Capítulo 44- Testrálios

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Durante o final de semana, não houve nada de interessante, exceto a volta de Hagrid; que, sem dúvidas, gerou um enorme furdunço entre os alunos. Sempre que o gigante andava pelos corredores, era motivo de murmúrios e algumas chacotas por conta de seu imenso olho vermelho-arroxeado. 

O reaparecimento de Hagrid à mesa dos professores na manhã nublada de segunda não foi recebido com entusiasmo por todos os alunos. Alguns, como Fred, George e Lee, gritaram de alegria e saíram correndo pelo corredor entre as mesas da Grifinória e Lufa-Lufa para apertar sua mão enorme; outros, como Parvati e Lavender, trocaram olhares sombrios e balançaram a cabeça. Eu e Nev sabíamos que muitos preferiam as aulas da Prof.ª Grubbly-Plank, e o pior é que uma pequena parte nossa, imparcial, sabia que os colegas tinham boas razões: para Grubbly-Plank uma aula interessante era aquela em que ninguém corria o risco de ter a cabeça arrancada. 

Foi com uma certa apreensão que nos encaminhamos para a aula de Hagrid na terça-feira, bem agasalhados contra o frio. Estava preocupada, não somente com o que Hagrid decidira ensiná-los, mas também com o comportamento do restante da turma, particularmente o de Malfoy e seus comparsas, se Umbridge estivesse observando. 

No entanto, a Alta Inquisidora não estava visível enquanto venciam com dificuldade a neve em direção a Hagrid, que os esperava na orla da Floresta. Sua aparência não me tranquilizava; os hematomas que estavam roxos no sábado à noite agora estavam matizados de verde e amarelo, e alguns dos seus cortes ainda pareciam sangrar. Não conseguia entender: será que Hagrid fora atacado por alguma criatura cujo veneno impedia os ferimentos de sararem? E, como para completar sua figura sinistra, Hagrid carregava por cima do ombro uma coisa que parecia a metade de uma vaca morta. 

Hagrid: Vamos trabalhar aqui hoje!~ anunciou alegremente aos estudantes que se aproximavam, indicando com a cabeça as árvores escuras às suas costas~ Um pouco mais protegidos! De qualquer maneira, eles preferem o escuro.

Draco: Que é que prefere o escuro?~ perguntou ele rispidamente a Crabbe e Goyle, com um indício de pânico na voz~ Que foi que ele disse que prefere o escuro: vocês ouviram? 

Lembrei-me da única outra ocasião em que Malfoy entrara na Floresta; tampouco fora muito corajoso então. Sorri por dentro; depois do jogo de quadribol achei ótimo qualquer coisa que causasse mal-estar a Malfoy

Hagrid: Prontos?~ perguntou ele animado, olhando para toda a classe~ Bom, então, estive guardando uma viagem à Floresta para o seu quinto ano. Pensei em irmos ver os bichos em seu hábitat natural. Agora, o que vamos estudar hoje é bem raro. Calculo que eu seja a única pessoa na Grã-Bretanha que conseguiu domesticá-los. 

Draco: Você tem mesmo certeza de que eles estão domesticados?~ disse ele, o pânico em sua voz era ainda mais pronunciado~ Não seria a primeira vez que você traz bichos selvagens para a aula, não é? 

Os alunos da Sonserina murmuravam concordando, e alguns da Grifinória também pareciam achar que Malfoy tinha uma certa razão; os únicos que permaneciam neutros eram os alunos da Corvinal e Lufa-Lufa que, sem dúvidas, estavam prestando mais atenção na figura parecida com uma vaca morta, do que no professor e em suas falas.

Hagrid: Claro que estão domesticados.~ garantiu ele, fechando a cara e erguendo um pouco a vaca morta para ajeitá-la no ombro.

Draco: Então, que foi que aconteceu com o seu rosto? 

Hagrid: Cuide da sua vida!~ respondeu ele, bem zangado e furioso~  Agora, se acabaram de fazer perguntas bobas, me sigam! 

Ele se virou e entrou na Floresta Proibida. Ninguém parecia muito disposto a segui-lo. Olhei para Neville, que suspirou, mas concordou com a cabeça, e nós dois entramos atrás de Hagrid, liderando o resto da turma. Caminhamos uns dez minutos até chegar a um ponto em que as árvores cresciam tão juntas que era sombrio como ao anoitecer, e não havia neve no chão. Com um gemido, Hagrid depositou a metade da vaca no chão, recuou e se virou para olhar os alunos, a maioria dos quais se esgueirava de árvore em árvore em sua direção, espiando para os lados nervosamente como se esperassem ser atacados a qualquer momento.

Neville e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora