Neville e Eu

Capítulo 65- Menos uma jogadora

Obs.: Sei que os fatos acontecem de dia, mas um toque noturno me pareceu melhor e mais emocionante para a narrativa

A noite cobria parcialmente os céus nublados e esbranquiçados, trazendo uma vasta e inacabável escuridão para o pequeno e aconchegante vilarejo. Quando observei a obscuridade invadir morosamente a janela do estabelecimento, ingeri o último gole de cerveja amanteigada que restava em meu copo e levantei-me, chamando a atenção de Neville, que admirava-me com olhares inquietos e apaixonados.

S/N: Vamos?~ perguntei, ajeitando minha veste amarrotada e pegando meu copo.

Neville: Sim!~ disse ele, animado ao ver que, finalmente, o dia tinha terminado sem nenhuma conturbação ou ações anormais.

Atravessamos o restaurante carregado de rastros feitos com flocos de neve, e devolvemos as taças à Madame Rosmerta, que sorriu no mesmo instante, despedindo-se de nós. Retribuímos o sorriso e deixamos o 'Three Broomsticks', vendo-o lentamente sumir no breu e nos cristais de gelo que caíam das nuvens pesadas e baixas. Durante o momento que Neville e eu ríamos e brincávamos nos pequenos e tenros morros feitos de neve, ouvimos um grito extremamente alto vindo de uma região mais à frente. Poucos segundos após a exclamação feminina, o garoto ao meu lado apanhou sua varinha e entrou em minha frente, visando proteger-me do quer que tenha sido.

Neville: O que você acha que deve ser isso?~ perguntou com um certo desespero em seu tom de voz.

S/N: Não faço a menor ideia... Quer ir descobrir o que houve?

Neville: Podemos ir, se você quiser.

Firmemente, agarrei a mão suave e macia de Neville, colando nossas mãos ao meu corpo. Ele mirou-me com o mesmo sorriso que sempre dá quando está em minha companhia: radiante, lunático, compassível, e especial; qualidades que me deixavam cada instante mais apaixonada em sua persona. Lentamente, caminhamos em direção à fonte do grito que tínhamos escutado momentos antes. Do lugar em que nos encontrávamos, dava para ouvir o barulho da movimentação dos galhos vívidos do Salgueiro Lutador; os latidos e uivos incessantes de Canino; a chaminé fulminante da cabana de Hagrid; e Filch e sua gata abordando os alunos recém-chegados da primeira visita de Hogsmeade no ano de 1996. Provavelmente, estávamos mais perto do que esperávamos.

Depois de marcar o solo coberto de neve com nossas pegadas, por fim, encontramos a procedência do som ensurdecedor. A cena em que presenciávamos era terrível: Katie Bell estava a quase dois metros do chão, com os braços abertos graciosamente e olhos vidrados em algo que, aparentemente, somente ela podia ver. Olhei ao redor e vi Harry, Rony, Hermione e Liane; todos com olhares aterrorizados para a garota suspensa aos ares. Caído no chão abaixo de Katie, tive a visão de um embrulho de papel pardo empapado, escondendo algo com um brilho esverdeado. Cuidadosamente, peguei o pacote e foquei minha atenção no objeto que encontrava-se em meio ao áspero e grosso papel. O que havia ali era nada mais, nada menos, que um requintado colar de opalas amaldiçoado que era vendido na Borgin & Burkes; uma das lojas mais famosas de arte das trevas da Travessa do Tranco. Antes de ser acordada de minha hipnose, perguntei inúmeras vezes a mim mesma se a menina pairando na escuridão teria alguma conexão com Voldemort e seus aliados.

Neville: Amor, o que houve? Está passando mal?~ perguntou o loiro desesperado vendo o meu olhar hipnótico para o item suspeito em minhas mãos.

S/N: Hã?... Ah, desculpa! E-eu estou bem, fique tranquilo.~ afirmei, encontrando meus lábios aos dele.

Foi carinhoso... e suave, como sempre. Deslizei os braços em volta de sua nuca, acariciando seu cabelo delicadamente, e dei passagem para que a língua de Neville escorregasse para dentro de minha boca, acariciando minha tramela. As aquecidas e fofas mãos do garoto envolveram e apertaram meu quadril, descendo lentamente até minha bunda. Assim que nos afastamos, pudemos ver uma lampião acesso vindo em nossa direção velozmente. Mirei os ares enevoados pela última vez e notei que Katie não encontrava-se mais flutuando, agora, a artilheira do time de Quadribol estava debatendo-se contra os cristais e flocos de neve. Enquanto Neville, eu, Rony, Hermione e Liane tentávamos acalmar a garota enfeitiçada, o único berço de luz aproximou-se de nós, e pude reconhecer Hagrid e Harry, ambos extremamente abatidos.