Isso é o que mais me entristece. 

_Então, como eu deveria lhe chamar?

_Tipo "o namorado mais incrível do mundo".

_Eu preferiria arrancar minha cabeça. 

_Vejo que contínua gentil como sempre. - Sorri e lhe dei um rápido beijo.

Não demorou muito para que Sol se arremessasse em meus braços e me beijasse com mais força. Apesar de frio, eu sentia meu corpo derreter com seu toque. Sol se agarrava em minha camisa com determinação, como se estivesse com medo de que eu me afastasse. Seu beijo era desesperado, como se tivesse com urgência em me devorar:

_Precisamos ir. - Falei ofegante.

_Eu quero ficar aqui com você. - Enterrou a cabeça em meu peito.

Mordi meu lábio, tenta criar forças para não agarrá-lo novamente. Se não fossemos agora, os outros príncipes ficariam muito zangados:

_Aguente só mais um pouco. - Falei - Logo teremos a noite toda para ficarmos juntos.

Convenci Sol a me soltar e caminhamos até a sala de reuniões onde Noé e os dois outros príncipes estavam reunidos:

_Estão atrasados. - Pronunciou o primeiro com uma expressão irritada.

_Deixe-os desfrutas do amor. - O segundo retrucou.

_Eu não ligo para o que esses dois fazem em seu relacionamento, só quero que  cumpram os horários marcados. - Respondeu o mais velho.

_Foi minha culpa. - Sol disse enquanto tomava seu lugar na mesa - Pode brigar comigo depois, então vamos terminar logo essa reunião, para que eu possa voltar aos meus afazeres.

Engoli seco tentando não ficar exitado pela fala do vampiro. - Merda! Por que ele fazia esse tipo de coisa com tanta despreocupação?!

_Como está as investigações? - Perguntei tentando focar no assunto em questão.

_Nada ainda. - Disse Noé - Parece que não chegaremos a lugar algum.

_Não podemos desistir ainda! - Disse o mais velho - Deve haver algo que estamos deixando passar.

_Ou talvez tenha sido apenas uma coincidência. - Apontou o segundo.

_Não acho que seja isso. - Falei pensativo. - Com certeza a intensão do criminoso não era somente drogar Sol, havia algo a mais por trás desse ato.

_Como o quê, por exemplo? - O de cabelo vermelho perguntou.

_Bem, a droga mexe com o sentidos dos vampiros e os deixam alucinados por um determinado tempo. - Apontei - E se alguém desejava machucar Sol fisicamente enquanto ele tivesse sobre efeitos da droga? Seria um boa oportunidade, já que não é possível isso acontecer com Sol totalmente consciente. 

_Essa é uma ótima teoria. - Noé completou - Esse seria um dos únicos jeito de um vampiro inferior conseguir machucar um dos três príncipes, ou até mesmo matá-los.

_Isso é impossível! Por que tentariam matar logo Sol, que por eras não saiu em público?! - Disse o segundo.

_Mas há ainda aqueles vampiros que o conheceram quando ainda estava presenta na sociedade, como Vance. - Aleguei.

_Se esse é o caso, então haveria milhares de suspeitos. - Disse Sol.

_Seria difícil verificarmos cada um desses vampiros. - Expôs o segundo. - Não sabemos nem se eles ainda estão vivos.

_Isto está se complicando cada vez mais. - O primeiro declarou.

_E se não precisasse ser tão complicado? - Pronunciei.

_Você pensou em algo? - Sol perguntou.

A atenção de todos voltaram para mim:

_Se não podemos procurar por cada suspeito, então talvez poderíamos reunir a maioria em um único lugar.

_Poderia funcionar. - O mais velho disse - Mas como exatamente faríamos isso?

_Teremos que criar um evento em que atrairia o interesse em comum de todos os suspeito. - Expliquei - Como Sol parece ser seu principal alvo, então ele terá que ser o principal propósito do evento, assim como vossas duas majestades. Criaremos uma abertura para que o suspeito pense que será fácil atacar um dos príncipes e então criaremos uma armadilha.

_Isso pode funcionar. - Disse Noé pensativo - Se criarmos tal oportunidade, então com certeza o criminoso aparecerá.

_Isso me parece um pouco arriscado. - O primeiro apontou hesitante - Não temos como ter certeza de que o suspeito atacará novamente e não quero expor Sol a sociedade dessa maneira.

_Mas em que outra ocasião poderíamos ter uma chance tão grande de solucionar esse caso? - Disse o segundo - Não seria mais arriscado se ele se esgueirasse novamente pela mansão e machucasse alguém?

_Eu farei isso! - Sol pronunciou com determinação.

_Não seja tão irracional! - Advertiu o mais velho.

_Eu já estou bem mais saudável do que já fui há muito tempo, então não há porque desperdiçar uma chance tão grande como essa. - Expressou.

_Ainda sim, não quero que você se sobrecarregue. - O primeiro argumentou - Você ficaria mais seguro vivendo em casa.

_Eu entendo sua preocupação, irmão, mas não posso viver me isolando do mundo para sempre. Graças a Leo, agora eu tenho a oportunidade de viver uma vida normal novamente, isso é tudo o que mais desejei em meus incontáveis anos excluso.

_Se esse é o desejo de Sol, então não me oponho ao plano. - Afirmou o segundo - Eu só quero que meu irmão seja o mais feliz possível.

O primeiro príncipe levou alguns minutos para pensar a respeito sobre o assunto, mas por fim suspirou fundo e disse:

_Tudo bem, vamos fazer assim como Leo disse!

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